Embora muitos casais engravidem com rapidez e facilidade, isso não acontece com todos. Cerca de 1 em cada 6 casais têm problemas para engravidar e de 30% a 40% de todos os problemas de fertilidade são consequência de algum fator masculino.
Às vezes é difícil estabelecer a causa da infertilidade masculina, mas geralmente é resultado de problemas com a qualidade ou quantidade de espermatozoides, como azoospermia ou oligozoospermia.
A azoospermia é a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado, enquanto a oligozoospermia se caracteriza pela baixa quantidade de espermatozoides no sêmen.
Para entender melhor a oligozoospermia, acompanhe este texto até o final. Boa leitura!
A composição do sêmen e o papel do espermatozoide
O sêmen liberado na ejaculação é composto pelos espermatozoides e pelos líquidos produzidos pelas glândulas anexas, vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais, que contêm muitos nutrientes, incluindo grandes quantidades de frutose, fundamental para a sobrevivência dos espermatozoides durante o trajeto até as tubas uterinas.
Os espermatozoides, por outro lado, são compostos por cabeça, porção intermediária e cauda ou flagelo, que possibilita a movimentação. Embora milhares de espermatozoides sejam liberados na ejaculação, eles precisam ter qualidade para que a fecundação ocorra.
Por outro lado, entre os milhares de espermatozoides apenas um alcança o óvulo para fecundá-lo. Por isso, quanto mais espermatozoides saudáveis contidos no sêmen, mais provável é que um deles chegue até as tubas uterinas com sucesso.
Oligozoospermia: o que é?
Oligozoospermia é uma condição em que os homens sofrem de uma baixa contagem de espermatozoides, inferior a 15 milhões por ml de sêmen ou inferior a 39 milhões em números totais. Homens com essa condição têm menores chances de engravidar a parceira.
Existem três formas de oligozoospermia:
- leve: quando o número de espermatozoides está entre 5 e 14 milhões por mililitro;
- moderada: quando há entre 1 e 5 milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen;
- grave: quando a concentração de espermatozoides é inferior a 1 milhão por mililitro.
Causas de oligozoospermia
Existem muitas causas possíveis para a oligozoospermia, incluindo:
- varicocele: dilatação das veias que drenam o testículo;
- inflamação que interfere na produção de espermatozoides;
- problemas de ejaculação, como ejaculação retrógrada (para trás na bexiga);
- condições genéticas (deleções do cromossomo Y, cromossomos alterados);
- desequilíbrio hormonal (baixos níveis de testosterona, altos níveis de prolactina);
- testículos que não desceram (criptorquidia);
- doenças, como esclerose múltipla, diabetes ou distúrbios da tireoide;
- consumo de drogas (álcool, cocaína, maconha, entre outras);
- uso de esteroides anabolizantes;
- estresse.
Como a oligozoospermia afeta a fertilidade?
Uma baixa contagem de espermatozoides reduz as chances de o espermatozoide se unir a um óvulo e, assim, a probabilidade de gravidez em casais. No entanto, homens que sofrem de oligozoospermia ainda podem ter filhos. O tratamento é definido de acordo com a gravidade do quadro.
Possíveis tratamentos
Entre os tratamentos geralmente indicados estão:
- tratamento hormonal: se o paciente tiver níveis baixos de hormônios hipofisários, que estimulam a produção de espermatozoide, ou de testosterona, pode-se tentar um tratamento hormonal antes de considerar outras opções;
- tratamento com antibióticos: em casos raros, a baixa contagem de espermatozoides é uma condição transitória resultante de uma infecção. Algumas infecções, como as sexualmente transmissíveis (ISTs), interferem na produção ou na saúde dos espermatozoides, o que pode causar cicatrizes que bloqueiam o transporte para serem ejaculados;
- intervenção cirúrgica: também é raro tratar a baixa contagem de espermatozoides com cirurgia. No entanto, é uma opção se for necessário reparar um bloqueio no transporte dos espermatozoides.
FIV com ICSI
FIV com ICSI, ou fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoide, é uma das formas mais efetivas de tratamento para infertilidade causada por oligozoospermia. Nessa técnica, os espermatozoides mais capacitados são selecionados pelo preparo seminal e, posteriormente, avaliados individualmente, em movimento, por um microscópio potente.
Em seguida, o espermatozoide avaliado e de qualidade é injetado diretamente no óvulo para fertilização. Dessa forma, mesmo em homens com baixa contagem de espermatozoides, as chances de sucesso são maiores, uma vez que o número de embriões para tentarmos a gravidez aumenta. A FIV tem uma alta taxa de sucesso, em média 50% a cada ciclo de tratamento.
Conclusão
Os 15 milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen podem parecer muito, mas uma “contagem normal de espermatozoides” é algo entre 15 e 200 milhões de espermatozoides por mililitro. A oligozoospermia pode diminuir as chances de concepção natural, mas certamente não descarta a possibilidade de ser pai, inclusive de forma espontânea.
É importante observar que o número de espermatozoides presentes no sêmen é apenas um dos vários fatores que determinam a fertilidade masculina.
Se você estiver tentando ter filhos e não estiver conseguindo há mais de 1 ano, procure um médico. Em alguns casos, é simples resolver a infertilidade. Já em outros são necessárias técnicas de reprodução assistida.
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