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O que é zona pelúcida?

por Dr. Augusto Bussab



"Para falarmos sobre zona pelúcida, precisamos antes entender o que são o óvulo e o embrião. Na ovulação, a mulher libera o óvulo, célula sexual feminina que pode gerar um embrião caso seja fecundado pelo espermatozoide. Mas o que compõe o óvulo? Ele é formado […]"
O que é zona pelúcida?

Para falarmos sobre zona pelúcida, precisamos antes entender o que são o óvulo e o embrião. Na ovulação, a mulher libera o óvulo, célula sexual feminina que pode gerar um embrião caso seja fecundado pelo espermatozoide.

Mas o que compõe o óvulo? Ele é formado por uma camada externa de células, chamada de corona radiata, que atrai os espermatozoides. Abaixo dessa camada tem a zona pelúcida, depois a membrana plasmática e, no centro, o citoplasma (a parte mais interna).

Neste texto, vamos abordar especificamente a zona pelúcida e suas funções, além de destacar sua relação com a técnica hatching assistido que pode ser realizada na fertilização in vitro (FIV). Acompanhe!

Zona pelúcida

A zona pelúcida é uma película que envolve o óvulo e é composta por duas camadas, uma externa, mais espessa, e outra interna, mais fina e com característica elástica. Ela protege o óvulo, sendo formada por três glicoproteínas (ZP1, ZP2 e ZP3) a partir de secreções do próprio óvulo e por células foliculares do ovário.

A zona pelúcida faz parte do óvulo, mas depois da fecundação ela ainda segue o embrião até o útero. Durante esse percurso e o desenvolvimento do embrião, ela vai reduzindo até se tornar mais fina quando o embrião está na fase de blastocisto. Isso é importante porque facilita a eclosão do embrião para se implantar no endométrio, camada de revestimento interno do útero, e dar início à gestação.

A zona pelúcida pode ser mais fina ou mais espessa, dependendo de alguns fatores. Em casos raros, a espessura da zona pelúcida pode dificultar a implantação do embrião no útero e ser necessária uma técnica chamada hatching assistido.

Quais são as funções dessa membrana?

Para que ocorra a fecundação, o espermatozoide precisa penetrar a zona pelúcida. Ela protege o óvulo e só permite a entrada de um espermatozoide no gameta feminino, ou seja, evita a polispermia, quando mais do que um consegue penetrá-lo. Após a entrada de um gameta masculino, ela modifica sua estrutura, impedindo a penetração de outros.

Ela também é responsável por impedir que espermatozoides de outras espécies fecundem o óvulo, o que poderia causar problemas sérios.

O que é hatching assistido?

A zona pelúcida ainda está presente quando o embrião chega ao útero. Ela vai se reduzindo aos poucos para que ele possa rompê-la e se implantar no endométrio, mas ela acompanha o embrião desde o momento que ele é formado até ele se fixar no endométrio, que é a implantação. Esse processo de eclosão recebe o nome de hatching.

Em determinados casos, a zona pelúcida é mais espessa do que deveria, o que pode dificultar seu rompimento e inviabilizar a implantação do embrião no útero. Para evitar que isso aconteça na reprodução assistida, mais especificamente na fertilização in vitro (FIV), podemos utilizar a técnica chamada de hatching assistido (HA).

Na FIV, a fecundação é realizada em laboratório. Para isso, os gametas masculinos e femininos são previamente coletados e selecionados. Hoje, o método mais utilizado é a FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um é injetado diretamente no citoplasma do óvulo.

Os embriões formados na fecundação são cultivados por alguns dias e transferidos ao útero. O hatching assistido é realizado antes da transferência desses embriões ao útero, justamente para tornar essa membrana mais fina e facilitar a implantação.

Trata-se de uma intervenção realizada em laboratório e que tem como objetivo afinar ou criar aberturas artificiais na zona pelúcida para que o embrião consiga rompê-la e se implantar no endométrio.

O procedimento hoje é feito com laser, que é mais avançado do que os métodos químico ou mecânico.

Indicações do hatching assistido (HA)

O hatching assistido só pode ser indicado na fertilização in vitro (FIV). Esse procedimento é feito em laboratório no embrião antes de ele ser transferido para o útero, portanto só pode ser feito no contexto da fertilização in vitro.

A indicação do hatching assistido é rara. Geralmente, é indicado para mulheres que têm idade mais avançada, quando a zona pelúcida pode ser mais espessa e difícil de romper, ou se houver histórico de falhas de implantação do embrião nos tratamentos por FIV. Às vezes, a zona pelúcida é espessa a ponto de dificultar o rompimento do embrião e é por esse rompimento que ele se fixa no endométrio e começa a gestação.

Neste texto foi possível entender melhor o que é a zona pelúcida, sua composição e funções na proteção do óvulo e do embrião. Ainda vimos que pode ocorrer uma intervenção nessa película no tratamento com FIV, caso seja necessário, para ajudar o embrião a rompê-la.

Nenhuma indicação é de rotina. Tudo que fazemos em medicina, portanto também em reprodução assistida, é baseado em uma investigação, que deve ser detalhada de forma a direcionar a escolha do melhor tratamento para determinado caso. Isso também se aplica ao hatching assistido.

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