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Menopausa precoce e reprodução assistida

por Dr. Augusto Bussab



"As mulheres podem engravidar apenas durante um determinado período, localizado entre a puberdade, quando ocorre a primeira menstruação marcando o início dos ciclos menstruais, e a menopausa, em que a última menstruação encerra o que é chamado de fase fértil, geralmente entre os 45 e […]"
Menopausa precoce e reprodução assistida

As mulheres podem engravidar apenas durante um determinado período, localizado entre a puberdade, quando ocorre a primeira menstruação marcando o início dos ciclos menstruais, e a menopausa, em que a última menstruação encerra o que é chamado de fase fértil, geralmente entre os 45 e 50 anos.

Isso acontece porque elas já nascem com uma reserva ovariana, estoque de folículos, que contêm o óvulo primário ou imaturo, armazenados nos ovários. Para se ter uma ideia, no nascimento cerca de 2 milhões de folículos estão presentes, quantidade que reduz até a menopausa, quando há apenas 400 mil.

Esse número, diminui a cada ciclo menstrual até que todos os folículos se esgotem. Assim, pode-se dizer que a idade é um dos principais fatores de infertilidade feminina. Além disso, durante a fase fértil diferentes condições podem afetar a saúde reprodutiva, comprometendo a capacidade de engravidar.

A menopausa precoce está entre as consideradas mais graves, pois pode resultar em infertilidade permanente. Porém, apesar da gravidade do quadro a reprodução assistida pode ajudar a obter a gravidez. Quer saber mais? Continue a leitura até o final e conheça em detalhes essa condição, suas consequências para a saúde reprodutiva e as formas de engravidar. Confira!

O que é menopausa precoce?

Menopausa precoce, também chamada falência ovariana prematura (FOP), é uma condição em que os ovários entram em falência antes dos 40 anos, ou seja, não cumprem mais sua função durante os ciclos menstruais.

O ciclo menstrual, desde a puberdade, ocorre continuamente preparando o corpo feminino para uma possível gravidez, coordenado por diferentes hormônios. As gonadotrofinas FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), por exemplo, são liberadas de forma pulsátil pela hipófise para atuar no desenvolvimento e amadurecimento dos folículos ovarianos.

O FSH estimula o recrutamento e crescimento de vários folículos, embora apenas um se destaque entre eles, desenvolva e amadureça, rompendo para liberar o óvulo na ovulação, o que acontece pela ação do LH. Enquanto se desenvolve, esse folículo dominante passa a secretar estrogênio, hormônio que inicia o preparo do endométrio, camada interna uterina que recebe o embrião.

Depois de liberar o óvulo, o folículo cumpre ainda outra função importante. As células que restaram após o rompimento, se transformam em uma glândula endócrina temporária, responsável pela secreção de progesterona, hormônio que atua no preparo final do endométrio.

Assim, os ovários têm uma função essencial no processo reprodutivo, a de liberar um óvulo a cada mês para ser fecundado pelo espermatozoide gerando a célula primordial do embrião, e produzir os hormônios femininos estrogênio e progesterona, fundamentais para o início e manutenção da gravidez.

Por isso, quando os folículos se esgotam, há uma falência ou interrupção da sua função, impossibilitando a gravidez.

O ciclo menstrual inicia no primeiro dia da menstruação e finaliza no anterior à próxima. Dessa forma, o principal sintoma da menopausa precoce, assim como a que ocorre de forma natural, é a ausência de menstruação ou amenorreia.

A amenorreia, por outro lado, é um importante indicativo de que a ovulação não está acontecendo, ou seja, que a mulher pode ter um quadro de infertilidade por anovulação ou ausência de ovulação.

Alguns sintomas comuns ao processo natural também podem ocorrer em alguns casos, como fogachos, diminuição da libido, secura vaginal, alterações de humor, irritabilidade e dificuldade para dormir.

Observar esse sintomas, contribui para o diagnóstico dessa condição. As causas da menopausa precoce podem ser genéticas, associadas a alterações no cromossomo X, como a Síndrome do X Frágil e a Síndrome de Turner, bem como resultar de doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto, principal causa de hipotireoidismo, quando há baixa produção dos hormônios tireoidianos, que também atuam no processo de desenvolvimento e amadurecimento folicular.

Porém também pode ser consequência da remoção dos ovários, alterações metabólicas e hábitos de vida como tabagismo e prática intensa de exercícios físicos. Tratamento oncológicos, como a quimioterapia e radioterapia compõem ainda a lista. Por isso, antes de iniciá-los, normalmente as mulheres são aconselhadas a congelar seus óvulos.

A menopausa precoce é confirmada por exames de sangue, que avaliam os níveis dos hormônios envolvidos no processo reprodutivo, particularmente FSH e estrogênio, e de imagem, que determinam os níveis da reserva ovariana.

O tratamento geralmente é feito com medicamentos hormonais, que têm como objetivo aliviar os possíveis sintomas provocados pela condição, entretanto, nem sempre a fertilidade é restaurada, e, muitas vezes, pode ser permanente, principalmente quando é diagnosticada tardiamente, se for provocada por distúrbios genéticos ou se os ovários forem removidos.

Para esses casos, é indicado o tratamento com a utilização de técnicas de reprodução assistida.

Reprodução assistida

Quando a menopausa precoce provoca infertilidade permanente, ainda é possível engravidar com auxílio da FIV, fertilização in vitro, considerada a principal técnica de reprodução assistida. Na FIV a fecundação é realizada em laboratório. Assim, o embrião pode ser formado com óvulos de uma doadora e os espermatozoides do parceiro.

A ovodoação é uma das técnicas complementares ao tratamento. A doadora pode ser selecionada na própria clínica de reprodução assistida ou os óvulos podem ser doados por parentes de até quarto grau da mulher em tratamento, o que é permitido pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil.

Após serem formados, os embriões são cultivados por alguns dias, em laboratório, e posteriormente transferidos ao útero materno.

Siga o link e entenda em detalhes o funcionamento da FIV!


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