Apesar de a infertilidade causar diferentes sentimentos negativos em quem recebe o diagnóstico, o problema é bastante comum e afeta milhares de pessoas no mundo todo, porém tem tratamento na maioria dos casos.Â
As técnicas de reprodução assistida são consideradas o tratamento padrão quando o casal tem dificuldades para engravidar. Classificadas como de alta ou baixa complexidade, são indicadas de acordo com a severidade, possibilitando, dessa forma, solucionar desde os fatores mais leves aos mais graves.Â
Atualmente, as três principais disponÃveis são a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).Â
Este texto aborda em detalhes a inseminação artificial, destacando do funcionamento da técnica aos casos em que é indicada e taxas de sucesso gestacional. Continue a leitura até o final e confira!
O que é inseminação artificial e quando é indicada?
Também chamada inseminação intrauterina (IIU), a inseminação artificial é uma das técnicas consideradas de baixa complexidade por prever a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas.Â
Foi inicialmente desenvolvida para permitir a gravidez de homens que sofriam com disfunção sexual, como dificuldades de ereção e ejaculação. No entanto, com os avanços da medicina e da reprodução assistida possibilita, hoje, o tratamento de diferentes fatores de infertilidade masculina e feminina de menor gravidade, como por exemplo:Â
- baixo volume de sêmen na ejaculação;
- pequenas alterações na morfologia e motilidade dos espermatozoides;
- distúrbios de ovulação consequentes de doenças em estágios iniciais, como a sÃndrome dos ovários policÃsticos (SOP) e a endometriose;Â
- anormalidades no muco cervical;
- nos casos em que cicatrizes no colo uterino dificultam a entrada dos espermatozoides;Â
- quando o diagnóstico é de infertilidade sem causa aparente (ISCA).Â
Além de aumentar as chances de gravidez de pessoas inférteis, a inseminação artificial pode ser utilizada por casais homoafetivos femininos e mulheres solteiras que desejam uma gravidez independente, mesmo que não tenham problemas de fertilidade.Â
Como a inseminação artificial (IA) é feita?
O tratamento com a inseminação artificial é realizado em três etapas: estimulação ovariana, preparo seminal e a inseminação propriamente dita. Veja abaixo como cada uma funciona:
Estimulação ovariana
No ciclo natural vários folÃculos são recrutados, estruturas que contêm o óvulo imaturo, no entanto, apenas um se desenvolve e amadurece o suficiente para posteriormente se romper e liberá-lo na ovulação.Â
Estimulação ovariana é um procedimento realizado com medicamentos hormonais semelhantes aos naturais, com objetivo estimular o desenvolvimento de mais folÃculos e obter de 1 a três óvulos maduros.
Para acompanhar o desenvolvimento dos folÃculos são realizados, a cada dois ou três dias, exames de ultrassonografia transvaginal. Quando eles atingem o tamanho ideal novos medicamentos hormonais são administrados para induzir o amadurecimento final e rompimento.Â
Preparo seminal
Enquanto a mulher é submetida à estimulação ovariana o parceiro deve coletar o sêmen, por masturbação em recipientes estéreis, na própria clÃnica de reprodução assistida. As amostras coletadas passam, então, pelo preparo seminal, técnica que utiliza diferentes métodos para capacitar os espermatozoides e selecionar os mais saudáveis.Â
Inseminação
Apesar de a ovulação ocorrer em cerca de 36 horas após a administração dos medicamentos indutores, a inseminação é feita logo em seguida, pois, os espermatozoides podem sobreviver por até 72 horas no organismo feminino.Â
Para realizar a inseminação as amostras de sêmen com os espermatozoides de maior qualidade são inseridas em um cateter e depositadas diretamente no útero, encurtando, dessa forma, o caminho até as tubas uterinas, local em que sedia a fecundação.Â
Como a fecundação acontece naturalmente é fundamental que as tubas uterinas estejam permeáveis. Além disso, a inseminação artificial normalmente é recomendada para mulheres com até 35 anos, idade em que os nÃveis da reserva ovariana, quantidade de folÃculos presentes nos ovários, ainda estão altos.Â
Casais homoafetivos e mulheres solteiras que pretendem utilizar a técnica podem contar com doadores de sêmen, selecionados em bancos de esperma ou clÃnicas de reprodução assistida de acordo com as caracterÃsticas biológicas.Â
Aproximadamente 15 dias após a inseminação a gravidez pode ser confirmada por exames de sangue ou urina. As chances de sucesso são as mesmas da gestação natural, 20% a cada ciclo de tratamento, que pode ser repetido ainda por mais dois ciclos, depois deixa de ser eficaz.Â
Quando isso acontece, é indicado o tratamento com a fertilização in vitro (FIV), técnica de alta complexidade que prevê a fecundação em laboratório, após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides.Â
O método mais utilizado atualmente para realizar o processo é a ICSI, injeção intracitoplasmática de espermatozoide, em que cada um é novamente avaliado, individualmente, por um microscópio de alta resolução e injetado diretamente no óvulo com auxÃlio de um micromanipulador de gametas.
Os embriões formados são acomodados em incubadoras e se desenvolvem por até seis dias, perÃodo em que os de melhor qualidade são selecionados para serem transferidos ao útero materno. Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são os mais altos da reprodução assistida, em média 40% por ciclo.Â
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A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
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