A menstruação marca o inÃcio de um novo ciclo menstrual e irregularidades podem indicar alterações nas etapas desse processo, que prepara o corpo feminino para uma possÃvel gravidez.
Um ciclo regular tem duração de 28 dias, embora em alguns casos possa ser mais curto ou longo, desde que varie entre 24 e 38 dias. Por outro lado, os ciclos mais curtos ou longo que esse intervalo são considerados irregulares e podem indicar problemas de fertilidade.
Além disso, a falta de regularidade no ciclo pode resultar em alterações na menstruação. A menstruação irregular pode ser percebida por fluxos menos ou mais intensos, assim como pode haver ausência do fluxo, amenorreia, funcionando como um importante alerta para a possibilidade de condições que podem levar à infertilidade feminina.
A menstruação irregular é comum apenas em algumas situações, como durante os ciclos iniciais a partir da menarca, primeira menstruação, quando a mulher se torna fértil e pode ter filhos, ou próximo ao perÃodo da menopausa, que encerra a vida fértil da mulher. Se a irregularidade acontecer entre esses momentos, é um sinal de alerta e indica a necessidade de procurar um médico.
Este texto aborda a relação entre a menstruação irregular e a infertilidade feminina. Continue a leitura até o final e saiba mais!
O que é o ciclo menstrual?
Ciclo menstrual ou ciclo reprodutivo é o processo que prepara o corpo da mulher para a gravidez. Dura geralmente 28 dias e se não houver fecundação reinicia com a menstruação.
É regulado pela ação de vários hormônios, cujos nÃveis e desempenho variam de acordo com as três fases do ciclo: folicular, ovulatória e lútea.
Fase folicular
Inicia no primeiro dia da menstruação. É comum que o sangramento menstrual dure entre 3 e 7 dias, mas a fase folicular ainda se prolonga até o 13º. Nessa fase, o aparelho reprodutor da mulher está recomeçando o seu preparo para uma possÃvel fecundação.
A hipófise, uma glândula endócrina localizada na base do cérebro, inicia a liberação das gonadotrofinas hormônios FSH (folÃculo-estimulante) e LH (luteinizante). O FSH atua no recrutamento de vários folÃculos, embora apenas um deles se torne dominante, se desenvolva e amadureça estimulado pelo hormônio e pelo LH.
Ao mesmo tempo, o útero também sofre a atuação do estrogênio, um hormônio feminino muito importante. A camada de revestimento interno do útero, o endométrio, começa a se espessar e se torna mais vascularizada para receber um possÃvel embrião.
Fase ovulatória
Acontece no 14º dia do ciclo e é marcada pela ovulação: quando o LH atua no amadurecimento final do folÃculo dominante e o pico dos seus nÃveis, associado ao do FSH e LH, o induzem a se romper e liberar o óvulo armazenado em seu interior para ser fecundado.
Esse óvulo começa sua jornada até a tuba uterina para que o espermatozoide possa fecundá-lo.
Fase lútea
Na última etapa do ciclo menstrual, o folÃculo rompido origina o corpo-lúteo, uma glândula endócrina temporária que passa a produzir progesterona, hormônio que atua no preparo final do endométrio. Caso a fecundação não ocorra, o corpo-lúteo degenera e os nÃveis hormonais diminuem, provocando a descamação do endométrio e a menstruação, que representa o fim e o recomeço do ciclo.
O que provoca a menstruação irregular?
A menstruação irregular pode ser consequência de alterações hormonais, geralmente provocadas por doenças femininas comuns durante a idade fértil, como a sÃndrome dos ovários policÃsticos (SOP), ou mesmo motivada pela prática excessiva de exercÃcios fÃsicos, por transtornos alimentares e pelo estresse.
Menstruação irregular e infertilidade
A infertilidade é diagnosticada após um ano de tentativas de ter um filho sem sucesso. É importante ressaltar que o casal só deixa de ser considerado infértil quando a gestação chega a termo. Se a mulher engravidar e tiver um abortamento espontâneo, o casal ainda é considerado infértil.
A menstruação irregular pode indicar anovulação, quando há ausência de ovulação, ou oligovulação, quando a ovulação é intermitente. Assim, a fecundação pode não acontecer, levando à infertilidade, ou ser mais difÃcil.
A doença mais associada a anovulação é a SOP, um distúrbio endócrino cuja ausência de menstruação (amenorreia) é um sintoma comum.
No entanto, mulheres com menstruação irregular e distúrbios ovulatórios ainda podem contar com a reprodução assistida para engravidar.
Menstruação irregular e reprodução assistida
Quando a mulher tem menstruação irregular, a relação sexual programada (RSP), técnica de baixa complexidade, pode aumentar as chances de engravidar.
Na RSP, a fecundação acontece naturalmente nas tubas uterinas e o objetivo do tratamento é estimular o desenvolvimento de folÃculos naquele ciclo (estimulação ovariana), o que é feito com medicamentos hormonais, e programar o perÃodo de maior fertilidade para intensificar as relações sexuais. A RSP, no entanto, é indicada apenas em casos leves de infertilidade feminina.
Já a fertilização in vitro (FIV) é mais indicada em casos mais severos de infertilidade, como casos de anovulação. A FIV também faz a estimulação ovariana, no entanto as dosagens utilizadas são mais altas para que uma quantidade ainda maior de folÃculos se desenvolva e mais óvulos estejam disponÃveis para a fecundação, que nesse caso é realizada em laboratório. Os embriões formados na fecundação são transferidos ao útero depois de alguns dias de desenvolvimento.
As duas técnicas aumentam as chances de mulheres com menstruação irregular engravidarem, no entanto é preciso uma investigação criteriosa para definir a causa exata do problema. A investigação do casal é o ponto de partida para a indicação do melhor tratamento.
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