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Quando a gestação compartilhada pode ser feita?

por Dr. Augusto Bussab



"As técnicas de reprodução assistida oferecem cada vez mais possibilidades para casais hetero e homoafetivos que buscam a constituição de uma família. A indicação do procedimento mais adequado varia de acordo com o casal e depende das avaliações médicas. A Resolução 2.168 do Conselho Federal […]"
Quando a gestação compartilhada pode ser feita?

As técnicas de reprodução assistida oferecem cada vez mais possibilidades para casais hetero e homoafetivos que buscam a constituição de uma família. A indicação do procedimento mais adequado varia de acordo com o casal e depende das avaliações médicas.

A Resolução 2.168 do Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou, em 2017, as normas éticas mais recentes para as práticas de reprodução assistida. A atual orientação reafirma o direito de casais homoafetivos de terem filhos, como aparece pela primeira vez na Resolução de 2013, e isso só é possível com o auxílio dessas técnicas de reprodução assistida.

Entre os procedimentos permitidos pelo CFM encontra-se a gestação compartilhada, que apenas casais homoafetivos femininos podem realizar no contexto da fertilização in vitro (FIV): possibilita a participação das duas parceiras no processo de formação de uma nova vida.

Ao longo deste texto você irá entender melhor a gestação compartilhada e como ela é realizada. Confira!

O que é a FIV?

A FIV é uma técnica de reprodução assistida que envolve uma série de procedimentos de alta complexidade. Nela, é feita a estimulação ovariana da mulher, para que estejam disponíveis mais óvulos do que em um ciclo natural, em que geralmente é liberado um único óvulo.

Nesse processo, a paciente recebe medicamentos hormonais de 7 a 12 dias com o objetivo de estimular o desenvolvimento de mais folículos ovarianos, processo acompanhado por ultrassonografias seriadas, realizadas a cada 2 dias em média.

Quando os folículos atingem o tamanho ideal, ela recebe outro medicamento, que estimula o amadurecimento final e rompimento dos folículos. O líquido do interior dos folículos é coletado por punção pouco antes do rompimento e enviado a um laboratório para a identificação e preparação dos óvulos.

Simultaneamente, na FIV para casais heteroafetivos, é coletado o sêmen do parceiro por masturbação, que também passa por um preparo para a separação dos espermatozoides de melhor qualidade. Então, óvulos e espermatozoides são fertilizados em laboratório para a formação dos embriões, que posteriormente, são transferidos para o útero da paciente.

Porém, na FIV para casais homoafetivos femininos, há diferenças. É necessário, por exemplo, utilizar sêmen de doador e o casal pode optar pela gestação compartilhada ou método ROPA.

O que é o método ROPA?

A gestação compartilhada ou método ROPA, sigla em inglês para Reception of Oocytes from Partner ou Recepção de Óvulos da Parceira, representa um avanço nas formas de reprodução assistida disponibilizadas para casais homoafetivos femininos.

O procedimento foi regulamentado pela Resolução 2121, de 2015, do CRM, permitindo assim a participação das duas parceiras no processo da gravidez. Segundo o texto da resolução atual:

É permitida a gestação compartilhada em união homoafetiva feminina em que não exista infertilidade. Considera-se gestação compartilhada a situação em que o embrião obtido a partir da fecundação do(s) oócito(s) de uma mulher é transferido para o útero de sua parceira.

Dessa forma, na gestação compartilhada, uma das mulheres passa pelo processo de estimulação ovariana, tendo seus óvulos coletados e em seguida fertilizados em laboratório com espermatozoides de doador.

Diferentemente da FIV para casais heterossexuais, os embriões formados na FIV com gestação compartilhada são transferidos ao útero da parceira, que vai gestar o futuro bebê. A gestação compartilhada é, portanto, um método que permite às duas mulheres participar na formação de uma nova vida e estabelecer uma ligação biológica com a criança.

Mãe que forneceu os óvulos

A mãe que forneceu os óvulos, após avaliação médica, passa pelo tratamento para estimular o desenvolvimento de mais folículos ovarianos, para obter uma quantidade maior de óvulos. Após esse processo, receberá uma medicação do hormônio hCG objetivando o amadurecimento dos folículos. Cerca de 36 horas depois dessa etapa, poderá ser feita a aspiração folicular.

O procedimento de aspiração folicular é realizado sob sedação e em ambiente cirúrgico. O material coletado é então levado para laboratório, onde o óvulo é extraído, selecionado e fecundado por injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).

Esse processo permite que cada espermatozoide seja injetado dentro do óvulo, aumentando as chances de fecundação e a formação de mais embriões, que, depois disso, são mantidos em ambiente controlado entre dois e seis dias.

Mãe gestante

A mãe gestante é a parceira que será receptora do embrião e passará pela gravidez. Para isso, ela é submetida a um tratamento diferente: o preparo endometrial.

O endométrio, camada interna do útero, precisa estar preparado para que o embrião se fixe e continue seu desenvolvimento. Essa condição é chamada receptividade endometrial.

No preparo endometrial, a mãe gestante recebe tratamento hormonal que busca garantir um ambiente uterino adequado para a fixação do embrião.

Quando o endométrio está preparado para receber o embrião, é feita, então, a transferência embrionária, procedimento realizado em consultório sem a necessidade de anestesia. A transferência acontece com a paciente em posição ginecológica e com o auxílio de um cateter flexível, que posiciona os embriões diretamente na cavidade uterina, e um aparelho de ultrassonografia é utilizado para acompanhar o processo.

Após alguns dias do procedimento, é possível a realização do teste de gravidez beta-hCG para confirmar se o embrião se fixou no endométrio.

Taxas de sucesso da FIV

A FIV possui a maior taxa de sucesso entre as técnicas de reprodução assistida quando a comparamos à relação sexual programada (RSP) e à inseminação artificial (IA). Esta última também é uma opção para casais homoafetivos femininos, mas sem a possibilidade da gestação compartilhada, pois a fecundação acontece de forma natural, nas tubas uterinas.

A realização da FIV depende de uma série de análises médicas. Além disso, cabe ressaltar que há fatores, como a idade da paciente, que podem influenciar na qualidade embrionária.

Para mais informações sobre a FIV e as etapas de seu procedimento, leia outro artigo!


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