As mulheres se tornam férteis a partir da puberdade, quando iniciam os ciclos menstruais ou reprodutivos, evento marcado por diferentes alterações fisiológicas, que preparam o corpo feminino para a gravidez.
O ciclo menstrual é um processo contÃnuo, que dura durante toda a fase fértil, perÃodo localizado entre a puberdade e a menopausa, em que é utilizada a reserva ovariana, estoque de folÃculos, que contêm os óvulos imaturos, as células sexuais femininas.
Inicia no primeiro dia da menstruação e se encerra no anterior a última; geralmente tem a duração de 28 dias com pequenas variações, o que é chamado de ciclo regular, embora algumas mulheres possam ter um ciclo irregular, ou seja, sempre fora desse intervalo.
Para a gravidez ser bem-sucedida todos os eventos do ciclo menstrual devem ocorrer de forma adequada, interferências podem resultar em infertilidade feminina. Acompanhe o texto até o final e saiba o que é fase folicular no ciclo menstrual, quando começa, quanto tempo dura e sua importância para o sucesso gestacional. Boa leitura!
Fase folicular do ciclo menstrual
Três fases dividem esses eventos, a fase folicular é a primeira delas, seguida da ovulatória e finalizando com a lútea. Os eventos que acontecem são estimulados por diferentes hormônios, coordenados pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal.
O hipotálamo, região localizada no centro do sistema nervoso, produz o GnRH, hormônio liberador de gonadotrofina, que ao ser liberado na corrente sanguÃnea no inÃcio do ciclo menstrual, estimula a hipófise, glândula situada na base do cérebro, a secretar as gonadotrofinas FSH (hormônio folÃculo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que viajam pela corrente sanguÃnea até os ovários, a gônadas femininas.
A fase folicular inicia no primeiro dia da menstruação, tem a duração de aproximadamente 13 dias e é estimulada pelo hormônio FSH, que atua no recrutamento e crescimento de vários folÃculos ovarianos.
Segundo estudos, as mulheres nascem com aproximadamente 2 milhões de folÃculos, quantidade que diminui até a puberdade, quando reduz para cerca de 400 mil. A cada ciclo, mais ou menos 1.000 folÃculos são recrutado na fase folicular, no entanto, apenas um entre eles se torna dominante, desenvolve e amadurece estimulado pelo LH.
Enquanto se desenvolve, esse folÃculo que se destacou passa a secretar estrogênio, hormônio que inicia o preparo do endométrio, tecido que reveste internamente o útero, tornando-o mais espesso e vascularizado para receber um possÃvel embrião; nessa camada ele se implanta para dar inÃcio à gestação.
A fase folicular se encerra no 13º dia, no 14º tem inÃcio a ovulatória, quando um pico de LH induz o folÃculo ao amadurecimento final e rompimento para liberação do óvulo, capturado pelas tubas uterinas, órgão em que permanece por 24h, perÃodo em que pode ser fecundado pelo espermatozoide.
Na fase lútea o folÃculo rompido se transforma em corpo lúteo, estrutura responsável pela liberação de progesterona, hormônio que finaliza o preparo endometrial. Quando a fecundação não acontece, os nÃveis hormonais diminuem, levando à descamação do endométrio, menstruação e um novo ciclo começa com a fase folicular.
Em mulheres com ciclos irregulares, os eventos da fase lútea podem não ocorrer de forma adequada, resultando em distúrbios de ovulação, como dificuldades no desenvolvimento e amadurecimento do folÃculo dominante. Dessa forma, não há ovulação, condição denominada anovulação, ou a liberação do óvulo também pode ser irregular, ou seja, ocorrer apenas em alguns ciclos, oligovulação.
Um ciclo é considerado clinicamente irregular quando durante seis meses a maioria está fora dos intervalos regulares. E pode ser percebido por menstruações pouco ou muito frequentes ou ausentes.
Diferentes condições podem causar ciclos irregulares, incluindo, por exemplo, a sÃndrome dos ovários policÃsticos (SOP), miomas uterinos, pólipos endometriais, falência ovariana prematura (FOP), distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo e hipertireoidismo, além de hábitos de vida, como alimentação inadequada, prática intensiva de exercÃcios fÃsicos e uso de drogas recreativas em excesso.
Mulheres com infertilidade como consequência de ciclos irregulares, entretanto, podem contar com a reprodução assistida para engravidar quando os tratamentos primários não são bem-sucedidos.
Reprodução assistida
A infertilidade por distúrbios de ovulação, pode ser tratada por duas técnicas de reprodução assistida, a relação sexual programada (RSP) e a fertilização in vitro (FIV), de complexidade diferentes, indicadas de acordo com a severidade de cada caso.
Mulheres cujo problema é a oligovulação, ovulação irregular, podem iniciar o tratamento com a RSP, técnica mias simples e de baixa complexidade, que prevê a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas.
No entanto, para utilizar essa técnica, devem ter até 37 anos e bons nÃveis de reserva ovariana, assim como as tubas uterinas e o espermatozoides do parceiro devem ser saudáveis, uma vez que o objetivo é estimular os ovários com medicamentos hormonais, procedimento chamado estimulação ovariana e programar o melhor perÃodo para intensificar a relação sexual.
Na FIV, por outro lado, a fecundação acontece em laboratório. Para coletar os óvulos, as mulheres também são submetidas à estimulação ovariana, porém são usadas dosagens hormonais mais altas.
Por isso, é indicada para mulheres com anovulação, acima dos 37 anos, quando já redução dos nÃveis da reserva ovariana, bem como possibilita o tratamento quando há outros problemas de fertilidade associados, como obstruções tubárias, pois a função dos órgãos não é necessária, ou alterações graves nos espermatozoides do parceiro, uma vez que eles também são previamente coletados e selecionados.
Ambas, quando bem indicadas, proporcionam a gravidez com ótimos percentuais de sucesso.
Siga o link e conheça outras condições que podem resultar em infertilidade feminina. Confira!
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