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Infertilidade feminina: o que é?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade conjugal é definida após um ano ou mais de tentativas malsucedidas de engravidar com a prática regular de relações sexuais sem a utilização de métodos contraceptivos. O conceito é até mais amplo. Ele abrange abortamentos espontâneos. O casal só deixa de ser considerado […]"
Infertilidade feminina: o que é?

A infertilidade conjugal é definida após um ano ou mais de tentativas malsucedidas de engravidar com a prática regular de relações sexuais sem a utilização de métodos contraceptivos. O conceito é até mais amplo. Ele abrange abortamentos espontâneos. O casal só deixa de ser considerado infértil quando a gestação se conclui, chega a termo.

Essa infertilidade conjugal pode ser causada por fatores masculinos, femininos ou ambos. Aqui você vai encontrar os fatores femininos, que representam cerca de 30% dos casos de infertilidade conjugal.

Danos nos órgãos reprodutores e distúrbios de ovulação, provocados por diferentes condições, estão entre as causas mais comuns de infertilidade feminina. Assim, podemos falar que a infertilidade feminina está associada a fatores uterinos, tubários e ovarianos.

Além disso, sabemos que capacidade reprodutiva da mulher naturalmente diminui com o envelhecimento. Saber disso é fundamental para quem está tentando engravidar. A mulher tem um relógio biológico, que precisa ser considerado sempre.

No entanto, na maioria dos casos, os problemas de fertilidade têm tratamento, e, se não tiverem sucesso, o casal pode recorrer às técnicas de reprodução assistida, que aumentam as chances de engravidar.

Este texto aborda a infertilidade feminina, destacando as possíveis causas e formas tratamento. Continue a leitura até o final para saber mais!

Quais são as principais causas da infertilidade feminina?

O sistema reprodutor feminino abriga os órgãos que desempenham as funções relacionadas à reprodução humana: o útero, os ovários, as tubas uterinas e a vagina. Cada um desempenha um papel específico:

  • ovários: são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos, progesterona e estrogênio, e pelo armazenamento dos folículos ovarianos, que contêm os óvulos primários. A cada ciclo menstrual diversos folículos são recrutados, um deles se torna dominante, se desenvolve e amadurece, liberando o óvulo durante a ovulação;
  • tubas uterinas: as tubas uterinas ligam os ovários ao útero e têm como função sediar a fecundação, além de serem responsáveis pelo transporte do óvulo e dos espermatozoides para que isso aconteça, e do embrião formado até o útero para que ele possa se implantar no endométrio;
  • útero: o útero é o órgão responsável por abrigar o embrião e depois o feto até o nascimento. Após ser formado, o embrião se desenvolve durante alguns dias nas tubas uterinas e é transportado ao útero para se implantar no endométrio, camada de revestimento interno, dando início à gestação;
  • vagina: é um canal que liga o útero ao meio externo e tem o papel importante de receber os espermatozoides durante o ato sexual, além de ser o conduto para expulsão do sangue menstrual e do bebê.

Quando a função de um ou mais órgãos está comprometida, a mulher pode ter dificuldades para engravidar. Algumas doenças que afetam a mulher durante sua vida reprodutiva também podem resultar no problema.

Entre elas estão:

  • endometriose: a endometriose tem como característica o crescimento de um tecido semelhante ao endométrio fora do útero, atingindo muitas vezes os outros órgãos reprodutores. Nas tubas uterinas, pode causar obstruções e impedir o transporte dos gametas (e a fecundação) e do embrião formado. Nos ovários, pode comprometer a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos, resultando em distúrbios de ovulação, o que também impede ou dificulta a fecundação. Além disso, pode causar interferências na receptividade do endométrio, o que leva a falhas na implantação do embrião;
  • pólipos endometriais: os pólipos ocupam parte da cavidade uterina e tendem a causar interferências na receptividade endometrial e provocar falhas na implantação e abortamento;
  • miomas uterinos: miomas, particularmente os submucosos, que crescem próximos ao endométrio, assim como os pólipos, ocupam parte da cavidade uterina e podem provocar falhas de implantação e abortamento;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP): a SOP causa um desequilíbrio hormonal, resultando em problemas de ovulação, como a oligovulação, que é a ovulação irregular, ou a anovulação, ausência de ovulação, que impossibilita o processo de fecundação;
  • anormalidades na anatomia uterina: essas anormalidades podem ser congênitas, como as malformações uterinas (útero septado, unicorno, entre outros), ou adquiridas, provocadas por pólipos, miomas ou endometriose, por exemplo, e podem dificultar o desenvolvimento ou sustentação da gravidez.

Outros fatores, como a presença de doenças autoimunes, menopausa precoce, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), variações de peso, sedentarismo ou excesso de exercícios físicos e hábitos como tabagismo e alcoolismo, também podem direta ou indiretamente causar a infertilidade feminina.

Infertilidade feminina e técnicas de reprodução assistida

Cada casal é único. A infertilidade pode ser causada por inúmeros fatores e, dependendo do caso, podemos indicar a reprodução assistida.

Para investigar as causas da infertilidade, começamos pela anamnese, que é uma entrevista detalhada com o homem e com a mulher. Depois disso, podem ser solicitados diferentes exames laboratoriais e de imagem. Os resultados vão ajudar a definir o tratamento mais adequado em cada caso.

Existem 3 técnicas de reprodução assistida, duas de baixa e uma de alta complexidade (para conhecer mais de cada uma, toque nos links correspondentes). As de baixa complexidade são a relação sexual programada (RSP) e a inseminação artificial (IA). Já a de alta é a fertilização in vitro (FIV), técnica mais complexa, que realiza a fecundação em laboratório, após a coleta e seleção dos melhores óvulos e espermatozoides.

Para saber mais sobre a infertilidade feminina, toque aqui!


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