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Investigação da infertilidade feminina: como é feita?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade afeta milhares de pessoas no mundo todo, porém apesar dos altos índices ainda gera muitas dúvidas. Uma das mais comuns está relacionada ao fatores que causam a dificuldade do casal em engravidar, que podem ser femininos ou masculinos. Ou seja, tanto mulheres quanto […]"
Investigação da infertilidade feminina: como é feita?

A infertilidade afeta milhares de pessoas no mundo todo, porém apesar dos altos índices ainda gera muitas dúvidas.

Uma das mais comuns está relacionada ao fatores que causam a dificuldade do casal em engravidar, que podem ser femininos ou masculinos. Ou seja, tanto mulheres quanto homens podem ter alterações no funcionamento adequado dos órgãos reprodutores, o que dificulta ou impede o sucesso gestacional.

Assim, a saúde reprodutiva de ambos deve ser investigada para identificar as possíveis causas e determinar o tratamento mais adequado em cada caso.

Nas mulheres, geralmente é resultado de distúrbios de ovulação, obstruções tubárias ou problemas uterinos, como interferências na receptividade do endométrio, critério fundamental para que a gravidez tenha início, ou distorções na anatomia do órgão.

Continue a leitura até o final e entenda como é feita a investigação da infertilidade feminina quando há dificuldades para engravidar. Confira!

Infertilidade feminina

Além dos fatores de infertilidade, outras dúvidas também são bastante comuns, algumas estão especialmente relacionadas ao universo feminino. Entre elas está o uso de anticoncepcionais, como a pílula ou o DIU (dispositivo intrauterino).

Recorrer a esses métodos para evitar a gravidez não causa infertilidade permanente ou qualquer tipo de dano ao sistema reprodutor das mulheres. Eles atuam inibindo a ovulação, interrompendo a liberação do óvulo, e/ou provocando alterações no muco cervical, impedindo a entrada dos espermatozoides para fecundá-lo, por exemplo

Quando o uso é interrompido, portanto, é possível engravidar naturalmente, o que pode ocorrer entre o período que varia de 6 a 12 meses. Dessa forma, é importante planejar a interrupção com certa antecedência se houver o intenção de engravidar.

O único método contraceptivo considerado permanente é a esterilização feminina, laqueadura, que pode ser revertida somente em alguns casos.

As interferências na fertilidade das mulheres geralmente são consequência de diferentes doenças ou condições que podem afetar os órgão reprodutores durante a fase reprodutiva.

Algumas são bem comuns e conhecidas, como:

  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP), fortemente associada a anovulação crônica, ausência de ovulação;
  • Endometriose, que pode causar diferentes alterações desde o início. A doença pode interferir no processo de desenvolvimento e amadurecimento dos folículos, na receptividade do endométrio, provocar obstruções tubárias e danos na reserva ovariana, de acordo com a localização;
  • Miomas uterinos e pólipos endometriais também podem causar interferências na receptividade do endométrio, resultando em abortamento, ou distorções na anatomia do útero, dificultando o desenvolvimento da gravidez.

Além dessa doenças mais frequentemente registradas, outras condições podem resultar no problema. Exemplos incluem a DIP ou doença inflamatória pélvica em que podem ocorrer inflamações em todos os órgãos reprodutores, cuja principal causa são infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como a clamídia e a gonorreia, além de alguns hábitos como tabagismo, alcoolismo, sedentarismo ou excesso de exercícios físicos.

Por isso, para determinar a possível causa a investigação da infertilidade feminina deve ser feita por diferentes exames. Por outro lado, é importante observar alguns sintomas consequentes dessas condições que alertam para o problema e permitem o diagnóstico e tratamento precoces, evitando maiores danos.

No entanto, para ser diagnosticado como infértil é preciso haver pelo menos 1 ano de tentativas malsucedidas de engravidar sem o uso de nenhum método contraceptivo. Quando há interrupção do uso, o período deve ser considerado apenas após o tempo determinado para normalização do processo.

Entenda como a investigação da infertilidade feminina é feita

A investigação da infertilidade feminina começa com a anamnese, entrevista inicial com o casal em que são analisados os históricos clínicos pessoais ou familiares e acolhidos possíveis sintomas.

Entre os que podem estar presentes nas mulheres estão as irregularidades menstruais, como ausência de menstruação, ciclos mais curtos ou logos; cólicas mais severas do que o normal durante o período menstrual, corrimentos vaginais anormais com odor forte e dor durante as relações sexuais.

Embora a infertilidade possa ser muitas vezes assintomática, quando há a presença de qualquer é importante procurar um especialista o quanto antes, mesmo se a mulher não estiver tentando engravidar no momento ou se tiver apenas iniciado as tentativas.

Durante a primeira consulta geralmente também é realizada a ultrassonografia transvaginal, exame de imagem que permite identificar possíveis alterações nos órgãos reprodutores e a presença de massas, como miomas ou pólipos endometriais, por exemplo.

A investigação da infertilidade feminina para identificação da causa exata, entretanto, exige ainda a realização de outros exames laboratoriais e de imagem. O primeiro normalmente solicitado é a avaliação da reserva ovariana, que permite determinar a quantidade de folículos com capacidade para ovular.

A diminuição da reserva ovariana é, inclusive, uma causa natural de infertilidade feminina, uma vez que a mulher já nasce com a quantidade de folículos que vão ser utilizados durante a vida fértil, que naturalmente diminui a cada ciclo menstrual quando vários são recrutados para que um deles desenvolva e amadureça liberando o óvulo. Os que não desenvolveram são naturalmente eliminados.

Outros exames solicitados de acordo com as informações apuradas na anamnese são:

Exames laboratoriais

Entre os laboratoriais estão os exames de sangue, de urina e análise de secreções para identificar a presença de possíveis bactérias sexualmente transmissíveis e identificar o tipo, testes hormonais, que avaliam os níveis dos hormônios envolvidos no ciclo menstrual, cuja ação é fundamental para o sucesso de diferentes etapas.

Exames de imagem

  • histerossonografia: uma versão da ultrassonografia transvaginal com o uso de soro fisiológico para expandir o útero e permitir melhor visualização de massas como miomas e pólipos endometriais;
  • ultrassonografia transvaginal com preparo especial: normalmente indicada quando há suspeita de endometriose. No dia anterior ao exame a paciente deve esvaziar o intestino com auxílio de um laxante para possibilitar melhor visualização dos órgão reprodutores que podem ser atingidos pela doença;
  • histerossalpingografia: particularmente indicado quando há suspeita de obstruções tubárias. É um exame de raio-X realizado com utilização de contraste, cuja passagem é interrompida quando há obstruções tubárias ou mesmo malformações uterinas;
  • vídeo-histeroscopia ginecológica: pode ser solicitada de forma complementar aos outros exames ou como opção primária. Proporciona a visualização direta da cavidade uterina e, assim, o diagnóstico de diferentes condições;
  • ressonância magnética: é principalmente solicitado para confirmar a presença de endometriose em estágios iniciais, quando as lesões, por serem rasas e planas, não podem ser identificadas pela ultrassonografia transvaginal com preparo especial.

Os resultados obtidos pelos exames utilizados para investigação da infertilidade feminina orientam o tratamento mais adequado a cada paciente, que pode ser feito por medicamentos, cirurgia ou pelas três técnicas de reprodução assistida, relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), indicadas para fatores de infertilidade de menor ou maior gravidade.

Para conhecer detalhadamente sobre a infertilidade feminina e doenças que podem levar a dificuldades reprodutivas, toque aqui!


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