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Quais são os sintomas da endometrite?

por Dr. Augusto Bussab



"Conheça os principais sintomas de endometrite"
Quais são os sintomas da endometrite?

Um processo inflamatório é uma reação natural do organismo para combater um agente infeccioso ou então determinada lesão tecidual.

Durante uma inflamação, o local/tecido inflamado tende a se tornar vermelho e quente, devido ao aumento de fluxo sanguíneo que ocorre no local em razão da tentativa de erradicar o problema.

Entre as várias doenças inflamatórias que podem acometer uma mulher está a endometrite, uma doença que atinge a região pélvica feminina, mais especificamente o endométrio, tecido que reveste o útero internamente.

A exemplo de muitas outras condições de saúde, essa pode causar danos ao sistema reprodutivo da mulher, trazendo consigo dificuldades para engravidar ou infertilidade.

A endometrite é diferente da endometriose. Enquanto a primeira é um processo infeccioso causado por bactérias, a segunda é o desenvolvimento de células semelhantes às do tecido endometrial fora da cavidade uterina, provocando processos inflamatórios durante o ciclo menstrual.

Neste texto, vou falar sobre a endometrite, seus diferentes tipos, causas e características.

O que é endometrite?

A endometrite é um processo inflamatório/infeccioso que afeta o endométrio, mucosa que reveste toda a camada uterina interna. A doença pode ser aguda ou crônica.

Endometrite aguda

A endometrite aguda ocorre de maneira rápida e pontual, tendendo a desaparecer em poucos dias.

Endometrite crônica

A endometrite do tipo crônico se caracteriza por perdurar por períodos maiores de tempo, causando alterações na saúde epitelial do útero.

Sintomas

Os tipos agudo e crônico de endometrite causam os seguintes sintomas:

  • Dor na região central e inferior do abdômen (próxima ao umbigo);
  • Febre alta;
  • Dor durante as menstruações;
  • Aumento de fluxo menstrual;
  • Corrimento vaginal alterado;
  • Sensação de peso sobre o útero.

Além dos sintomas citados, outro sinal comum da endometrite é a infertilidade. Por afetar diretamente a parede do útero, essa condição de saúde dificulta o processo de nidação ou de manutenção do embrião no útero, podendo resultar em quadros de aborto espontâneo.

Causas da endometrite

A endometrite pode ter diferentes causas, mas a principal é a bacteriana, que pode ocorrer por contato sexual.

A doença também pode surgir por outras causas, geralmente divididas em mecânicas, tóxicas e circulatórias.

As causas mecânicas abrangem:

  • Aborto;
  • Partos;
  • Procedimentos ginecológicos de modo geral.

As causas tóxicas são:

  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Gota;
  • Esteatose hepática não alcoólica.

As causas circulatórias incluem:

  • Tempo excessivo em pé;
  • Esforço físico demasiado;
  • Presença de doenças circulatórias.

Além disso, o surgimento da doença pode estar associado a outras condições específicas, como a inflamação das tubas uterinas, ovários ou peritônio.

Procedimentos médicos e cirúrgicos que envolvam o acesso direto ao útero, como a colocação de dispositivo intrauterino (DIU), curetagem e cesarianas podem facilitar a ocorrência da endometrite.

Endometrite e a relação com a DIP

A DIP (doença inflamatória pélvica) tem relação com a endometrite. Trata-se de um processo infeccioso que tem origem na vagina, mas que pode progredir avançando para os órgãos femininos internos, alcançando útero, tubas uterinas e ovários, podendo também se espalhar por todo o assoalho pélvico.

Normalmente, a DIP é contraída em práticas sexuais desprotegidas e pode ser classificada em 4 estágios diferentes;

Estágio 1 – inflamação endometrial e das tubas uterinas (salpingite), mas sem causar infecção no peritônio;

Estágio 2 – inflamação das tubas com infecção peritoneal;

Estágio 3 – inflamação das tubas seguida de oclusão delas ou comprometimento do túbulo ovariano com a presença de abcesso;

Estágio 4 – abcesso no tubo ovariano com a presença de secreção purulenta na cavidade uterina.

Tratamento

As abordagens terapêuticas da endometrite podem seguir duas condutas: a medicamentosa e a cirúrgica.

A medicamentosa tem como intuito a utilização de fármacos como anti-inflamatórios e antibióticos para reversão de quadros de infecção e de inflamação da cavidade uterina.

Já em casos mais graves, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, sendo a cistectomia e a histerectomia os procedimentos mais indicados.

A cistectomia consiste na restauração da anatomia pélvica, retirando tecido inflamado e cortando aderências excessivas. Esse processo pode ser usado também quando houver obstrução das tubas uterinas ou presença de sinequias uterinas.

Já a histerectomia é uma técnica mais radical, que consiste na remoção do útero. Ela geralmente é utilizada quando o útero apresenta abscessos que não podem ser recuperados. A histerectomia pode ser total, quando todo o útero é removido, ou parcial, quando o colo do útero não é retirado.

Endometrite e reprodução assistida

A endometrite pode provocar falhas de implantação, portanto deve ser tratada antes da indicação de técnicas de reprodução assistida.

Na FIV (fertilização in vitro), por exemplo, o processo de fecundação é feito em laboratório, mas os embriões são transferidos ao útero e devem se fixar ao endométrio para dar início à gestação. A endometrite pode dificultar esse processo, mesmo na FIV.

Se você ainda possui algum tipo de dúvida sobre a endometrite e a fertilidade feminina, basta deixar um comentário.

 


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