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O que é corpo-lúteo e qual sua relação com a fertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"A dinâmica hormonal envolvida nos processos reprodutivos nas mulheres, conta com a produção de hormônios pelo sistema nervoso central e por estruturas do sistema reprodutivo, incluindo as células que compõem os folículos ovarianos, localizadas nos ovários. Quando a mulher nasce, todos os folículos ovarianos com […]"
O que é corpo-lúteo e qual sua relação com a fertilidade?

A dinâmica hormonal envolvida nos processos reprodutivos nas mulheres, conta com a produção de hormônios pelo sistema nervoso central e por estruturas do sistema reprodutivo, incluindo as células que compõem os folículos ovarianos, localizadas nos ovários.

Quando a mulher nasce, todos os folículos ovarianos com os quais poderá contar durante sua vida reprodutiva já estão nos ovários, em um estoque limitado a que chamamos reserva ovariana. Antes da puberdade, porém, os folículos permanecem estacionados em um estágio específico de desenvolvimento, retomado apenas com a primeira menstruação.

O corpo-lúteo é formado a cada ciclo reprodutivo pelas células foliculares que restam aderidas aos ovários após o rompimento dessa estrutura para liberação do óvulo, na ovulação. Este texto mostra qual a relação entre o corpo-lúteo e a fertilidade das mulheres.

Boa leitura!

O que são os folículos ovarianos?

Os folículos ovarianos funcionam como envoltórios para os óvulos, os gametas femininos, e são compostos por dois tipos celulares principais: as células da teca e as células da granulosa, com funções e formas de desenvolvimento distintas.

Como é o desenvolvimento dos folículos durante o ciclo reprodutivo?

As gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante) têm a maior parte dos seus receptores localizados nesses dois tipos celulares, e sua atuação faz com as células foliculares atuem como estruturas alvo desses hormônios, principalmente produzindo estrogênio e testosterona.

No início de um ciclo reprodutivo, o FSH recruta um número específico de folículo primários, para que retomem o processo de desenvolvimento iniciado no período embrionário. No estágio primário, os folículos são ovais, formados por poucas camadas de células da teca, mais externas, e células da granulosa, mais internas e próximas do óvulo.

O FSH estimula as células da teca e da granulosa a se multiplicar, aumentando o tamanho e a complexidade dos folículos, até que um deles se destaque como dominante. Mesmo que o recrutamento seja feito com vários folículos, apenas o dominante conclui o processo de desenvolvimento.

O LH, por sua vez, estimula as células da teca, induzindo a produção de testosterona, que deve ser convertida em estrogênio pelo FSH, também nessas células. Essa dinâmica faz com que as gonadotrofinas e os estrogênios alcancem um pico máximo de concentração, que provoca o rompimento do folículo e a liberação do óvulo na ovulação.

Como é formado o corpo-lúteo?

Após a ovulação, o LH induz a formação do corpo-lúteo a partir das células foliculares resquiciais, que permanecem aderidas aos ovários.

Essa gonadotrofina também estimula o corpo-lúteo a produzir progesterona, um hormônio fundamental para a preparação endometrial e, consequentemente, para a fertilidade das mulheres.

Qual a relação entre o corpo-lúteo e a fertilidade das mulheres?

A principal função do corpo-lúteo é manter as taxas de progesterona relativamente altas durante a fase pós ovulatória, e sua relação com a fertilidade das mulheres está justamente na importância para a preparação endometrial e para a manutenção da gestação.

Durante a fase pré-ovulatória as células foliculares produzem majoritariamente estrogênio, um hormônio que atua tanto nessas células, quanto nas endometriais. No endométrio, o estrogênio induz à multiplicação celular, que aumenta a espessura desse tecido e também sua vascularização.

Com o surgimento do corpo-lúteo e da produção de progesterona após a ovulação, a ação desse hormônio interrompe a multiplicação celular disparada pelos estrogênios, induzindo à estratificação do endométrio, que se torna mais espesso, além de complexificar a vascularização desse tecido, potencializando a irrigação do útero como um todo.

A produção de progesterona pelo corpo-lúteo é regulada pela presença ou não de gravidez: quando não há fecundação o corpo-lúteo atua apenas durante alguns dias e no final do ciclo menstrual a queda na concentração de progesterona é fundamental para que a menstruação aconteça.

Quando a fecundação acontece, o corpo-lúteo mantém os níveis de progesterona durante os três primeiros meses de gestação, período em que essa função é assumida pela placenta.

Problemas no corpo-lúteo podem causar infertilidade?

Apesar de consideradas mais raras, algumas disfunções do corpo-lúteo podem prejudicar a produção de progesterona e, consequentemente, a fertilidade das mulheres. Abortos de repetição e falhas na implantação embrionária são as principais causas de infertilidade nesses casos.

LUF (síndrome do folículo luteinizado não roto)

Sem causas bem definidas pela medicina, na LUF o folículo ovariano desenvolve-se normalmente, contudo o rompimento para liberação do óvulo na ovulação não acontece.

Nesses casos, o óvulo passa a sinalizar para a produção de progesterona e a mulher pode apresentar todas os sinais da ovulação, mesmo em ciclos anovulatórios.

Alguns estudos têm relacionado a LUF como uma perturbação mais comum em mulheres com endometriose, embora os resultados ainda não sejam conclusivos.

A estimulação ovariana pode causar insuficiência lútea?

A insuficiência lútea acontece quando o corpo-lúteo não produz quantidades suficientes de progesterona e a mulher pode apresentar um preparo endometrial rebaixado, o que prejudica a fertilidade por falhas na implantação embrionária.

Contudo, é bastante comum observar esse problema nas mulheres em tratamento para infertilidade com a reprodução assistida, especialmente com a FIV (fertilização in vitro), que utiliza protocolos de estimulação ovariana mais robustos.

A medicação à base de FSH e LH para induzir o desenvolvimento folicular pode alterar a dinâmica desses hormônios e, ao mesmo tempo, a coleta de folículos ovarianos faz com que a produção de progesterona possa ser insuficiente, já que esse hormônio é produzido justamente pelas células foliculares.

Nesses casos, a mulher deve ser orientada a realizar a transferência embrionária somente no ciclo seguinte, quando é possível fazer um preparo endometrial controlado, com medicamentos à base de estrogênios e da progesterona.

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