Por muito tempo, pensou-se que a infertilidade era apenas feminina. Hoje sabe-se que diversos quadros podem levar a essa situação no caso dos homens e, portanto, é importante avaliar a saúde masculina quando há essa suspeita no casal.
Diversas doenças que levam a alterações seminais podem provocar infertilidade masculina. Por isso, quando há suspeita, geralmente o primeiro exame realizado é o espermograma, considerado padrão para avaliar a fertilidade masculina.
Entre as alterações seminais a principal responsável pelos casos de infertilidade é a azoospermia, frequentemente confundida com aspermia. Ambas podem comprometer a capacidade reprodutiva do homem de maneira semelhante, embora tenham origens diferentes.
Continue a leitura até o final para saber mais sobre a aspermia. O texto destaca ainda as principais alterações seminais e como os dois problemas podem interferir na possibilidade de ter filhos biológicos. Boa leitura!
O que são alterações seminais?
O termo alterações seminais descreve as anormalidades que ocorrem em parâmetros do sêmen e dos espermatozoides presentes nas amostras analisadas pelo espermograma. A composição do sêmen pode sofrer alterações por diferentes motivos, incluindo os processos inflamatórios que afetam o sistema reprodutor masculino ou doenças como a varicocele.
O diagnóstico pode indicar condições como:
- azoospermia: ausência de espermatozoides no sêmen;
- astenozoospermia: percentual alto de espermatozoides com motilidade progressiva abaixo do limite inferior de referência;
- teratozoospermia: percentual alto de espermatozoides que apresentem morfologia anormal abaixo dos limites de referência;
- oligozoospermia: número total ou concentração de espermatozoides no sêmen está abaixo dos limites de referência;
- leucospermia: percentual alto de leucócitos no sêmen;
- necrozoospermia: baixo percentual de espermatozoides vivos no sêmen.
O que é a aspermia?
A aspermia, como é possível perceber, não se trata, portanto, de uma alteração seminal. Compõe o quadro dos problemas relacionados à ejaculação, como hipospermia e a ejaculação retrógrada, por exemplo.
A aspermia é a ausência total de sêmen durante a ejaculação. O orgasmo ocorre normalmente, assim como a contração dos músculos responsáveis pela ejaculação, no entanto não há presença do líquido seminal, o que é chamado de “orgasmo seco”.
Como os espermatozoides estão presentes no sêmen ejaculado, a aspermia pode, portanto, também resultar em azoospermia e, por isso, os dois termos são frequentemente confundidos. Sem espermatozoides não há fecundação, assim a aspermia pode provocar, da mesma forma, infertilidade masculina.
Causas da aspermia
Há diversas causas para aspermia. Veja a seguir as principais.
Causas medicamentosas
Uma das causas mais comuns de aspermia é o uso de determinados tipos de medicamento, como os antidepressivos e antipsicóticos, que podem levar também a outros problemas de ejaculação.
Causas anatômicas
Outra causa para a aspermia está relacionada com questões anatômicas, que podem ser congênitas, desde o nascimento, ou, então, adquiridas ao longo do tempo. Veja a seguir as principais:
- ausência de canal deferente: são os canais deferentes que conduzem os espermatozoides dos epidídimos até os ductos ejaculatórios, quando são incorporados aos líquidos produzidos pelas glândulas anexas, como as vesículas seminais e a próstata, formando o sêmen;
- obstruções: cistos ou nódulos presentes na próstata ou nas vesículas seminais também podem resultar em obstruções, impedindo que o líquido seminal com os espermatozoides chegue aos ductos ejaculatórios para ser expelido pela uretra.
Causas cirúrgicas
Alguns procedimentos cirúrgicos para remover tumores pélvicos ou de retroperitônio também podem provocar aspermia. Isso acontece porque a remoção pode lesionar nervos importantes, responsáveis pelo processo de ejaculação.
É comum que ocorra, por exemplo, em cirurgias para o tratamento de doenças benignas da próstata, ou quando a retirada da próstata ou das vesículas seminais é necessária.
Causas neurológicas
Algumas doenças degenerativas neurológicas podem levar ao quadro de aspermia. Entre elas:
- esclerose múltipla;
- mal de Parkinson;
- lesões medulares.
Causas endócrinas
A aspermia pode estar relacionada a alterações hormonais que afetem o desenvolvimento do sistema reprodutor masculino ou comprometam a liberação de sêmen e a contração dos músculos responsáveis pela ejaculação. Entre as condições que podem resultar no problema estão a puberdade tardia e a hiperplasia prostática benigna, ou aumento do tamanho da próstata, o que pode ocorrer naturalmente a partir dos 40 anos.
Tratamentos para a aspermia
O tratamento para a aspermia depende da causa. Por exemplo, se for provocada por uma obstrução, como um nódulo, ao removê-lo a ejaculação pode ser normalizada e a fertilidade restaurada.
Contudo, quando a aspermia é irreversível, ou se os tratamentos convencionais não forem bem-sucedidos, pode-se contar com a reprodução assistida para auxiliar na realização do sonho de ter filhos.
Nesse caso, a técnica mais indicada é a fertilização in vitro (FIV), que permite a coleta de espermatozoides diretamente dos epidídimos, ductos em que são armazenados até se tornarem maduros, ou dos testículos, local em que são produzidos nos túbulos seminíferos, para a realização da fecundação em laboratório.
Apesar de ser pouco conhecida, a aspermia é uma das causas da infertilidade masculina, mas não a única. Toque aqui e conheça outras condições que podem resultar no problema!
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