A ovodoação voluntária é um procedimento permitido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a doação de gametas femininos. Ela possibilita que mulheres com infertilidade por fatores ovulatórios graves e casais homoafetivos masculinos realizem o sonho de aumentar a famÃlia.
É uma das técnicas complementares à fertilização in vitro (FIV), pois pode ser realizada apenas no tratamento com a técnica. Durante o processo, os gametas femininos doados são fecundados pelos gametas masculinos do parceiro. Porém, caso seja necessário, a doação de sêmen e de embriões também são uma possibilidade.
A ovodoação voluntária pode gerar algumas dúvidas sobre as suas regras e como ela é realizada. Por isso, neste texto, vamos mostrar os principais aspectos do procedimento e a sua importância para a reprodução assistida.
Boa leitura!
O que é ovodoação voluntária?
A ovodoação voluntária consiste na doação de óvulos para uma mulher que vai realizar a FIV, mas não possui gametas na quantidade ou na qualidade necessária para o procedimento. Nesse cenário temos 2 papéis importantes: a doadora (mulher que deseja doar parte do seu material genético) e a receptora (mulher que vai receber os óvulos para realizar a reprodução assistida).
Ela foi aprovada em 2017, porém, antes da sua aprovação, a ovodoação compartilhada já era permitida. Nessa modalidade, tanto a receptora quanto a doadora estão participando do processo de reprodução assistida.
O objetivo é que elas compartilhem os gametas e os custos financeiros da FIV. Ou seja, os óvulos da doadora são divididos entre as duas e eles são fecundados com os espermatozoides dos seus respectivos parceiros.
Quais as regras da ovodoação voluntária?
Os processos de todas as técnicas de reprodução assistida são regulamentados pelo CFM, incluindo a ovodoação voluntária e compartilhada. As suas principais regras são:
- A doação não pode ter caráter comercial ou lucrativa;
- A identidade da doadora e do casal receptor devem ser mantidas em sigilo;
- A doadora deve ter, no máximo, 37 anos.
A escolha da doadora é feita pela clÃnica de reprodução assistida, com base nas caracterÃsticas fenotÃpicas da receptora, como a cor do cabelo, da pele e dos olhos.
A resolução atual do CFM, de 2021, passou também a permitir a doação por parentes de até quarto grau dos pacientes em tratamento, desde que não incorra em consanguinidade.
Como a ovodoação voluntária é feita?
Antes da doação em si, a mulher que tem interesse em doar alguns dos seus óvulos passa por uma série de exames. Eles são realizados para avaliar a qualidade dos gametas e a presença de alguma doença genética, ou de infecções sexualmente transmissÃveis (ISTs), que podem afetar a saúde do embrião.
Após a avaliação, a doadora está pronta para a estimulação ovariana, procedimento que é realizado em todas as técnicas de reprodução assistida. Ele consiste na administração de hormônios por alguns dias para desenvolver o maior número possÃvel de folÃculos ovarianos. Para acompanhar o crescimento deles, a mulher faz ultrassonografias em série.
Os óvulos estão dentro dos folÃculos e quando eles atingem o tamanho ideal, ocorre a indução da ovulação. Em um ciclo menstrual normal, a ovulação marca a liberação do óvulo por um dos ovários para ser fecundado. No caso da ovodoação voluntária, eles são coletados para serem criopreservados e utilizados no futuro.
Com a doação, o processo da FIV continua. Os óvulos são fecundados com os espermatozoides do casal receptor por meio da ICSI. Os embriões formados passam alguns dias em observação (cultivo embrionário) antes de serem transferidos para o útero da receptora.
Qual a importância da ovodoação voluntária para a reprodução assistida?
A reprodução assistida evoluiu muito nas últimas décadas, possibilitando que casais com problemas de infertilidade e casais homoafetivos pudessem ter filhos. A ovodoação pode ser realizada apenas dentro do contexto da FIV, pois é a única técnica onde a fecundação é realizada fora do corpo da mulher.
Diversas causas podem levar à infertilidade feminina. Entre elas, os fatores ovulatórios podem comprometer a qualidade ou a quantidade de óvulos da paciente, sendo necessário recorrer a uma doação de gametas.
A ovodoação voluntária é indicada para casos como:
- Falência ovariana precoce (FOP);
- Mulheres com mais de 40 anos;
- Histórico de cirurgia para a retirada dos ovários;
- Pacientes que passaram por tratamento de radioterapia ou quimioterapia.
E, ainda, casais homoafetivos masculinos podem ter filhos a partir do material biológico de um dos parceiros. Nesse caso, além da ovodoação voluntária, outra técnica complementar à FIV é utilizada: o útero de substituição. O embrião formado é transferido para o útero de outra voluntária que, pelas regras do CFM, também deve ser parente de até quarto grau de um dos parceiros.
A ovodoação voluntária é realizada dentro do processo da FIV, sendo uma técnica indicada para casos de infertilidade por fatores ovulatórios e para casais homoafetivos masculinos . Nesse procedimento, uma doadora cede voluntariamente parte dos seus óvulos para um casal que deseja engravidar.
Todo o processo é administrado pela clÃnica de reprodução assistida, seguindo as regras determinadas pelo CFM.
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