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Primeira consulta com especialista em reprodução

por Dr. Augusto Bussab



"É importante que a primeira consulta seja feita de forma acolhedora, abrindo espaço para que o casal exponha suas preocupações e ansiedades de forma livre e confortável, esclarecendo suas dúvidas tanto a respeito da infertilidade em si quanto dos tratamentos disponíveis para cada caso."
Primeira consulta com especialista em reprodução

É normal que o casal que busca auxílio na medicina reprodutiva para ter filhos já esteja encontrando dificuldades em engravidar ou tenha conhecimento prévio de que um ou ambos os membros do casal são portadores de doenças e condições que potencialmente afetam a fertilidade conjugal.

Isso faz com que, além da demanda reprodutiva, o casal se mostre preocupado, ansioso e muitas vezes frustrado com a impossibilidade de ter filhos e realizar seu planejamento familiar como sonhado.

Por isso, é importante que a primeira consulta seja feita de forma acolhedora, abrindo espaço para que o casal exponha suas preocupações e ansiedades de forma livre e confortável, esclarecendo suas dúvidas tanto a respeito da infertilidade em si quanto dos tratamentos disponíveis para cada caso.

Essa abordagem individualizada permite a Programação Personalizada do Tratamento, que avalia todas as especificidades de cada situação, para que a escolha da melhor técnica de reprodução assistida seja feita e em harmonia com os desejos e necessidades de cada casal.

Este texto mostra como acontece a primeira consulta com especialista em reprodução assistida, para que aqueles que procuram esse tipo de tratamento saibam o que esperar do primeiro contato com o profissional e com essas técnicas.

Quando procurar um especialista em reprodução assistida?

A descrição da infertilidade conjugal é atualmente dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): quando um casal em idade fértil não consegue uma gestação mesmo após um ano de tentativas sem uso de qualquer tipo de contraceptivo.

Em alguns casos, principalmente quando a infertilidade é causada por doenças que manifestam sintomas claros e o casal tem o conhecimento prévio dessas condições, o processo de investigação da infertilidade pode servir para confirmar os diagnósticos e direcionar melhor a escolha dos tratamentos.

No entanto, muitas vezes, a infertilidade é percebida somente quando o casal tenta engravidar e não consegue ou, quando consegue, a gestação não chega a termo, resultando em perdas gestacionais.

É importante considerar de forma séria o período de um ano para as tentativas de engravidar, porque um casal sem problemas de fertilidade tem, em média, 20% de chance de engravidar a cada ciclo reprodutivo da mulher, fazendo com que, no período de um ano, essa chance seja de 80%.

O que pode causar infertilidade?

Atualmente sabe-se que a infertilidade conjugal pode ser causada tanto por fatores masculinos quanto femininos, resultando de doenças ou condições que afetam a anatomia do aparelho reprodutivo de ambos os sexos, a regulação hormonal da função reprodutiva ou por doenças adquiridas, como acontece com algumas ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), especialmente aquelas causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis, que causa clamídia, e Neisseria gonorrhoeae, que causa gonorreia.

Dentre as principais causas de infertilidade feminina podemos destacar:

Já a infertilidade masculina pode ser causada pelas seguintes condições:

Como é feita a primeira consulta?

A primeira consulta com profissional de reprodução assistida começa com uma profunda investigação do histórico de saúde individual e familiar, tanto do homem quanto da mulher, especialmente para doenças relacionadas à fertilidade.

A avaliação do histórico de saúde individual de ambos pode levantar hipóteses sobre se a infertilidade foi causada por sequelas de doenças adquiridas anteriormente, como é o caso da clamídia, ou por doenças cujos sintomas podem ter sido subestimados, como acontece em alguns casos de endometriose, que se manifesta pela presença de dismenorreia ou cólicas menstruais, muitas vezes consideradas normais pelas mulheres.

A infertilidade conjugal também pode ser resultado de uma predisposição genética ou até mesmo ser causada por doenças hereditárias, e o conhecimento do histórico de saúde familiar pode trazer clareza sobre essas possibilidades.

A partir desse levantamento de informações é possível dar início à investigação da infertilidade, que deve sempre ser feita com base nos resultados dos exames clínicos, laboratoriais e de imagem solicitados também no momento da primeira consulta.

Quando essa avaliação do histórico de saúde, especialmente os familiares, levanta a hipótese de doenças genéticas, exames de avaliação genética, como a análise do cariótipo, podem fornecer informações importantes no direcionamento tanto da investigação quando dos tratamentos.

A primeira consulta também pode incluir a realização de exames clínicos tanto nos homens quanto nas mulheres. O exame clínico masculino avalia possíveis alterações no volume testicular, que podem indicar varicocele, bem como a presença de secreções que podem indicar infecções, como a uretrite.

O principal exame envolvido na investigação da infertilidade masculina é o espermograma, normalmente solicitado na primeira consulta, já que avalia de forma ampla a integridade tanto do sêmen quanto dos espermatozoides. É a partir do resultado do espermograma que outros exames podem ser solicitados, nas consultas subsequentes, sempre buscando chegar ao diagnóstico.

No caso da infertilidade feminina, a primeira consulta também pode incluir o exame clínico, observando-se alterações anatômicas ou a presença de secreção no colo uterino e no canal vaginal, bem como a presença de dores, especialmente à palpação, que podem indicar tanto infecções quanto a presença de massas tumorais, como miomas e pólipos cervicais.

Os principais exames solicitados para investigação da infertilidade feminina incluem as dosagens hormonais, que avaliam principalmente alterações na testosterona e nos estrogênios, e também exame de imagem com destaque para as ultrassonografias pélvicas transvaginal e suprapúbica, que podem identificar a presença de cistos ovarianos, obstruções tubária e malformações uterinas.

Diagnóstico e reprodução assistida

Quando o casal que procura o especialista em reprodução assistida sem o conhecimento prévio das possíveis causas dessa condição, o diagnóstico deve ser feito com base em exames solicitados durante o período de investigação da infertilidade.

No entanto, às vezes esse diagnóstico já foi feito e, nesses casos, a primeira consulta tem como objetivo conversar detalhadamente sobre como as possibilidades oferecidas pela reprodução assistida podem auxiliar o casal a ter filhos.

Em outras situações, mesmo a investigação profunda não é capaz de determinar um diagnóstico preciso, ao que chamamos ISCA (infertilidade sem causa aparente), condição que só pode ser revertida pelas técnicas de reprodução assistida.

Atualmente, as três principais técnicas de reprodução assistida são a RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro), e suas indicações devem ser feitas de forma individualizada, de acordo com o diagnóstico que originou o quadro de infertilidade.

Para saber mais acesse o link.


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