Quando o assunto da infertilidade vem à mente, muitas pessoas associam essa dificuldade para engravidar à mulher. Isso é histórico, mas está em processo de mudança. Hoje sabemos que a infertilidade pode ser causada por fatores masculinos e femininos igualmente.
A infertilidade é relativamente comum. Afeta cerca de 15% dos casais no mundo todo. A boa notícia é que a maioria dos casos de infertilidade masculina pode ser resolvida tratando o problema subjacente ou recorrendo a técnicas de reprodução assistida para aumentar as chances de engravidar.
Esclareceremos melhor o assunto no artigo de hoje! Continue a leitura!
Compreendendo as causas da infertilidade masculina
As causas da infertilidade masculina podem ser múltiplas. As mais comuns são:
- Varicocele: é o alargamento das veias do cordão espermático, que sustenta os testículos, provocando o aumento da temperatura da bolsa escrotal, influenciando a produção e a qualidade dos espermatozoides. É a causa mais comum de infertilidade reversível;
- Ejaculação retrógrada: acontece quando a ejaculação é empurrada para a bexiga em vez de para fora do pênis. Uma ejaculação retrógrada pode produzir pequenas quantidades de sêmen ou mesmo nenhuma. Também é conhecida como “orgasmo seco”;
- Infecções nos testículos (orquite), na próstata (prostatite) e epidídimos (epididimite);
- Alguns medicamentos, como anabolizantes ou anticonvulsivantes;
- Anormalidades genéticas;
- Problemas hormonais.
Diagnóstico de infertilidade masculina
Um exame inicial de infertilidade masculina inclui a avaliação do histórico médico, exame físico, testes hormonais gerais e uma ou mais análises de sêmen (espermograma), que avaliam o volume do sêmen, bem como o número de espermatozoides, a capacidade de se mover, a qualidade do movimento e a forma.
Além dessas análises, testes mais especializados podem ser necessários, incluindo: ultrassom dos testículos, testes de função do espermática, testes genéticos ou uma biópsia dos testículos.
A infertilidade masculina pode ser revertida?
Felizmente, na maioria das vezes, a infertilidade masculina pode ser revertida. Existem alguns recursos que podem ser empregados para reverter a situação. Os tratamentos incluem:
- Cirurgia;
- Terapia hormonal;
- Técnicas de reprodução assistida: inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), principalmente com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
Cirurgia
A dilatação anormal das veias testiculares (varicocele) pode prejudicar a fertilidade. Essa condição pode ser tratada cirurgicamente.
Os canais dentro do sistema reprodutor masculino que transportam os espermatozoides também podem estar bloqueados, talvez por lesão, aderências resultantes de processos inflamatórios ou vasectomia. Em alguns casos, o bloqueio pode ser removido cirurgicamente e os canais reparados.
Terapia hormonal
A glândula pituitária no cérebro (hipófise) libera hormônios chamados gonadotrofinas, que estimulam os testículos a produzirem espermatozoides. Em um pequeno número de casos, a infertilidade masculina é causada por níveis insuficientes dessas gonadotrofinas, causando alterações no processo. Medicamentos podem normalizar os níveis hormonais e recuperar a fertilidade.
Inseminação artificial (IA)
A técnica é bastante simples. Uma amostra de sêmen é coletada e tratada em laboratório para melhorar a probabilidade de o espermatozoide fecundar o óvulo. É então injetada no útero da parceira quando ela está ovulando. Geralmente, a mulher passa por um ciclo de estimulação ovariana para aumentar ainda mais as chances de gravidez.
Fertilização in vitro (FIV)
A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida que faz a fecundação fora do corpo humano. O sêmen é coletado e os espermatozoides capacitados por técnicas de preparo seminal.
Inicialmente a mulher é submetida à estimulação ovariana, procedimento realizado com medicamentos hormonais para estimular o desenvolvimento de mais folículos, estruturas como bolsas repletas de líquido. Esse líquido é coletado quando os folículos estão maduros por punção folicular. Desse líquido são extraídos os óvulos e selecionados em laboratório.
Em seguida, os óvulos são colocados com os espermatozoides em placas de cultura para a fecundação acontecer naturalmente.
Os óvulos fertilizados se tornam embriões, que são então transferidos ao útero da futura mãe por meio de um tubo inserido pelo colo do útero. O processo final é a implantação embrionária, que ocorre naturalmente depois da transferência.
Injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI)
Existem duas técnicas de fecundação na FIV: a clássica e a ICSI. A FIV clássica é pouco empregada hoje porque a ICSI oferece taxas mais altas de sucesso e precisa de um número muito menor de espermatozoides para obter a fecundação.
Na ICSI, cada óvulo disponível para a fecundação recebe um único espermatozoide. Os óvulos fertilizados se desenvolvem em embriões e, assim como na FIV clássica, são transferidos para o útero da paciente no momento apropriado.
Quando a infertilidade masculina não pode ser tratada
Às vezes, os tratamentos de infertilidade masculina não são bem-sucedidos. Nesse caso, pode haver outra maneira de começar uma família.
A inseminação artificial ou FIV com espermatozoide de um doador está entre as opções. O doador pode ser selecionado em um banco de esperma, que faz a triagem dos homens para infecções e certos problemas genéticos, e fornece um perfil pessoal e familiar detalhado.
O uso de espermatozoides de doadores, se a mulher não tiver alterações na saúde reprodutiva, oferece as mesmas taxas de sucesso do tratamento realizado com gametas próprios: em média 50% a cada ciclo.
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