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Laqueadura: quando ela pode ser feita?

por Dr. Augusto Bussab



"Atualmente, existem diversos métodos contraceptivos reversíveis disponíveis para casais que não desejam engravidar, como o DIU. Há, no entanto, métodos definitivos, como é o caso da laqueadura, que consiste em uma intervenção direta nas tubas uterinas para impedir a fecundação. As tubas uterinas também são […]"
Laqueadura: quando ela pode ser feita?

Atualmente, existem diversos métodos contraceptivos reversíveis disponíveis para casais que não desejam engravidar, como o DIU. Há, no entanto, métodos definitivos, como é o caso da laqueadura, que consiste em uma intervenção direta nas tubas uterinas para impedir a fecundação.

As tubas uterinas também são conhecidas como trompas de Falópio, mas esse é um termo antigo e pouco utilizado. As tubas uterinas têm cerca de 10 cm de comprimento e fazem parte do sistema reprodutor feminino, que é formado ainda pelos ovários, útero e outros órgãos.

As tubas uterinas são responsáveis pela captação do óvulo e transporte do embrião até o útero. Ou seja, além de ser o órgão no qual ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, também é responsável por impulsionar o embrião recém-formado até o útero, onde, posteriormente, se implanta e se desenvolve.

Neste texto, apresentaremos os principais conceitos e informações a respeito da laqueadura, bem como orientações para quem está pensando em se submeter a esse procedimento. Confira!

Como ocorre a fecundação?

A fecundação, também conhecida como fertilização, é a união entre o espermatozoide e o óvulo no interior das tubas uterinas, resultando, assim, na célula-ovo, chamada zigoto.

Para que a fecundação ocorra, é necessário que a mulher esteja em seu período fértil (ovulando). Nesse período, o óvulo liberado pelos ovários é transportado para as tubas uterinas e sobrevive por até 24 horas, tempo suficiente para que seja fecundado, caso o espermatozoide chegue até ele.

Após sua formação, o embrião passa por uma série de divisões celulares, até que evolua para o estágio de blastocisto, fase do embrião que começa por volta do 5º dia após a fecundação. Esse blastocisto, que está envolto em uma camada chamada zona pelúcida, é impulsionado pelas fímbrias, os cílios tubários, e pelas contrações.

Ao se aproximar da entrada do útero, entre o 5º e o 7º dia, a zona pelúcida do blastocisto se rompe e permite que o embrião se implante no endométrio, camada interna do útero. Após o embrião se fixar, tem início a formação da placenta e de outros anexos embrionários, que promoverão o desenvolvimento do feto, bem como a comunicação entre o bebê e a mãe.

Uma implantação embrionária bem-sucedida, portanto, é fundamental para o sucesso da gestação.

O que é a laqueadura?

A laqueadura é um procedimento cirúrgico que faz a obstrução das tubas uterinas. É considerada uma técnica de esterilização feminina e, consequentemente, um método contraceptivo definitivo. Seu objetivo é impedir que ocorra a fecundação e tem uma taxa de sucesso muito elevada, em torno de 99%.

Existem diferentes formas de realizar a laqueadura, como a utilização de grampos, anéis de silicone, cauterização e assim por diante. As principais técnicas utilizadas para o procedimento são a videolaparoscopia, a minilaparotomia e a laqueadura tubária histeroscópica.

A videolaparoscopia consiste em um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, no qual o médico pode utilizar anéis ou clips para fechar as tubas, ou até mesmo cauterizá-las. É realizado através de uma pequena incisão próxima ao umbigo e na porção inferior do abdômen, por onde é inserido um laparoscópio, dispositivo utilizado para visualização dos órgãos internos, que auxiliará na execução do procedimento.

Na minilaparotomia, método menos utilizado, o médico faz uma incisão diretamente no abdômen para ter acesso às tubas uterinas.

Por último, a laqueadura tubária histeroscópica é a alternativa que não necessita de cirurgia. É realizada por via endoscópica, através da vagina.

Regras para a realização da laqueadura

Por ser considerado um método contraceptivo praticamente irreversível, existem algumas regras para a realização da laqueadura tubária.

A lei vigente no Brasil determina que a mulher que queira se submeter à laqueadura tenha mais de 25 anos de idade e, ao menos, dois filhos vivos. A mulher deve fazer uma declaração de próprio punho, devidamente assinada, manifestando o interesse em realizar o procedimento e que está ciente das informações e implicações decorrentes dele.

Além disso, caso a mulher seja casada, ainda é necessária uma autorização do cônjuge para que a cirurgia seja realizada. Uma vez enquadrada nessas condições, é preciso ainda aguardar um prazo mínimo de 60 dias entre o pedido e procedimento, a fim de evitar arrependimentos.

Reprodução assistida

Caso ocorra de a mulher ter o desejo de engravidar após a realização do procedimento, existe uma alternativa além da reversão de laqueadura, nem sempre conhecida, que aumenta as chances de sucesso: a fertilização in vitro (FIV).

A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade, em que as tubas uterinas não têm função. Os gametas (óvulos e espermatozoides) são coletados e a fecundação acontece fora do corpo, em laboratório. Os embriões formados são cultivados por alguns dias e transferidos ao útero para que possam se implantar e dar início à gestação.

Para saber mais sobre como a reversão da laqueadura funciona e quando o procedimento é indicado, toque aqui.


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