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O que é gravidez ectópica e quais os riscos?

por Dr. Augusto Bussab



"Independentemente da existência prévia de doenças e alterações que provocam infertilidade feminina, a gestação em si é um processo complexo, e consegui-la pode ser difícil e demorado, mesmo para os casais que não têm diagnóstico de infertilidade conjugal. Como nem sempre os quadros de infertilidade […]"
O que é gravidez ectópica e quais os riscos?

Independentemente da existência prévia de doenças e alterações que provocam infertilidade feminina, a gestação em si é um processo complexo, e consegui-la pode ser difícil e demorado, mesmo para os casais que não têm diagnóstico de infertilidade conjugal.

Como nem sempre os quadros de infertilidade estão associados somente às dificuldades para conseguir a fecundação, essa condição também pode acometer casais que passam por perdas gestacionais sequenciais (abortos de repetição) ou gestação ectópica.

A gestação ectópica é considerada uma condição grave, pois o desenvolvimento embrionário fora da cavidade uterina é inviável e pode levar ao rompimento das estruturas em que o embrião está acomodado, o que oferece inclusive risco de morte para a mãe.

Entenda o que é e quais os riscos da gravidez ectópica acompanhando a leitura do texto a seguir, e conheça também quais as possibilidades de tratamento reprodutivo para as mulheres que passam por essa experiência.

Como acontece uma gravidez normal?

A fertilidade de homens e mulheres depende da integridade das estruturas de seus sistemas reprodutivos, mas também de que o metabolismo hormonal e a produção de células reprodutivas – os gametas – ocorra de forma adequada.

Os folículos, que contêm o óvulo imaturo, são formados ainda no período embrionário da mulher, que já nasce com uma reserva ovariana definida e limitada. Com a puberdade, os ciclos reprodutivos iniciam, permitindo a fecundação durante o período de ovulação, chamado período fértil.

Já os gametas masculinos, ou espermatozoides, são produzidos continuamente após a puberdade pela ação da testosterona, a partir do desenvolvimento das células reprodutivas primordiais, os espermatócitos, aderidas às paredes dos túbulos seminíferos.

Quando a relação sexual acontece sem o uso de preservativos de barreira – as camisinhas feminina e masculina – ou contraceptivos de qualquer tipo, durante o período fértil da mulher existem grandes chances de gestação.

Após a ejaculação, os espermatozoides abrigados no sêmen seguem um trajeto específico no interior do sistema reprodutivo feminino, passando pelo canal vaginal e uterino, antes de atingir as tubas uterinas, onde se encontra o óvulo.

Tanto os espermatozoides quanto os óvulos possuem apenas metade do material genético de um ser humano, contido em uma estrutura chamada pronúcleo. Na fecundação, apenas um espermatozoide é capaz de romper a barreira da zona pelúcida do óvulo e penetrar o meio intracelular.

A fusão dos pronúcleos é um dos primeiros eventos de um processo complexo, que resulta na gravidez, e faz com que a célula formada pela união dos gametas (zigoto) contenha todo o material genético do futuro ser humano. Em seguida, tem início os processos de clivagem, que caracterizam parte do desenvolvimento embrionário, ainda nas tubas uterinas.

O embrião é então conduzido para fora dos ductos tubários em direção ao útero, que normalmente se encontra preparado para recebê-lo, apresentando o endométrio espesso e altamente vascularizado.

A gravidez tem início com a implantação do embrião no endométrio, aproximadamente 7 dias após a fecundação.

O que é gravidez ectópica?

A gravidez ectópica acontece quando o embrião não consegue chegar ao útero após a fecundação por vias naturais e realiza a implantação embrionária fora da cavidade uterina.

Apesar de as tubas uterinas serem o local onde mais comumente acontece, outras estruturas como o peritônio e a cavidade pélvica também podem sediar uma gestação ectópica.

O que aumenta o risco de gravidez ectópica?

Algumas formas de obstrução tubária são as causas mais comuns de gravidez ectópica, que também pode ter mais chances de acontecer em mulheres com problemas anatômicos relacionados às tubas uterinas.

Entre as principais doenças e condições que provocam as obstruções tubárias, destacamos as mais frequentes, especialmente nas mulheres em idade reprodutiva:

  • Endometriose;
  • ISTs (infecções sexualmente transmissíveis);
  • Hidrossalpinge e salpingite;
  • DIP (doença inflamatória pélvica);
  • Problemas com a reversão da laqueadura tubária;
  • Malformações tubárias congênitas;
  • Danos teciduais de procedimentos cirúrgicos;
  • Gestações ectópicas anteriores.

Quais as consequências da gravidez ectópica?

As duas principais consequências que a gravidez ectópica pode apresentar são graves e preocupantes: a perda do embrião, que é inviável fora da cavidade uterina, e o risco de morte da mulher, já que o rompimento das estruturas em que ele está se desenvolvendo pode levar à hemorragia interna.

O início da gravidez ectópica pode não apresentar sintomas diferentes do que acontece na gestação normal: atraso na menstruação, seios inchados e sensíveis, aumento na micção e náusea.

Contudo, durante as primeiras semanas de gestação, a mulher passa a apresentar sintomas como dores pélvicas muito agudas, que pioram com o esforço, sangramento vaginal e dispareunia.

Quando outros sinais incluem vertigens, desmaios e tonturas, que normalmente são causados pela hemorragia interna, a mulher deve procurar atendimento médico imediatamente.

Os casos mais graves, quando acontece a ruptura dos tecidos em contato com o embrião, a intervenção médica precisa ser rápida para diminuir as chances de que a mulher perca essas estruturas, o que levaria à infertilidade permanente, e evitar o aumento da hemorragia, que pode conduzir à morte.

Como é a conduta, nos casos de gravidez ectópica?

A conduta para a gestação ectópica, tanto nos casos em que essa condição é identificada antes que se torne grave, ou quando a mulher só busca atendimento médico quando passa pela dor pélvica aguda, é a retirada cirúrgica do embrião, realizada normalmente por videolaparoscopia.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A indicação da reprodução assistida pode ser feita para mulheres com problemas tubários e que, por isso, apresentam um risco maior de desenvolver gestação ectópica.

Nesses casos, apenas a FIV (fertilização in vitro) pode ser indicada, pois as demais técnicas – RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial) – contam com a fecundação nas tubas uterinas, justamente o que se busca evitar quando o objetivo é a prevenção da gestação ectópica.

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