A maioria dos órgãos reprodutores masculinos se apresenta em pares. Esse o caso dos testÃculos, a gônadas sexuais dos homens que têm papel fundamental no processo de reprodução, produzir as células sexuais, os espermatozoides, e sintetizar hormônios, particularmente a testosterona.
Os testÃculos são formados ainda durante o desenvolvimento intrauterino dentro da cavidade abdominal do menino e aproximadamente no sétimo mês da gestação começam a descer para a bolsa testicular, que vai armazená-los e protegê-los após o nascimento.
Quando um ou ambos os testÃculos não descem para a bolsa testicular a condição é conhecida como criptorquidia ou testÃculos não descidos, uma alteração genital muito comum em bebês nascidos prematuramente, embora também possa ocorrer naqueles que nasceram no tempo normalmente previsto.
Continue a leitura até o final e saiba mais sobre a criptorquidia, das possÃveis causas à s consequências quando a condição não é tratada em tempo e adequadamente, incluindo problemas na fertilidade. Confira!
Criptorquidia
Os testÃculos descem gradualmente do abdômen para a bolsa testicular durante os últimos dois meses de desenvolvimento fetal pelo canal inguinal, localizado na virilha. Na criptorquidia, esse processo é interrompido ou atrasado.
Ainda que a causa exata para que isso aconteça permaneça desconhecida, estudos indicam que a condição pode ser uma associação da genética, saúde materna e de outros fatores ambientais, que interferem nos nÃveis hormonais e nas atividades que influenciam o desenvolvimento testicular.
Assim, são considerados fatores de risco para criptorquidia:
- nascimento prematuro;
- baixo peso ao nascer;
- história familiar de testÃculos que não desceram ou outros problemas de desenvolvimento genital;
- condições do feto que podem restringir o crescimento, como sÃndrome de Down ou defeitos na parede abdominal;
- uso de álcool em excesso pela mãe durante a gravidez;
- mães tabagistas ou exposição ao fumo passivo;
- exposição dos pais a algumas substâncias, como pesticidas.
A criptorquidia geralmente é detectada quando o bebê é examinado logo após o nascimento. Na maioria das vezes, o testÃculo não descido se move naturalmente para a posição adequada nos primeiros meses de vida. No entanto, se isso não acontecer até o quarto mês, a cirurgia é necessária para corrigir o problema.
A correção é importante para minimizar a ocorrência de complicações mais tarde, como o câncer testicular e alterações na fertilidade.
Homens com criptorquidia têm um risco aumentado de câncer testicular no futuro, principalmente quando ambos os testÃculos sãos afetados. Embora a cirurgia não elimine totalmente o risco, ajuda bastante a minimizá-lo.
Problemas de infertilidade, como a baixa concentração e qualidade dos espermatozoides, também podem ocorrer. Aliás, a probabilidade de isso acontecer com homens que tiveram criptorquidia quando comparados aos que não tiveram é muito maior devido ao desenvolvimento anormal dos testÃculos afetados.
Além disso, as alterações na fertilidade podem ser ainda mais graves quando a condição demora a ser tratada, da mesma forma que há maior risco de torção testicular, quando os testÃculos rotacionam interrompendo a irrigação sanguÃnea da região, o que também pode comprometer a fertilidade, pois, pode levar à morte do tecido testicular, especialmente dos túbulos seminÃferos, local em que a produção dos espermatozoide, espermatogênese, acontece nos testÃculos.
A torção testicular ocorre 10 vezes mais frequentemente em homens com testÃculos que não desceram do que em testÃculos normais. Nos casos mais severos, pode ser necessário remover um ou ambos, o que torna, nesse caso, a infertilidade permanente.
No entanto, homens que sofrem com infertilidade como consequência da criptorquidia ou de outros problemas motivados pela condição, podem contar a reprodução assistida para ter filhos.
Criptorquidia e reprodução assistida
Muitas vezes, quando apenas um dos testÃculos foi afetado pela criptorquidia, ainda é possÃvel ter filhos naturalmente, ainda que seja mais difÃcil, uma vez que o desenvolvimento adequado do outro não altera a sua função.
O processo pode ser ainda facilitado, nesse caso, pela inseminação artificial (IA), técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, em que a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas, e os melhores espermatozoides são selecionados pelo preparo seminal, inseridos em um cateter e depositados no útero da parceira durante o perÃodo fértil.
Quando os danos à fertilidade são mais graves, por outro lado, é indicado o tratamento por fertilização in vitro com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), desenvolvida na década de 1990 para solucionar infertilidade masculina de maior gravidade.
Na FIV com ICSI, a fecundação é realizada em laboratório. Os espermatozoides, além de selecionados pelo preparo seminal, podem ser recuperados diretamente dos epidÃdimos, ductos que os armazenam após serem produzidos, ou dos testÃculos, por diferentes métodos.
Posteriormente, cada espermatozoide é novamente avaliado, individualmente e em movimento, por um microscópio de alta magnificação e inserido no citoplasma do óvulo com auxÃlio de um micromanipulador de gametas. Dessa forma, as chances de o processo ser bem-sucedido são mais altas.
Os embriões formados são acomodados em incubadores e se desenvolvem por alguns dias antes de serem transferidos ao útero materno.
As duas técnicas aumentam bastante as chances de homens com infertilidade consequente da criptorquidia engravidarem. Contudo, a FIV oferece ainda mais uma opção: ter filhos utilizando os óvulos da parceira e um doador de sêmen, que pode ser selecionado de acordo com as caracterÃsticas biológicas do casal em bancos de esperma ou nas clÃnicas de reprodução assistida.
Essa opção é particularmente importante quando ambos os testÃculos são afetados, impossibilitando, muitas vezes, a recuperação e seleção da quantidade necessária de espermatozoides de melhor qualidade.
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