A fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida, pode ser indicada quando após 12 meses de tentativa de gravidez não se obtém sucesso e os fatores de infertilidade, femininos e/ou masculinos, são de maior gravidade.
Nessa técnica, a fecundação acontece em laboratório e os embriões formados, após alguns dias de desenvolvimento, são transferido ao útero. Uma das fases em que essa transferência pode ocorrer é chamada blastocisto ou D5, quando estão entre o quinto e o sexto dia de desenvolvimento.
Na fecundação, o espermatozoide e o óvulo se fundem no interior das tubas uterinas. A partir desse processo, surge o zigoto, célula primordial que vai dar origem a uma nova vida. O zigoto é encaminhado das tubas em direção ao útero pelos movimentos ciliares dos músculos.
Durante esse percurso das tubas uterinas para o útero o zigoto passa por um processo de clivagens, que nada mais são dos que divisões celulares. Assim que ele começa a se dividir, passa a ser chamado de embrião, que tem várias fases.
Na fase de blastocisto, já no útero, o embrião se implanta no endométrio, camada de revestimento interno em que fica abrigado e é nutrido até a formação da placenta.
Para entender melhor o que é D5 ou blastocisto, continue a leitura deste texto até o final!
Como o embrião se desenvolve?
Após o encontro entre o espermatozoide e o óvulo, forma-se o zigoto e algum tempo depois se inicia o processo de divisão celular, chamado de clivagem.
Em aproximadamente três dias, o embrião alcança o estágio denominado mórula. Nesse estágio, o embrião é semelhante a uma amora, uma massa sólida e compacta com mais ou menos 32 blastômeros. O processo de formação da mórula ainda ocorre nas tubas uterinas.
Quando o embrião chega ao útero, as células já se reorganizaram e passaram a ocupar a periferia do embrião, formando no centro dele uma cavidade oca cheia de lÃquido chamada blastocele, quando o embrião passa a ser chamado de blastocisto.
Na fase de blastocisto, o embrião já possui mais de uma centena de células, que se dividem em trofoblasto e embrioblasto. Quando ocorre a implantação no endométrio, o embrioblasto vai formar o embrião e o trofoblasto, os anexos embrionários, incluindo a placenta.
D5 ou blastocisto nos tratamentos de reprodução assistida
Na medicina reprodutiva, diferentes técnicas possibilitam o tratamento da infertilidade. Elas são indicadas de acordo com cada caso. Nas de baixa complexidade, relação sexual programada (RSP) e inseminação artificial (IA), a fecundação acontece espontaneamente, nas tubas uterinas, assim como o desenvolvimento embrionário.
Na FIV, por outro lado, como a fecundação é realizada em laboratório, é possÃvel acompanhar o desenvolvimento embrionário.
Após serem formados, na fase de cultivo embrionário, os embriões são armazenados em incubadoras especiais e o processo de desenvolvimento é acompanhado diariamente por um embriologista. Para isso, são usados sistemas de classificação que ajudam a determinar em qual fase devem ser transferidos: D3 ou clivagem, fase que acontece entre o segundo e o terceiro dia de desenvolvimento, e embriões no dia 5 ou blastocisto.
A transferência em D3 geralmente é recomendada quando os embriões não têm qualidade suficiente para se desenvolver fora do útero, então já no 3º dia são transferidos.
Porém, quando é possÃvel que o desenvolvimento ocorra em laboratório até a fase de blastocisto, essa fase é uma importante opção para a transferência por diferentes motivos. Além da sincronização fisiológica, pois é quando a implantação acontece na gestação natural, várias técnicas complementares à FIV podem ser aplicadas para solucionar problemas que podem interferir no sucesso do tratamento.
Como é a transferência em D5 ou blastocisto na FIV?
O tratamento com a FIV é realizado em cinco etapas. São elas:
- Estimulação ovariana e indução da ovulação;
- Punção folicular e preparo seminal, para a coleta e seleção de óvulos e espermatozoides;
- Fecundação;
- Cultivo embrionário;
- Transferência dos embriões.
Após o cultivo embrionário, a transferência em D5 ou blastocisto pode ser feita com os embriões frescos ou congelados.
Na FIV, é comum mais do que um embrião ser transferido para aumentar as chances de sucesso da implantação. Esse número, no entanto, é definido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), de acordo com a idade da mulher: até 2 embriões para mulheres com no máximo 37 anos e, acima dessa idade, até 3 embriões. Dependendo dos embriões, só podem ser transferidos 2, independentemente na idade da paciente.
Essas regras têm a intenção de reduzir as chances de uma gestação múltipla, que aumenta os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
O procedimento é bastante simples, realizado na clÃnica de reprodução assistida: os embriões são inseridos em um cateter e depositados no útero para que a implantação aconteça espontaneamente.
Agora que ficou mais claro o que é D5 ou blastocisto, toque aqui conheça detalhadamente o tratamento realizado com a FIV!
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