Preservação da fertilidade: veja algumas dicas

Muitas situações inesperadas podem comprometer a possibilidade de ter filhos em longo prazo, exigindo que os casais pensem em estratégias para viabilizar o sonho de ter filhos tardiamente. Uma delas é a preservação de fertilidade.

Casos como pacientes com câncer, portadores de síndromes autoimunes, diagnóstico de doenças que geram danos na função ovariana ou testicular, ou mesmo a decisão de adiar a maternidade, entre outras questões, podem levar à infertilidade. Assim, torna-se importante pensar em formas de viabilizar uma futura gravidez.

Neste texto, listamos diferentes dicas para preservar a fertilidade. Boa leitura!

O que é a preservação de fertilidade?

As mudanças sociais passaram a ser um componente importante na decisão de engravidar. Gerações atuais têm prioridades muito diferentes das anteriores.

A inserção da mulher no mercado de trabalho, a priorização da carreira, o empoderamento feminino, entre outras questões, assim como o desejo de vivenciar uma série de experiências antes de ter filhos, são elementos considerados antes de formar uma família.

Contudo, o corpo passa por uma série de mudanças ao longo do tempo que podem dificultar esse processo, entre elas a diminuição da reserva ovariana – quantidade de folículos presentes nos ovários. Esses folículos são como bolsas que guardam os óvulos, presentes desde o nascimento. Cada folículo tem um óvulo (também há folículos sem óvulo).

Com os avanços científicos, hoje é possível contar com a preservação de fertilidade para realizar a gestação em um momento futuro. O procedimento é chamado preservação social da fertilidade, que nada mais é do que o congelamento de óvulos para utilização futura.

Espermatozoides e embriões também podem ser congelados, recurso que da mesma forma pode ser utilizado por homens ou casais que desejam adiar a gravidez.

É, portanto, um procedimento indicado nas seguintes situações:

• Pessoas que estejam adiando a maternidade/paternidade por questões econômicas, pessoais ou profissionais;
• Pessoas que ainda não estejam em um relacionamento afetivo estável e não querem perder a oportunidade no futuro;
• Pacientes que vão passar por tratamentos que podem gerar infertilidade a longo prazo, como quimioterapia e radioterapia. O congelamento deve ser feito antes de o tratamento iniciar;
• Pacientes com doenças que podem gerar problemas de fertilidade, doenças autoimunes ou doenças ginecológicas e testiculares.

Como é feita a preservação de fertilidade

Veja, a seguir, como a fertilidade de mulheres e homens pode ser preservada:

Preservação da fertilidade feminina

Para preservar a fertilidade, a mulher é submetida à estimulação ovariana, procedimento que utiliza medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de um número maior de folículos, não de apenas um, como acontece durante os ciclos menstruais, garantindo que mais óvulos estejam disponíveis para a fecundação.

O desenvolvimento folicular é acompanhado por ultrassonografias realizadas a cada dois ou três dias, possibilitando a indicação do momento ideal para induzi-los ao amadurecimento final, ruptura e ovulação, o que é feito também por medicamentos hormonais. Após a indução, o líquido folicular é extraído dos folículos maduros por aspiração folicular e encaminhado ao laboratório, que identifica, seleciona e prepara os óvulos para o congelamento.

Atualmente, a técnica mais utilizada de congelamento é a vitrificação, um tipo de congelamento ultrarrápido que praticamente não provoca danos às células criopreservadas, permitindo o armazenamento delas por muitos anos.

Preservação da fertilidade masculina

O processo de preservação da fertilidade masculina é mais simples do que o da feminina. Os homens, no laboratório, devem coletar amostras de sêmen em recipientes estéreis, após alguns dias de abstinência sexual.

As amostras coletadas passam por um processo de preparo seminal, técnica que utiliza diferentes métodos para capacitar os espermatozoides, selecionando os melhores. As amostras com maior concentração de espermatozoides saudáveis são então congeladas também por vitrificação.

Quando houver a intenção de engravidar, os gametas são descongelados e utilizados no tratamento por fertilização in vitro (FIV). Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório, e os embriões formados são cultivados por alguns dias e transferidos ao útero.

Hábitos de vida para a preservação da fertilidade

Hoje sabemos que bons hábitos de vida contribuem para a saúde como um todo. Isso não é diferente no contexto da fertilidade.

Manter bons hábitos de vida também é importante para a preservação da fertilidade durante a vida fértil, ao mesmo tempo que contribui para a criopreservação de materiais biológicos de melhor qualidade, se isso for necessário em algum momento, o que aumenta as chances de uma gravidez no futuro.

Alguns exemplos incluem:

• Evite o tabagismo;
• Mantenha os índices de vitamina no organismo dentro dos níveis indicados, o que se consegue com uma alimentação saudável e uso de suplementos, quando necessário;
• Pratique atividades físicas regularmente;
• Evite consumir álcool em excesso.

A preservação da fertilidade é um procedimento que auxilia consideravelmente na realização do sonho de gravidez dos casais que, por motivos pessoais ou de saúde, pretendem adiar os planos de ter filhos.

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