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Inseminação artificial homóloga: o que é e como é feita?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade é um problema que afeta milhões de pessoas no mundo todo, o que é particularmente motivado pelos hábitos das sociedades contemporâneas. No entanto, apesar dos altos números registrados anualmente, tem tratamento na maioria dos casos. As técnicas de reprodução assistida são consideradas o […]"
Inseminação artificial homóloga: o que é e como é feita?

A infertilidade é um problema que afeta milhões de pessoas no mundo todo, o que é particularmente motivado pelos hábitos das sociedades contemporâneas. No entanto, apesar dos altos números registrados anualmente, tem tratamento na maioria dos casos.

As técnicas de reprodução assistida são consideradas o tratamento padrão, utilizam diferentes métodos e procedimentos para possibilitar a gravidez. As três principais disponíveis atualmente são a relação sexual programada (RSP), a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).

Elas se diferenciam de acordo com a complexidade. RSP e IA, por exemplo, são classificadas como de baixa complexidade por preverem a fecundação de forma natural, nas tubas uterinas. Enquanto na FIV o processo acontece em laboratório, de forma controlada, e os embriões são posteriormente transferidos ao útero materno. Assim, o tratamento é realizado em mais etapas.

Ainda que RSP e IA recebam a mesma classificação no que refere à complexidade, os tratamentos também são diferentes. Este texto explica o que é inseminação artificial homóloga e como é feita, além de destacar as diferenças entre a RSP e outro tipo de inseminação artificial, a heteróloga. Acompanhe a leitura até o final e confira!

Saiba o que é inseminação artificial homóloga

A inseminação artificial é a mais antiga das técnicas de reprodução assistida, foi realizada em humanos pela primeira vez no final do século XVIII. Por isso, quando se fala em reprodução com auxílio médico, o termo inseminação se tornou uma referência popular, levando a uma frequente confusão entre os tratamentos, particularmente da IA com a FIV.

Inicialmente utilizada para solucionar problemas de disfunção erétil e de ejaculação, com os anos e evolução tecnológica a técnica também foi aprimorada e hoje possibilita, ainda, o tratamento quando há pequenas alterações nos espermatozoides, pois os mais capacitados podem ser selecionados por técnicas de preparo seminal. Esse é o principal diferencial em relação à RSP, em que é essencial a saúde dos gametas masculinos.

Inseminação artificial homóloga é o termo atualmente utilizado quando o tratamento é feito com a utilização de espermatozoides do parceiro, ou seja, quando o material biológico masculino pertence aos futuros pais, cujo direito à paternidade é inclusive amparado por leis.

No tipo heterólogo, por outro lado, podem ser utilizados espermatozoides de doadores, anônimos ou parentes de até quarto grau dos pacientes em tratamento, o que é permitido, nesse caso, pelo Conselho federal de medicina, órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil, desde que não envolva consanguinidade.

Esse tipo é particularmente importante quando não é possível engravidar com gametas próprios e para que casais homoafetivos femininos ou mulheres solteiras que desejam uma gravidez independente possam ter filhos biológicos.

Entenda como a inseminação artificial homóloga é feita

A primeira etapa do tratamento com a inseminação artificial homóloga é a estimulação ovariana, um procedimento realizados com medicamentos hormonais, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos ovarianos, estruturas que contêm o óvulo imaturo.

No ciclo menstrual natural, embora vários folículos sejam recrutados, apenas um desenvolve e amadurece, liberando o óvulo na ovulação para ser fecundado pelo espermatozoide.

Os medicamentos são administrados desde o início do ciclo menstrual e o desenvolvimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia transvaginal periódicos, realizados a cada dois ou três dias. No momento em que eles atingem o tamanho ideal, novos medicamentos são administrados, induzindo-os ao amadurecimento final e ovulação.

A ovulação ocorre em aproximadamente 36 horas após a administração dos medicamentos indutores. O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas, órgãos em que a fecundação acontece. Esse é o período de maior fertilidade das mulheres.

Simultaneamente à estimulação ovariana o sêmen do parceiro é coletado. As amostras são, então, submetidas ao preparo seminal, técnica que utiliza diferentes métodos para selecionar os espermatozoides mais saudáveis.

As técnicas de preparo seminal têm como objetivo capacitar o rendimento dos espermatozoides. Assim, permitem a seleção dos melhores, ao mesmo tempo que eliminam os de menor qualidade.

Atualmente três são mais utilizadas: a lavagem simples, a migração ascendente, também chamada swim-up e o gradiente descontínuo de densidade. A indicação da mais adequada em cada caso é feita após a realização do espermograma, exame que avalia a fertilidade masculina, indicando a qualidade seminal e dos espermatozoides abrigados nas amostras analisadas.

As amostras de sêmen com os espermatozoides mais capacitados são, então, inseridas em um cateter e depositadas no útero logo após a indução da ovulação, uma vez que os espermatozoides podem sobreviver por até 72h no organismo feminino. Dessa forma, o caminho até as tubas uterinas é reduzido, bem como as chances de engravidar são mais altas.

A inseminação artificial homóloga pode ser realizada por até três ciclos consecutivos, depois disso perde em eficácia e é indicado o tratamento com a fertilização in vitro (FIV). Os percentuais de sucesso, entretanto, quando a técnica é bem indicada são bem expressivos, semelhantes aos da gestação natural: cerca de 20% a cada ciclo.

Quer saber mais sobre a inseminação artificial? Toque aqui e leia nosso texto institucional que também aborda o assunto!


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