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O que é receptividade endometrial e qual sua relação com a fertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"Receptividade endometrial é o período em que o endométrio adquire um fenótipo receptivo que permite a implantação do embrião."
O que é receptividade endometrial e qual sua relação com a fertilidade?

Para que uma gravidez ocorra e se desenvolva corretamente, são necessários diversos fatores, desde a qualidade dos gametas (óvulos e espermatozoides) para formar um embrião saudável, à receptividade endometrial, condição favorável para receber o embrião e dar início à gravidez.

A implantação do embrião, também conhecida pela medicina como nidação, é o momento que ele se fixa no endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina internamente.

Quando há receptividade do endométrio, as chances para uma gravidez bem-sucedida são muito mais expressivas.

Por outro lado, um endométrio não preparado pode provocar infertilidade.

Neste texto, vou abordar a receptividade endometrial na gestação natural e nos ciclos de fertilização in vitro (FIV), sobre qual teste pode ajudar a determinar o momento que o endométrio está mais receptivo e quando procurar auxílio médico se houver dificuldades para engravidar.

Receptividade endometrial em gestação natural e em ciclo de FIV

O endométrio é um revestimento mucoso, que muda de espessura ao longo do ciclo menstrual.

É composto por três camadas:

  • Estrato basal ou camada basal: é a camada endometrial mais profunda e não muda muito ao longo do ciclo. Ela é a base a partir da qual as camadas variáveis ​​do endométrio crescem;
  • Estrato esponjoso: é uma camada intermediária, esponjosa, que muda durante o ciclo menstrual;
  • Estrato compacto: é a camada externa do endométrio e também passa por mudanças. É mais fina e compacta em comparação com as outras camadas endometriais.

São as camadas do estrato esponjoso e do estrato compacto que sofrem alterações ao longo do ciclo menstrual.

Juntas são conhecidas como estrato funcional ou camada funcional.

Durante o ciclo menstrual o endométrio passa por modificações cíclicas que compõem o ciclo endometrial.

O primeiro dia desse ciclo corresponde ao início da fase menstrual, quando ocorre a descamação da camada funcional.

Na fase proliferativa, os níveis de estrogênio começam a subir e, na fase secretora, definida como o tempo entre a ovulação e a menstruação, há um aumento nos níveis de progesterona, quando o endométrio adquire um fenótipo receptivo que permite a implantação.

Esse período de receptividade é conhecido como ‘janela de implantação’ e dura entre 4 e 5 dias.

A implantação é um dos principais determinantes do sucesso ou fracasso para casais submetidos a ciclos de FIV e transferência de embriões.

Estima-se que até dois terços das falhas de implantação aconteçam por alterações na receptividade endometrial.

Importância da receptividade endometrial na FIV

Assim como a qualidade dos embriões, a receptividade endometrial desempenha um papel fundamental para o estabelecimento de uma gravidez em ciclos de reprodução assistida.

Diversas variáveis contribuem para que a implantação do embrião seja bem-sucedida. Uma das mais importantes, entretanto, é a receptividade do endométrio.

Durante a janela de implantação, há uma máxima receptividade endometrial aos sinais de blastocisto: uma interação necessária para estabelecer o sucesso da gestação.

Quando isso não acontece, a implantação falhará. O evento é conhecido como falha de implantação.

A falha repetida de implantação (RIF) é considerada a maior causa de infertilidade em mulheres sem problemas aparentes e é caracterizada quando a implantação do embrião não ocorre após o procedimento de FIV em pelo menos três ciclos.

A capacidade de identificar a receptividade endometrial até há pouco tempo estava entre os desafios da FIV, uma vez que os testes marcadores dessa receptividade não avaliavam com precisão as alterações sofridas pelo endométrio – morfológicas, bioquímicas ou genéticas – para se tornar funcional durante a janela de implantação.

No entanto, recentemente, o surgimento de uma nova técnica, o teste ERA, passou a possibilitar um diagnóstico mais preciso do melhor período para a transferência do embrião.

O que é o teste ERA?

O teste ERA é uma ferramenta molecular que analisa por NGS, do inglês Next Generation Sequencing, o sequenciamento genético de 236 genes relacionados ao estado de receptividade endometrial.

As modificações cíclicas que ocorrem no endométrio durante o ciclo endometrial são provocadas pela expressão genética dos diferentes tipos de células endometriais, reguladas por esteroides ovarianos e moléculas segregadas por hormônios das células vizinhas.

A análise proporcionada pelo ERA permite diagnosticar com bastante precisão o ciclo endometrial e a receptividade do endométrio, definindo o melhor momento para implantação do embrião.

O teste contribuiu para melhorar as taxas de implantação embrionária, principalmente em pacientes com histórico de falha repetida de implantação (RIF).

Quando procurar um especialista?

Diversas doenças benignas, desde infecções raras até pólipos comuns, ocorrem no endométrio, provocando alterações como sangramento anormal ou mesmo a dificuldade para engravidar.

Além disso, como o útero é um órgão de interesse para a estimulação hormonal, as alterações morfológicas envolvendo o endométrio e os efeitos dos medicamentos hormonais podem refletir em distúrbios ovarianos.

Elas são manifestadas principalmente por sangramento uterino anormal.

Por outro lado, a falha repetida de implantação (RIF) pode ser causada por patologias uterinas não diagnosticadas.

Entre 18% e 27% das mulheres submetidas a exames após a RIF têm anormalidades uterinas, principalmente hiperplasia, pólipos, endometriose ou miomas, que também podem provocar sangramento anormal e disfunção na ovulação.

Variações no ciclo menstrual, portanto, como o excesso ou falta de fluxo menstrual, indicam a necessidade de procurar um especialista.

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