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Prolactina alta: quais são os efeitos na fertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"Necessários para o funcionamento do organismo e para equilibrar as funções biológicas, os hormônios também desempenham um papel importante no sistema reprodutor e são fundamentais para a fertilidade, tanto feminina como masculina. A prolactina, por exemplo, popularmente conhecida como ‘hormônio do leite’, está diretamente relacionada […]"
Prolactina alta: quais são os efeitos na fertilidade?

Necessários para o funcionamento do organismo e para equilibrar as funções biológicas, os hormônios também desempenham um papel importante no sistema reprodutor e são fundamentais para a fertilidade, tanto feminina como masculina.

A prolactina, por exemplo, popularmente conhecida como ‘hormônio do leite’, está diretamente relacionada à fertilidade feminina. Um desequilíbrio, como a prolactina alta, pode desencadear diferentes condições, desde irregularidades no ciclo menstrual à infertilidade.

Vou abordar, neste post, as funções da prolactina, o que pode provocar o aumento dos níveis desse hormônio, como regulá-los e sua relação com o processo gestacional.

O que é prolactina e qual a sua função?

A prolactina, também chamada hormônio luteotrófico (LTH), é um hormônio produzido pela glândula hipófise (glândula pituitária) que estimula o processo de lactação na gravidez e durante a amamentação.

Além disso, diferentes estudos têm demonstrado que a prolactina também exerce outras funções no organismo, desde atuar no sistema reprodutivo, até regular o sistema imunológico, o metabolismo ou mesmo influenciar o comportamento, o que torna esse hormônio importante para o bem-estar geral e saúde.

A alta concentração de prolactina no sangue (hiperprolactinemia), ao mesmo tempo que indica gravidez, pode sinalizar outras condições, tais como hipotireoidismo ou tumores (benignos ou malignos), na glândula onde o hormônio é produzido. Cerca de 10% da população mundial tem prolactina alta.

Um dos principais reguladores da produção de prolactina da glândula pituitária é a dopamina, hormônio produzido pelo hipotálamo, parte do cérebro situada acima da glândula pituitária. A dopamina restringe a produção de prolactina, ou seja, quanto mais dopamina é produzida, menos prolactina é liberada.

Outros hormônios, como o estrogênio, também influenciam na quantidade de prolactina liberada no organismo. Durante o ciclo reprodutivo, quando os níveis de estrogênio são naturalmente mais altos, os de prolactina também aumentam.

O hormônio liberador de tireotropina (estimulante da tireoide), a ocitocina, que promove as contrações musculares uterinas e reduz o sangramento durante o parto e o hormônio antidiurético, estão ainda entre os que atuam como reguladores da prolactina.

O que pode provocar a prolactina alta?

A prolactina alta é normal durante a gravidez e após o parto, no período de amamentação. No entanto, a hiperprolactinemia pode, ao mesmo tempo, ser causada por diferentes condições, incluindo:

  • Hipotireoidismo;
  • Anorexia nervosa;
  • Doença hepática;
  • Doença renal;
  • Medicamentos como os antidepressivos e anticoncepcionais;
  • Tumores hipofisários, conhecidos como prolactinomas;
  • Estresse ou fatores estressantes.

Também é possível ter pouca prolactina, uma condição conhecida como hipoprolactinemia. Embora seja rara, pode ocorrer em quem apresenta atividade reduzida da hipófase, normalmente observada nas mulheres que não são capazes de produzir uma quantidade suficiente de leite após a gravidez.

Quais são os sintomas da prolactina alta?

Altos níveis de prolactina podem causar distúrbios menstruais, deficiência de estrogênio e de testosterona, além de lactação indesejável. Os sintomas mais comuns incluem:

Nas mulheres

  • Períodos menstruais irregulares (oligomenorreia) ou ausência de menstruação (amenorreia);
  • Produção de leite, mesmo sem estar grávida ou ter tido um bebê recentemente;
  • Relação sexual dolorosa provocada pela secura vaginal;
  • Acne e crescimento excessivo de pelos corporais e faciais (hirsutismo).

Nos homens

  • Disfunção erétil;
  • Diminuição do pelo corporal e facial;
  • Mamas aumentadas (ginecomastia).

Em ambos os sexos

  • Infertilidade;
  • Baixa densidade óssea;
  • Redução da produção de outros hormônios pela glândula pituitária (hipopituitarismo), quando há tumor;
  • Baixa libido;
  • Dores de cabeça;
  • Distúrbios visuais.

Como regular os níveis de prolactina?

O objetivo do tratamento para prolactina alta é corrigir as consequências bioquímicas do excesso hormonal. Quando há presença de um tumor maior (macroprolactinoma), com características compressivas, ele deve ser retirado e sua possibilidade de regeneração, inibida. A terapia médica envolve tradicionalmente agonistas do inibidor fisiológico da prolactina, a dopamina.

A resposta bioquímica e clínica é rápida na maioria dos pacientes. A regressão de tumores macros pode ser de até 80%. Entretanto, a desvantagem da terapia médica é a possível necessidade de um tratamento a longo prazo para que o tumor não regenere.

Em alguns estudos, a descontinuação da terapia demonstrou levar à recorrência de prolactina alta na maioria dos pacientes e ao crescimento do tumor, se a duração do tratamento for inferior a 2 anos.

Já a terapia cirúrgica é indicada para pacientes com adenomas hipofisários não funcionais ou outros não lactotróficos associados à prolactina alta e em pacientes nos quais a terapêutica médica não foi bem-sucedida ou foi mal tolerada.

A taxa de sucesso a longo prazo é de cerca de 75% para a remoção cirúrgica do microprolactinoma, porém os percentuais da cirurgia para macroprolactinoma são bem menos expressivos: a taxa de sucesso a longo prazo é de apenas 26%.

Nos exames de sangue para avaliação dos níveis de prolactina, os resultados são apresentados em nanogramas por mililitro (ng/mL). São considerados normais os seguintes valores:

  • Mulheres grávidas – 34 ng/mL a 386ng/mL;
  • Mulheres que não estão grávidas – 25 ng / mL;
  • Homens – 15 ng/mL.

Relação da prolactina alta e gravidez

A prolactina alta pode provocar disfunção na ovulação e reduzir a fertilidade. Uma produção excessiva diminui a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), prejudicando a do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), o que influencia na atividade ovariana, provocando irregularidades menstruais.

A hiperprolactinemia é uma causa relativamente comum de amenorreia secundária, afetando cerca de 14% das mulheres entre 21 e 30 anos, e de sangramento uterino anormal, com um percentual que representa até 9% de mulheres na mesma faixa etária.

Mulheres com elevação de prolactina leve ou moderada podem ovular regularmente, mas não produzem progesterona após a ovulação. A deficiência na quantidade de progesterona produzida após a ovulação pode resultar em dificuldade para implantação do embrião no útero, conhecida como defeito na fase lútea.

Embora o tratamento apresente um percentual expressivo de sucesso, quando isso não acontece, é possível recorrer às técnicas de reprodução assistida (TRA), como a fertilização in vitro (FIV), para assegurar o sucesso da gravidez.

Estudos sugerem, ainda, que o processo gestacional pode ser benéfico para mulheres com prolactina alta, uma vez que as taxas registradas após o parto ou ao final do período de lactação são geralmente menores.

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