Embora a infertilidade masculina seja responsável individualmente por até 50% dos casos de infertilidade conjugal, o diagnóstico de infertilidade pode ser dado a qualquer casal que, mesmo em idade reprodutiva e sexualmente ativo, já passou 12 meses tentando engravidar sem sucesso.
A esses casais e aos homens, cuja bateria de exames da investigação pelas causas da infertilidade masculina aponta problemas na espermatogênese, ou no trajeto percorrido pelos espermatozoides durante a ejaculação, a reprodução assistida pode oferecer formas viáveis e seguras de ter filhos biológicos.
As formas mais graves de infertilidade masculina podem demandar procedimentos especÃficos para a coleta dessas células, como TESE e Micro-TESE, mais complexos, e PESA e MESA, assunto do texto a seguir.
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O que pode provocar infertilidade masculina?
De forma geral, a infertilidade masculina pode ser causada por problemas na espermatogênese, de origem genética ou por desequilÃbrio hormonal, além de obstruções no percurso de formação do sêmen: túbulos seminÃferos, epidÃdimos, ductos deferentes e a uretra.
Espermatogênese é como chamamos o processo de formação dos espermatozoides, que se desenvolvem a partir do amadurecimento dos espermatócitos, localizados nos testÃculos, mais especificamente nas paredes dos túbulos seminÃferos.
Esse desenvolvimento é induzido principalmente pela ação da testosterona, que encontra receptores nas células de Leydig e de Sertoli, localizadas também nas paredes dos túbulos seminÃferos.
Nos epidÃdimos o processo se completa com o desenvolvimento da cauda, que dá motilidade aos espermatozoides. Em seguida, essas células são conduzidas pelos ductos deferentes, para o encontro com os lÃquidos produzidos pelas glândulas anexas, incluindo a próstata, formando o sêmen.
Alterações anormais em qualquer uma dessas etapas pode resultar em infertilidade masculina. Conheça algumas das doenças que podem interferir na função reprodutiva dos homens:
- Azoospermia obstrutiva e não obstrutiva;
- Varicocele;
- Uretrite;
- Epididimite;
- Orquite;
- Doenças genéticas;
- Oligozoospermia;
- Astenozoospermia;
- Teratozoospermia.
Entre as doenças e condições mencionadas, algumas são leves e podem ser atendidas por técnicas de reprodução assistida cuja coleta de espermatozoides é feita com uma amostra de sêmen, obtida por masturbação. Casos moderados e graves geralmente demandam procedimentos de recuperação espermática, mais complexos.
O que é PESA e MESA?
PESA e MESA são duas técnicas de recuperação espermática, indicadas principalmente para os homens com azoospermia obstrutiva. Nessas técnicas, se obtêm espermatozoides diretamente dos epidÃdimos.
Ambas são procedimentos cirúrgicos com uma diferença fundamental: a presença ou não de um microscópio cirúrgico.
Enquanto PESA (percutaneous epididymal sperm aspiration) consiste na abertura da bolsa escrotal e exposição dos testÃculos, para que a aspiração de espermatozoides seja feita à olho nu nos epidÃdimos, na MESA (microsurgical epididymal sperm aspiration), que também expõe os testÃculos, a aspiração de espermatozoides é guiada pelas imagens do microscópio cirúrgico, o que aumenta bastante a precisão da técnica.
Após a recuperação espermática, os espermatozoides são submetidos ao preparo seminal, que seleciona as melhores células – com morfologia e motilidade preservadas –, em quantidade suficiente para que sejam utilizadas nos tratamentos com reprodução assistida.
Nos casos de homens que desejam preservar a fertilidade ou em tratamentos em que a fecundação será feita em outro momento, as células obtidas pelos métodos de recuperação espermática podem ser conservadas por criopreservação.
Quais as indicações para PESA e MESA?
As técnicas de recuperação espermática em geral são importantes para o tratamento da infertilidade masculina moderada e severa, não somente por permitir a obtenção de células reprodutivas quando elas não estão disponÃveis no sêmen, mas também por propiciar um nÃvel mais elevado de seleção dos espermatozoides.
Muitos casos de azoospermia obstrutiva, uma das formas graves de infertilidade masculina, podem ter origem na contaminação por ISTs (infecções sexualmente transmissÃveis) – especialmente a clamÃdia e a gonorreia, com potencial para deixar cicatrizes, em forma de aderências, mesmo após a erradicação dos microrganismos.
Essas saliências obstruem os epidÃdimos e impedem a saÃda dos espermatozoides para os ductos deferentes, onde acontece a formação do sêmen. Por isso, a recuperação espermática por PESA e MESA é indicada para os casos de azoospermia obstrutiva.
Além das ISTs, a azoospermia obstrutiva também pode ser resultado de danos cirúrgicos nos testÃculos, traumas mecânicos e a própria cirurgia de vasectomia, que interrompe os epidÃdimos.
Inclusive, nos casos em que a reversão da vasectomia não é bem-sucedida, o que é bastante comum, o casal pode receber indicação para tratamento com reprodução assistida.
Como essas tecnologias complementares auxiliam a reprodução assistida?
A recuperação espermática por PESA e MESA são utilizadas nos tratamentos com a FIV (fertilização in vitro).
A recuperação espermática é feita normalmente no momento em que o monitoramento ultrassonográfico da ovulação indica que os folÃculos atingiram o auge do desenvolvimento pré-ovulatório, o que acontece durante a primeira etapa do tratamento: estimulação ovariana e indução da ovulação.
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