Reprodução assistida é um conjunto de técnicas e procedimentos desenvolvidos para o tratamento de infertilidade, feminina ou masculina, aumentando as chances de ter filhos biológicos.
Atualmente, proporciona ainda a solução de outras necessidades reprodutivas, como a gravidez de casais homoafetivos, de pessoas solteiras que desejam ser pais independentes e daquelas portadoras de doenças genéticas, evitando a transmissão para as futuras gerações.
A possibilidade de engravidar com o auxÃlio da reprodução assistida revolucionou a medicina reprodutiva. O principal marco foi o nascimento do primeiro bebê concebido com a utilização da fertilização in vitro (FIV) na década de 1970. Foi nessa época que os tratamentos se tornaram popularmente conhecidos, embora ainda fossem pouco acessÃveis.
Hoje, além da facilidade de acesso, com a evolução tecnológica as técnicas também sofreram transformações, permitindo a solução de diferentes problemas. A FIV, por exemplo, considerada a principal, incorporou vários procedimentos elevando as taxas de sucesso.
Além da FIV, a relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) compõem a relação das mais executadas, estabelecendo um conjunto dos meios empregados para proporcionar a gravidez em diversas situações.
Continue a leitura e conheça mais sobre a reprodução assistida. Confira!
O que é infertilidade e quando suspeitar?
Infertilidade é uma doença considerada questão de saúde pública mundial pela Organização mundial da saúde (OMS) por atingir milhões de pessoas no mundo todo. Para se ter uma ideia, as estatÃsticas demonstram que quase 100 milhões podem sofrer com o problema, número que é bastante expressivo em diferentes paÃses, incluindo o Brasil.
No entanto, para ser definido como infértil é preciso haver tentativas de engravidar durante pelo menos um ano sem o uso de qualquer método contraceptivo. Essas tentativas devem considerar o perÃodo fértil, identificado pela ovulação da mulher, quando há mais chances de se obter uma gravidez.
Mulheres acima dos 36 anos devem suspeitar do problema em um intervalo menor, de 6 meses. Isso porque a fertilidade feminina naturalmente diminui com o envelhecimento, pois a reserva ovariana, quantidade de folÃculos presentes nos ovários, estruturas que armazenam os óvulos, reduz a cada ciclo menstrual. A partir dos 35 anos esse declÃnio se torna ainda mais acentuado.
Os casos de infertilidade estão relacionados, igualmente, a fatores femininos e masculinos, embora algumas vezes a causa seja desconhecida, resultando no diagnóstico de infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Independentemente do diagnóstico, entretanto, os tratamentos de reprodução assistida geralmente proporcionam a gravidez.
O que fazer quando há suspeita de infertilidade?
Se houver suspeita de infertilidade o primeiro passo é procurar uma clÃnica de reprodução assistida. É importante, nesse caso, fazer uma pesquisa detalhada, considerando critérios como os percentuais de sucesso, se a tecnologia utilizada acompanha os processos de evolução e, é claro, a expertise dos especialistas.
Após a definição da clÃnica, ocorrem diferentes etapas. Veja abaixo as principais:
Anamnese
Anamnese é a entrevista inicial do especialista com o casal. É fundamental para definição de um diagnóstico mais preciso e da estratégia de tratamento mais adequada em cada caso. Durante o processo são analisadas informações que vão desde a idade dos pacientes ao histórico clÃnico pessoal e familiar, com a avaliação de doenças, inclusive as hereditárias e infecções sexualmente transmissÃveis (ISTs), tratamentos realizados e medicamentos utilizados.
É feito ainda o acolhimento dos possÃveis sintomas, pesquisados hábitos como alimentação, uso de álcool ou tabagismo e a prática de exercÃcios fÃsicos, que podem interferir na fertilidade.
Na maioria das vezes o exame clÃnico também é realizado nessa primeira consulta de acordo com a formação do especialista em reprodução assistida. Por exemplo, se o profissional for formado em ginecologia, a mulher é avaliada e seu parceiro encaminhado a um urologista. Durante o exame clÃnico é possÃvel observar diferentes alterações que podem indicar a possÃvel causa da dificuldade reprodutiva.
Realização de exames
O especialista em reprodução assistida solicita diferentes exames para identificar a causa da infertilidade. O primeiro geralmente realizado pelas mulheres é a avaliação da reserva ovariana, que indica a quantidade de folÃculos presentes naquele momento, incluindo os que possuem capacidade para ovular, folÃculos pré-antrais e antrais.
Já o homem realiza o espermograma, exame que analisa a qualidade do sêmen e dos espermatozoides. Os resultados orientam a solicitação de exames laboratoriais e de imagem. Os principais normalmente solicitados inicialmente às mulheres são a ultrassonografia transvaginal, histerossonografia e histerossalpingografia. De forma complementar podem ainda ser feitas a videohisteroscopia ginecológica e a ressonância magnética.
Enquanto os mais comuns para os homens são a ultrassonografia testicular, com ou sem Doppler, venografia da veia espermática, ultrassonografia da próstata e ressonância magnética.
Em ambos os casos são solicitados exames laboratoriais, que permitem, por exemplo, identificar alterações nos nÃveis hormonais ou a presença de bactérias, entre elas as sexualmente transmissÃveis, importantes fatores de infertilidade feminina e masculina.
Tratamento da infertilidade
Com a identificação das causas, é feito um plano de tratamento individualizado para cada paciente. Os primários envolvem a prescrição de medicamentos ou procedimentos cirúrgicos e possibilitam a gravidez em boa parte dos casos.
Quando a dificuldade para engravidar ainda permanece após esses tratamentos são indicadas as técnicas de reprodução assistida para aumentar as chances. A indicação é feita de acordo com os resultados apontados pelos exames diagnósticos.
A relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA) são opção quando há fatores de infertilidade mais leves, pois, preveem a fecundação de forma natural nas tubas uterinas. Por isso, são classificadas como técnicas de baixa complexidade.
Enquanto a fertilização in vitro (FIV), de alta complexidade, em que a fecundação é realizada em laboratório, permite o tratamento quando há fatores mais graves, além de atender a outras demandas reprodutivas, como a gravidez de casais homoafetivos, pessoas solteiras ou portadores de doenças genéticas.
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