A falência ovariana precoce (FOP) está intimamente ligada aos ciclos menstruais e à fertilidade da mulher. Isso porque, ao nascer, as mulheres já contam com a reserva completa de folÃculos ovarianos que terão para toda a vida.
Esses folÃculos, que vão diminuindo em quantidade com o passar dos anos, são responsáveis por produzir os óvulos e os principais hormônios femininos (estrogênio e progesterona), que preparam o aparelho reprodutor da mulher para a gestação. Quando a fecundação do óvulo – e a consequente gravidez – não ocorre, a mulher menstrua.
Os folÃculos ovarianos, portanto, têm um papel fundamental no bom funcionamento do ciclo menstrual e na fertilidade feminina. Quando a reserva ovariana termina e, consequentemente, a mulher para definitivamente de menstruar, deixando de ser fértil, esse fenômeno é chamado de menopausa, que, normalmente, ocorre por volta dos 50 anos de idade.
A falência ovariana precoce (FOP) pode ser considerada, de certa forma, uma menopausa – e é, por vezes, chamada de menopausa precoce. Essa condição, porém, não é necessariamente permanente: a paciente pode voltar a ter ciclos menstruais regulares, mesmo que temporariamente, e até engravidar de maneira espontânea.
Para saber mais sobre a FOP e sua influência na fertilidade e na saúde da mulher, confira este artigo.
Conceito e prevalência
Definida como a falência gonadal antes dos 40 anos de idade, a FOP é caracterizada principalmente pela amenorreia (ausência da menstruação), que pode ser acompanhada ou não dos fogachos tÃpicos da menopausa, entre outros sintomas.
A interrupção dos ciclos menstruais pode acontecer de repente, após a gravidez ou ainda depois que a paciente suspende o uso de métodos anticoncepcionais.
A FOP atinge cerca de uma em cada 250 mulheres com 35 anos de idade. Aos 40, a incidência sobe para uma em cada cem.
Sintomas da falência ovariana precoce
Os sinais e sintomas da FOP não são sempre evidentes. Além da amenorreia, a paciente com falência ovariana precoce pode apresentar:
- Fogachos e sudorese;
- Insônia;
- Alterações de humor;
- Diminuição da libido;
- Ressecamento vaginal e dor ou desconforto durante a relação sexual.
Em estágios mais avançados, a FOP pode também causar maior tendência da paciente para desenvolver vaginites e cistites. As mulheres com FOP têm também maior risco de desenvolver osteoporose, além de doenças cardiovasculares, neurológicas e psiquiátricas, e, quanto mais jovem for a paciente, mais graves costumam ser as consequências.
Como é feito o diagnóstico
O primeiro passo para diagnóstico da FOP, depois de descartada a hipótese de gravidez, é fazer exames hormonais, como os de hormônio folÃculo estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), estradiol, prolactina e hormônio estimulante da tireoide (TSH).
Pode ser solicitada ainda a dosagem de hormônio antimülleriano (HAM), que ajuda a estimar a reserva ovariana da paciente. Uma ultrassonografia (pélvica ou transvaginal) também é capaz de auxiliar na determinação do volume de folÃculos presentes nos ovários.
Embora a maior parte dos casos de FOP não tenha causa definida, ela pode estar relacionada ao histórico familiar da paciente, a doenças autoimunes e a alterações no cromossomo X. Por isso, é possÃvel ainda que o médico peça exames para investigar anticorpos autoimunes e estudos genético e cromossômico.
Causas externas também podem acarretar a FOP. É o caso de tratamentos de quimioterapia, radioterapia, cirurgia de retirada dos ovários ou de infecções, como tuberculose, sarampo, malária e varicela.
FOP e fertilidade
Apesar de estar diretamente ligada à saúde reprodutiva da mulher, a falência ovariana precoce não é necessariamente sinônimo de infertilidade. De 5% a 10% das mulheres com FOP podem engravidar e ter uma gestação e parto sem complicações. Há também pacientes que têm menstruação espontânea, embora com alterações na função menstrual.
Na maioria dos casos, porém, caso a mulher queira engravidar, é necessário utilizar-se de tratamentos de reprodução assistida, como é o caso da fertilização in vitro (FIV). Nessa técnica de alta complexidade, os óvulos são retirados dos ovários e fertilizados em laboratório, para que posteriormente os embriões sejam transferidos para o interior do útero.
Embora os avanços tecnológicos permitam a realização da FIV com os óvulos da própria paciente, é mais comum que essas mulheres utilizem óvulos de doadora para o tratamento.
Quando a paciente tem histórico familiar de FOP, uma alternativa possÃvel é fazer o congelamento de oócitos ou embriões, para utilização futura.
Tratamento de terapia hormonal
Para além da fertilidade, a falência ovariana precoce prejudica a qualidade de vida e a vida sexual da mulher. A terapia hormonal pode ajudar no alÃvio dos sintomas. Esteroides são capazes de compensar a perda do estradiol, progesterona e androgênios. Já a reposição de estrogênio pode aliviar a secura vaginal, os fogachos e os suores noturnos.
Para as mulheres que não querem engravidar, é recomendado continuar o uso de anticoncepcionais, uma vez que a FOP nem sempre impede a ovulação espontânea. A longo prazo, a terapia hormonal auxilia também na redução dos riscos de osteoporose, doenças cardiovasculares, entre outras.
Dessa forma, com o tratamento adequado, é possÃvel melhorar a qualidade de vida e realizar o sonho de ser mãe, mesmo em casos de FOP.
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