Quando o nosso organismo é afetado por doenças, pode apresentar sintomas e indicar alguma anormalidade, ou não. As de progressão mais lenta e duração prolongada são classificadas como crônicas, como é o caso da endometriose, uma das mais prevalentes durante a vida fértil da mulher.
Apesar de a endometriose ser muitas vezes assintomática, pode causar sintomas severos, como cólicas intensas, que acabam impactando negativamente a qualidade de vida das portadoras, além de ser a doença feminina mais relacionada a alterações na fertilidade.
Este texto aborda a endometriose, destacando a interferência da doença na qualidade de vida. Continue a leitura até o final para saber mais!
O que é endometriose?
A endometriose é uma doença que acontece quando um tecido semelhante ao endométrio cresce fora da cavidade uterina e se aloja em outros órgãos. O endométrio é a camada de revestimento mais interna do útero, formada por um tecido vascularizado, com receptores que respondem à ação dos hormônios femininos estrogênio e progesterona, tornando-o adequado para receber um possÃvel embrião.
Para dar inÃcio à gravidez, o embrião se implanta no endométrio. O estrogênio atua no preparo inicial, tornando-o mais espesso, processo que se inicia ainda durante a primeira etapa do ciclo menstrual. Na última etapa, a progesterona finaliza o processo, garantindo sua receptividade. A receptividade endometrial é fundamental para o sucesso da implantação ou nidação, e falhas de implantação provocam abortamento.
Por outro lado, se não houver fecundação e o endométrio não precisar desempenhar essa função, essa camada descama e esse excesso é expelido do corpo sob a forma de menstruação. Esse fenômeno marca o fim e o reinÃcio do ciclo reprodutivo da mulher.
Quando, porém, parte da menstruação não sai pelo canal vaginal e retorna para o interior do sistema reprodutivo, é possÃvel que se aloje em outros órgãos próximos ou na cavidade abdominal, como peritônio (camada que envolve os órgãos), tubas uterinas, ovários, bexiga e até intestino.
Os órgãos atingidos pela doença podem sofrer lesões, alterações anatômicas e ter suas funções comprometidas. Aqueles que são mais facilmente atingidos geralmente se localizam próximos ao útero, como os ovários, as tubas uterinas, a bexiga e o intestino.
Como a endometriose pode prejudicar a qualidade de vida?
O endométrio é um tecido sensÃvel à ação dos hormônios, e sua espessura varia de acordo com as fases do ciclo menstrual. O tecido ectópico, assim como o endométrio normal, reage à ação dos hormônios durante o perÃodo, por isso pode causar inflamações ou episódios de sangramento excessivo, por exemplo, entre outros sintomas cuja intensidade pode afetar a qualidade de vida da mulher.
Os principais sintomas que mulheres com endometriose podem manifestar são:
- dor pélvica crônica;
- cólicas intensas antes e durante o perÃodo menstrual;
- dispareunia (dor durante a relação sexual);
- alterações urinárias, como micção frequente ou dificuldade para urinar;
- alterações intestinais cÃclicas, como constipação ou diarreia;
- dor ao urinar ou evacuar;
- inchaço abdominal;
- infertilidade.
A intensidade dos sintomas pode interferir na realização de algumas atividades cotidianas, interferir nas relações profissionais, pessoais, na autoestima ou mesmo na função sexual. Além disso, a endometriose é considerada uma das principais causas de infertilidade feminina, o que tende a aumentar ainda mais a gravidade do quadro emocional, podendo gerar transtornos como ansiedade ou depressão.
Tratamentos para a endometriose
Como a endometriose é uma doença crônica (e não tem cura definitiva), o tratamento é feito conforme a intensidade dos sintomas, as caracterÃsticas da doença e o desejo da paciente de engravidar.
Normalmente, quando os sintomas são mais leves e não há desejo de gravidez, são prescritos medicamentos hormonais que causam a suspensão da menstruação, interrompendo assim a ação hormonal sobre o endométrio.
Quando os sintomas são mais intensos e se houver o desejo de engravidar, a abordagem cirúrgica pode se tornar a principal opção. No entanto, nem sempre a cirurgia possibilita solucionar a infertilidade, da mesma forma que pode não ser a melhor opção em algumas situações. Para esses casos, são indicadas as técnicas de reprodução assistida.
Endometriose, infertilidade e reprodução assistida
A endometriose pode provocar infertilidade dos estágios iniciais aos mais avançados. Por exemplo, pode causar disfunções em alguns órgãos essenciais para a reprodução, como prejudicar o desempenho dos ovários e afetar a ovulação; das tubas uterinas, comprometendo a fecundação; e do endométrio, interferindo na receptividade endometrial, o que pode levar a falhas na implantação do embrião e abortamento.
No entanto, mesmo diante do diagnóstico da endometriose, as técnicas de reprodução assistida podem ser utilizadas para que a mulher consiga engravidar. Mesmo nos casos mais graves, a FIV (fertilização in vitro) aumenta as chances de sucesso.
Na FIV, óvulos e espermatozoides são previamente coletados para a fecundação, realizada em laboratório, e os embriões são transferidos ao útero. Dessa forma, permite contornar problemas na ovulação ou obstruções tubárias provocadas pela doença, uma vez que as tubas uterinas não têm função na FIV.
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