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Próstata e sêmen: qual é a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"O sucesso gestacional, depende do funcionamento correto dos órgãos reprodutores de mulheres e homens, além de outros elementos, incluindo os níveis equilibrados dos hormônios reprodutivos, a saúde dos óvulos, espermatozoides e, no caso masculino, do sêmen. Sêmen é a substância expelida na ejaculação, que abriga […]"
Próstata e sêmen: qual é a relação?

O sucesso gestacional, depende do funcionamento correto dos órgãos reprodutores de mulheres e homens, além de outros elementos, incluindo os níveis equilibrados dos hormônios reprodutivos, a saúde dos óvulos, espermatozoides e, no caso masculino, do sêmen.

Sêmen é a substância expelida na ejaculação, que abriga os espermatozoides, nutrindo-os e protegendo-os do ambiente ácido da vagina, enquanto facilita o transporte até as tubas uterinas para que possam fecundar o óvulo.

É formado por diferentes líquidos, que garantem desde os nutrientes necessários e proteção, à lubrificação dos canais de saída. Assim, é fundamental para que os espermatozoides alcancem o gameta feminino e precisa estar dentro dos padrões de normalidade para que o homem seja fértil.

Continue a leitura do texto até o final e entenda qual a relação da próstata com o sêmen. Confira!

Próstata e sua função na fertilidade

Os espermatozoides, células sexuais masculinas que carregam as informações genéticas dos homens, são produzidos nos testículos em estruturas denominadas túbulos seminíferos. Depois de formados concluem o processo de amadurecimento nos epidídimos, ductos em que permanecem armazenados até que ocorra o estímulo sexual.

Durante a relação sexual são transportados aos ductos deferentes, ejaculatórios e posteriormente lançados na uretra para serem expelidos na ejaculação. Nesse trajeto, recebem os líquidos produzidos pelas vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, formando o sêmen.

O sêmen, portanto, é composto pelos espermatozoides e líquidos produzidos pelas glândulas acessórias.

A próstata, fica localizada abaixo da bexiga, em frente ao reto. Tem aproximadamente o tamanho de uma noz, embora possa crescer à medida que o homem envelhece. O líquido prostático é responsável por aproximadamente 30% do volume do sêmen e tem um pH alcalino, o que garante a proteção contra o ambiente ácido da vagina, que ajuda a evitar infecções bacterianas ou fúngicas.

O fluido fornecido das vesículas seminais, por outro lado, contém nutrientes como frutose e aminoácidos e responde por 60% do volume total de sêmen, enquanto as glândulas bulbouretrais produzem uma secreção que lubrifica a uretra e a extremidade do sêmen, facilitando a saída dos espermatozoides.

Além do líquido prostático, composto por enzimas importantes e minerais como o zinco, a próstata produz uma proteína conhecida como PSA (antígeno prostático específico), que atua no processo de liquefação, facilitando o movimento dos gametas no organismo feminino.

Suas células musculares auxiliam, ainda, na ejaculação, contraindo-se para lançar o sêmen na uretra para ser expelido pelo pênis.

Assim, alterações na função da próstata e no líquido prostático podem comprometer a qualidade seminal ou dos espermatozoides e, dessa forma, a capacidade reprodutiva dos homens, resultando, muitas vezes, em infertilidade.

Alterações na próstata que podem levar à infertilidade

Diferentes condições podem causar alterações na próstata e interferir na fertilidade. No entanto, a mais comum é a prostatite, processo inflamatório que afeta essa glândula, geralmente provocado por bactérias, que pode ser aguda ou crônica.

A aguda normalmente é resultado de infecções urinárias, quando bactérias como Escherichia coli, Enterococcus, espécies de Proteus e agentes sexualmente transmissíveis, como a Chlamydia trachomatis, se espalham quando ocorre um refluxo da urina infectada.

Se não for adequadamente tratada, a permanência das bactérias tornam a prostatite crônica, tipo que oferece mais riscos à fertilidade.

A prostatite aguda, por outro lado, pode ser facilmente tratada por antibióticos quando é diagnosticada precocemente, e pode ser reconhecida por sintomas como micção dolorida, dor ou queimação ao urinar, dificuldades em urina, urina turva, dor pélvica, na região genital e febre.

A inflamação da próstata pode afetar a quantidade do líquido seminal e, consequentemente, do sêmen, e a qualidade dos espermatozoides, dificultando ou impedindo a gravidez. Além disso, quando se torna crônica tende a espalhar para outros órgãos.

Nos testículos provoca orquite, inflamação que pode comprometer a produção dos gametas e sua qualidade e, nos epidídimos, epididimite, pode levar à formação de aderências que impedem o transporte para fecundar o óvulo.

Os homens, nesses casos, podem ter infertilidade por azoospermia, ausência de espermatozoides no sêmen, assim como embriões formados com espermatozoides de má qualidade têm a saúde comprometida e não conseguem se implantar, resultando em abortamento.

O câncer de próstata e seus tratamentos também podem causar alterações na fertilidade, muitas vezes de forma permanente. Por isso, o homem geralmente é orientado a congelar seu sêmen antes de os tratamentos iniciarem.

Infertilidade e reprodução assistida

Inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), são as técnicas de reprodução assistida que possibilitam o tratamento da infertilidade masculina.

A mais adequada em caso é definida após a avaliação do paciente e resultados apontados por exames como o espermograma, que avalia a qualidade seminal, incluindo o líquido prostático, e dos espermatozoides presentes em amostras de sêmen coletadas.

Quando há apenas pequenas alterações, é indicado geralmente o tratamento com a IA, em que os espermatozoides são selecionados pelo preparo seminal e os melhores inseridos em um cateter e depositados no útero durante o período fértil da parceira. A fecundação acontece como na gestação natural, nas tubas uterinas.

Na FIV com ICSI, por outro lado, a fecundação é realizada em laboratório e os embriões formados transferidos ao útero depois de se desenvolverem por alguns dias. Nesse técnica, os espermatozoide também são selecionados pelo preparo seminal, e os melhores inseridos diretamente no citoplasma do óvulo, o que aumenta as chances de sucesso do procedimento.

Além disso, quando não estão presentes nas amostras, podem ser coletados diretamente dos testículos e epidídimos, submetidos ao preparo seminal e selecionados para a fecundação.

A FIV com ICSI também é a técnica utilizada quando o sêmen é congelado para preservação oncológica da fertilidade.

Assim atualmente, praticamente todos os fatores de infertilidade masculina, inclusive as alterações na próstata, têm tratamento, permitindo realizar o sonho de ter filhos biológicos.

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