Os miomas uterinos estão entre as doenças femininas frequentemente registradas e, dependendo do tipo, podem causar alterações na fertilidade durante a idade fértil da mulher.
O útero é um órgão muscular e oco em formato de pera invertida. Morfologicamente, é dividido em corpo do útero, istmo do útero e colo do útero. O corpo do útero tem três camadas de revestimento, o endométrio, a interna, o miométrio, camada muscular intermediária, e o perimétrio, a externa.
Também chamados leiomiomas, os miomas são tumores benignos e se desenvolvem a partir de uma única célula do miométrio, que se multiplica de forma desordenada resultando em sua formação. São classificados em diferentes tipos, o mioma subseroso é um dos principais.
Estão entre as doenças estrogênio-dependentes como a endometriose e os pólipos endometriais, ou seja, crescem motivados pela ação desse hormônio feminino, que prepara o endométrio a cada ciclo menstrual para receber um possÃvel embrião, camada na qual se implanta para dar inÃcio à gestação.
Por outro lado, na menopausa os baixos nÃveis desse hormônio são mais baixos, por isso tendem a retroceder.
Continue a leitura deste texto até o final para saber se há relação entre o mioma subseroso e infertilidade feminina, conhecer os outros tipos e as formas de tratamento. Confira!
Como os miomas são classificados?
A classificação dos miomas considera principalmente a localização, critério que também interfere nos sintomas e no tamanho que eles podem ter. Por exemplo, ser microscópicos ou se desenvolver e atingir grandes dimensões. Assim, são classificados em três tipos: submucoso, intramural e subseroso:
- mioma submucoso: cresce próximo ao endométrio e pode provocar sintomas como sangramento intenso entre os perÃodos menstruais e cólicas severas;
- mioma intramural: cresce no miométrio e varia de tamanhos microscópicos a maiores, quando pode provocar sintomas como aumento do fluxo menstrual e cólicas severas;
- mioma subseroso: cresce na camada externa do útero. Por ter mais espaço pode atingir grandes dimensões, causando inchaço, além da compressão de órgãos próximos como a bexiga ou o intestino, resultando, nesse caso, em micção urgente e frequente e constipação. No entanto, na maioria das vezes é assintomático.
O local de crescimento influencia, ainda, a interferência dos miomas na capacidade reprodutiva das mulheres. Entenda a seguir se há relação entre o mioma subseroso e infertilidade feminina.
Mioma subseroso e infertilidade
Apesar de atingir grandes dimensões e provocar sintomas que podem comprometer a qualidade de vida das mulheres portadoras, incluindo o inchaço muitas vezes confundindo com uma gravidez, gerando constrangimento, o mioma subseroso não está entre as causas de infertilidade feminina.
O principal tipo associado ao problema é o submucoso. Por estar localizado próximo ao endométrio pode interferir na implantação do embrião provocando falhas e abortamento. Além disso, quando a implantação acontece, pode levar a efeitos obstétricos adversos, como parto prematuro, descolamento da placenta e hemorragia pós-parto.
Em tamanhos maiores o mioma intramural também oferece o risco de abortamento; pode causar distorções na anatomia uterina dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez.
Até o momento a causa exata de miomas ainda permanece desconhecida pela ciência, embora diversos estudos apontem como fatores de risco a genética, obesidade e diferença racial. Mulheres que possuem parentes de primeiro grau com a doença, as de pele negra e as obesas têm mais chance de desenvolver esses tumores.
Quando há suspeita de miomas a investigação é feita por diferentes exames de imagem. A ultrassonografia pélvica geralmente o primeiro a ser solicitado, mas a histerossonografia, versão da ultrassonografia com uso de soro fisiológico para expansão do útero e a vÃdeo-histeroscopia diagnóstica estão ainda entre as opções.
Após a identificação do mioma subseroso, em dimensões maiores, quando provoca sintomas mais severos, pode ser removido por videolaparoscopia cirúrgica, técnica minimamente invasiva que preserva a integridade uterina. O procedimento é chamado miomectomia.
Em tamanhos menores, por outro lado, medicamentos hormonais promovem a suspensão da menstruação e a diminuição, aliviando os possÃveis sintomas causados por ele. No entanto essa opção é considerada apenas se a mulher não desejar engravidar no momento.
A conduta terapêutica é a mesma para os tipos associados à infertilidade, porém a técnica para remoção pode variar. O tratamento dos submucosos, por exemplo, normalmente é realizado por vÃdeo-histeroscopia cirúrgica.
Reprodução assistida
A reprodução assistida é indicada para aumentar as chances de gravidez de mulheres com infertilidade provocada por miomas submucosos ou intramurais que não obtiveram sucesso nas abordagens primárias.
A técnica mais adequada nesses casos é a fertilização in vitro (FIV), que prevê a fecundação em laboratório com posterior transferência dos embriões formados ao útero materno.
Técnicas complementares ao tratamento, entre elas o teste ERA, podem solucionar problemas como as interferências causadas pelo mioma submucoso na receptividade endometrial. O teste analisa as células do endométrio indicando o momento mais receptivo para transferir o embrião ao útero, minimizando, assim, a ocorrência de possÃveis falhas.
Considerada o principal tratamento de reprodução assistida, a FIV registra percentuais bastante expressivos de sucesso gestacional por ciclo.
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