A infertilidade feminina já foi um fantasma mais assustador para as mulheres que desejam ter filhos, porém, atualmente a medicina reprodutiva disponibiliza técnicas de reprodução medicamente assistida com grande abrangência e taxas de gravidez satisfatórias, contribuindo para diminuir a ansiedade dos casais em face da possibilidade de infertilidade conjugal.
Além disso, o desenvolvimento dos equipamentos diagnósticos, com destaque para aqueles envolvidos nos exames de imagem, vem melhorando os processos diagnósticos, o que permite tratamentos cada vez mais precoces e bem-sucedidos para reverter a infertilidade feminina, quando isso é possÃvel.
O texto a seguir busca mostrar que nem sempre um diagnóstico de infertilidade feminina é irreversÃvel e, mesmo nos casos mais severos, vamos apresentar também as diversas saÃdas que a medicina reprodutiva oferece à s mulheres inférteis.
Aproveite a leitura!
O que é infertilidade?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade caracteriza-se com a não ocorrência de gravidez em um casal sexualmente ativo e em idade reprodutiva, após 12 meses de tentativas sem o uso de qualquer tipo de método contraceptivo.
Quando a mulher tem mais de 35 anos o tempo de tentativas malsucedidas considerado é menor, de 6 meses.
É importante lembrar que a infertilidade não se refere somente à dificuldades em conseguir a gestação, mas também aos casos de aborto de repetição e perdas gestacionais, quando a gravidez não chega a termo.
A infertilidade conjugal, ainda, é um quadro que pode ser provocado não somente por problemas femininos, mas também por diversos fatores de infertilidade masculina.
A infertilidade feminina é irreversÃvel?
Nem todos os casos de infertilidade feminina são iguais, já que essa condição pode ser resultado de alterações diversas, portanto, a possibilidade de reverter o quadro e as ferramentas necessárias para isso dependem diretamente das causas.
A infertilidade feminina é reversÃvel e a mulher pode ter filhos naturalmente
Especialmente quando a infertilidade é provocada por alterações transitórias, como a presença de infecções e inflamações, ou de alterações não infecciosas sutis, como massas tumorais pequenas e pouco numerosas, o tratamento primário dessas doenças pode ser suficiente para restaurar a fertilidade da mulher.
Nesse grupo encaixam-se doenças como endometrite e ISTs (infecções sexualmente transmissÃveis) com tratamento precoce e bem-sucedido, além de miomas e pólipos pequenos.
No caso das doenças infecciosas, o tratamento é feito com antibióticos e, para as massas tumorais de pequenas dimensões, a abordagem pode ser medicamentosa ou optar pela retirada desses tumores benignos.
A infertilidade feminina é reversÃvel, mas a mulher precisa da reprodução assistida
É comum que os problemas relacionados à infertilidade feminina demandem auxÃlio das técnicas de reprodução assistida e suas ferramentas, embora sejam considerados tratáveis muitas vezes. Isso costuma acontecer nos casos em que o tratamento primário é capaz de controlar os sintomas, mas a mulher continua encontrando dificuldades para engravidar.
Algumas das principais condições que levam a esse grau de reversibilidade da infertilidade feminina são:
- SOP (sÃndrome dos ovários policÃsticos);
- Endometriose;
- Adenomiose;
- Miomas uterinos (maiores e mais numerosos);
- Pólipos endometriais (maiores e mais numerosos);
- ISTs (quando deixa cicatrizes).
Nesses casos, a escolha da técnica de reprodução assistida mais adequada deve ser feita com base no diagnóstico e na idade da mulher.
A infertilidade feminina é irreversÃvel
Os casos em que a infertilidade feminina é completamente irreversÃvel são muito raros, embora algumas condições aumentem gravemente a dificuldade para conseguir a gestação, ou a impossibilitem.
É o que acontece às mulheres que precisam passar pelas cirurgias de histerectomia (retirada do útero), salpingectomia (retirada das tubas uterinas) e ooforectomia (retirada dos ovários), e não podem mais contar com essas estruturas e suas funções para engravidar.
Também aquelas com graus muito severos de anovulação – normalmente resultantes de formas graves de SOP e endometriomas, além de menopausa precoce – podem ser agrupadas nessa classificação.
Ainda assim, podemos dizer que apenas a idade da mulher é um fator irreversivelmente limitante para a gestação, já que o Conselho Federal de Medicina limita para mulheres com até 50 anos o uso da reprodução assistida para conseguir a gestação: a medicina reprodutiva pode oferecer saÃdas até mesmo para os casos mais severos, descritos anteriormente.
Como a reprodução assistida pode reverter a infertilidade feminina?
Estão disponÃveis hoje três técnicas centrais de reprodução assistida: RSP (relação sexual programada), a IA (inseminação artificial) e a FIV (fertilização in vitro), com indicações abrangentes, que podem ser úteis para abordar a maior parte dos problemas reprodutivos das mulheres.
Enquanto a RSP e a IA são indicadas somente para mulheres com SOP e endometriomas em graus mais leves, sem alterações uterinas e tubárias, já que nesses procedimentos a fecundação acontece nas tubas uterinas, a FIV é a técnica mais abrangente.
Nela, a fecundação acontece em ambiente laboratorial, utilizando gametas coletados e selecionados previamente. A própria coleta de gametas femininos, que é feita a partir da estimulação ovariana, auxilia mulheres com graus diversos de anovulação e a seleção dessas células pode melhorar ainda mais as chances de gestação.
Após a fecundação na FIV, os embriões são cultivados de 3 a 6 dias, e posteriormente selecionados para a transferência ao útero. A transferência embrionária é interessante para as mulheres com infertilidade por obstrução tubária, diminuindo também as chances de gestação ectópica, um quadro que pode ser fatal.
Além disso, para as mulheres que apresentam problemas de receptividade endometrial e dificuldades na implantação embrionária, fixação do embrião no endométrio, a FIV permite o freeze-all, congelamento dos embriões para transferência somente quando o útero está receptivo.
Para as mulheres com infertilidade irreversÃvel, ainda, a FIV possibilita a gestação com óvulos doados (ovodoação) e também a cessão temporária de útero, quando outra mulher passa pela gestação, fundamental para mulheres com problemas uterinos graves ou que não possuem o órgão.
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