A infertilidade é diagnosticada quando um casal tenta engravidar por um ano sem utilizar métodos anticoncepcionais e não obtém sucesso. Caso a mulher tenha acima de 35 anos, esse tempo é reduzido para seis meses.
Passado esse perÃodo, o casal pode buscar auxÃlio médico para realizar a investigação da infertilidade e receber orientações. O médico orienta sobre o perÃodo fértil e outros aspectos importantes da fertilidade, além de solicitar exames para avaliar quais alterações podem estar afetando a fertilidade conjugal.
Caso os motivos da infertilidade não sejam identificados, o casal recebe o diagnóstico de infertilidade sem causa aparente (ISCA).
A constatação vem quando o casal já passou por todos os processos de análise sobre infertilidade e, ainda assim, não têm um resultado positivo em suas tentativas de engravidar. A ISCA, no entanto, pode ser superada com técnicas de reprodução assistida, como a FIV (fertilização in vitro).
Neste texto, quero explicar quando a ISCA é diagnosticada, quais os procedimentos para identificar o problema, como é o diagnóstico e, principalmente, quais as opções de tratamento para o casal. Confira.
O que é infertilidade sem causa aparente (ISCA)?
A ISCA é considerada quando um casal não apresenta alterações após a realização de uma investigação detalhada da infertilidade e ainda assim não consegue engravidar.
Estima-se que 1 em cada 10 casais que passam por esse tipo de dificuldade são diagnosticados com ISCA. No entanto, ainda há formas de reverter o quadro e conseguir ter um filho.
Como é feita a investigação da ISCA?
Alguns fatores precisam ser considerados na hora de investigar se o casal é ou não um caso de ISCA. A investigação e o diagnóstico envolvem:
- Não apresentar genética alterada: alguns casais têm alterações genéticas que podem dificultar a gravidez, portanto é importante investigar;
- Reserva de óvulos sem anormalidade: é realizada uma contagem de folÃculos antrais (avaliação da reserva ovariana) para identificar se não há falência da função ovariana. Isso é mais comum em mulheres acima dos 40 anos, mas pode ocorrer também em pacientes mais novas, condição chamada falência ovariana precoce;
- Boa qualidade do sêmen: assim como é avaliada a reserva de óvulos na mulher, a qualidade do sêmen do homem precisa passar por exame. É feito um espermograma para detectar anormalidades;
- Doenças que podem impedir a gestação: a endometriose é um exemplo. Ela pode comprometer alguns órgãos e impedir a gravidez. A prevalência da doença é relativamente alta e o diagnóstico é difÃcil, por isso muitas mulheres têm a doença e não sabem;
- Útero sem alterações: qualquer alteração que ocorra no útero, como os miomas, pode dificultar a gravidez. É necessária a realização de um ultrassom para analisa o útero da paciente;
- Cálculo do perÃodo fértil: ao longo do ciclo menstrual, a mulher tem um perÃodo mais fértil, que é na fase ovulatória, quando o óvulo é liberado pelo ovário e permanece na tuba uterina por cerca de 24h a 36h para ser fecundado. Sabendo calcular o perÃodo fértil, o casal tem mais chances de engravidar;
- Ciclos menstruais regulares: a irregularidade dos ciclos menstruais dificulta o processo de fecundação, portanto a gravidez. Pacientes com ciclos menores de 25 dias e maiores de 35 dias têm mais dificuldades de ovulação e devem procurar auxÃlio médico para orientação.
Quando a infertilidade sem causa aparente é diagnosticada?
Mesmo depois de uma investigação detalhada da infertilidade, pode não ser identificado o motivo da infertilidade. Nesses casos, é feito o diagnóstico de ISCA. Em alguns casos, alguns exames podem ser refeitos como forma de comparação.
O diagnóstico de ISCA é fechado quando todos os recursos são utilizados e não são encontradas alterações aparentes. O casal, a partir daÃ, pode optar ou não por tratamentos de reprodução assistida para conseguir a gravidez.
Quais as indicações de tratamentos para casais com ISCA?
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Quando o casal recebe diagnóstico de ISCA e tem o desejo de engravidar, indica-se a FIV, por ser o tratamento que permite o maior controle de todo o processo pré-gravidez, principalmente se a mulher tiver mais que 35 anos.
Fertilização in vitro (FIV)
A FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida mais complexa e mais indicada para casos de ISCA, uma vez que permite um controle maior sobre o ciclo menstrual, coleta e seleção de gametas, fecundação, acompanhamento do desenvolvimento do embrião e a transferência dos melhores embriões.
Além disso, na FIV podem ser realizadas técnicas complementares para casos especÃficos, como o teste genético pré-implantacional, que analisar os genes e os cromossomos do embrião para detectar alterações que possam dificultar a gravidez e o desenvolvimento de doenças futuramente, o hatching assistido, que permite a abertura por laser da zona pelúcida do embrião e facilita a implantação, e o ERA, teste de receptividade endometrial que avalia o melhor momento para transferir os embriões para o útero da mãe.
A complexidade da FIV aumenta suas taxas de sucesso, que ficam em cerca de 40%.
Quando indicar técnicas de reprodução assistida?
A FIV pode ser indicada (no caso de ISCA) quando o casal estiver planejando engravidar, não conseguir após 1 ano de tentativas sem sucesso e não houver indÃcios de infertilidade.
A ISCA é diagnosticada em cerca de 10% dos casais com dificuldade de engravidar.
As dúvidas são frequentes e, por isso, convido você a entender mais sobre o assunto em um pequeno guia sobre a ISCA. Se ainda assim ficarem dúvidas, basta deixar sua pergunta aqui embaixo, nos comentários.
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A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
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