ICSI e FIV: veja como é feita a fecundação em laboratório

A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida em que óvulos e espermatozoides são coletados e fertilizados em laboratório. Posteriormente, os embriões são cultivados e transferidos ao útero. Atualmente, praticamente todos os tratamentos com FIV utilizam a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI) como método de fecundação.

A ICSI é uma técnica que consiste na injeção do espermatozoide diretamente no óvulo, e isso aumenta as chances de a fecundação acontecer.

No entanto, muitas pessoas fazem confusão entre a FIV clássica e a FIV com ICSI: elas se diferenciam no método de fecundação. Para entender melhor, acompanhe até o final!

Veja quais são as principais etapas da FIV

É importante ressaltar que a FIV é uma técnica indicada para qualquer caso de infertilidade feminina ou masculina, inclusive os mais graves, como quando a paciente apresenta problemas nas tubas uterinas, quando a mulher tem mais de 40 anos ou endometriose avançada. No caso dos homens, os espermatozoides presentes no sêmen são em menor quantidade, estão ausentes ou possuem alterações graves na morfologia e motilidade.

A FIV é ainda opção se houver falha nos tratamentos de menor complexidade.

Portanto, é uma alternativa importante para quem foi diagnosticado com infertilidade e quer ter filhos. Conheça as principais etapas da técnica:

1. Estimulação ovariana e indução da ovulação: o médico especialista em reprodução assistida prescreve medicamentos hormonais para estimular o crescimento, induzir o amadurecimento e ruptura de mais folículos (ovulação), obtendo um número maior de óvulos;
2. Punção folicular e preparo seminal: após a indução da ovulação, que ocorre em aproximadamente 36 horas, o líquido folicular de cada folículo que se desenvolveu é coletado por punção e os óvulos extraídos são selecionados para a fecundação. Enquanto isso, o parceiro coleta amostras de sêmen, que são encaminhadas para o preparo seminal, quando os espermatozoides são capacitados e os melhores, selecionados;
3. Fecundação no laboratório: pode ser feita por FIV clássica ou FIV com ICSI;
4. Cultivo embrionário: os embriões formados pela fecundação são cultivados por até seis dias, processo acompanhado diariamente por um embriologista, possibilitando determinar a melhor fase de desenvolvimento para a transferência;
5. Transferências do embriões: os embriões podem ser transferidos entre o segundo e terceiro dia, fase chamada clivagem ou D3, ou entre o quinto e o sexto dia, quando atingiram o estágio de blastocisto ou D5.

Entenda como funciona a fecundação

Entenda como funciona a fecundação por FIV clássica ou FIV com ICSI.

ICSI

Na FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICS), é utilizado um microscópio de alta resolução para avaliar, novamente, cada um dos espermatozoides individualmente, em movimento. Após análise, um micromanipulador de gametas o injeta diretamente no citoplasma do óvulo, aumentando, dessa forma, as chances de o processo ser bem-sucedido.

É uma alternativa indicada especialmente para casais em que o parceiro tem espermatozoide com muitas alterações ou com azoospermia, quando não há espermatozoides no sêmen, por exemplo.

Foi, inclusive, desenvolvida para solucionar problemas mais graves de infertilidade masculina.

FIV clássica

No método clássico, óvulos e espermatozoides são colocados juntos em um meio de cultura para que a fecundação ocorra naturalmente. Para isso, o espermatozoide deverá romper a zona pelúcida do óvulo e penetrá-lo, como em processo natural.

Após a fecundação, nos dois métodos, ocorre o cultivo dos embriões e a transferência para o útero.

A transferência é bastante simples, realizada com a mulher na mesma posição dos exames ginecológicos de rotina e geralmente apenas sob sedação. Os embriões são inseridos em um cateter e, com o auxílio de um ultrassom, transferidos ao útero.

A implantação do embrião ocorre no endométrio, tecido que reveste internamente o útero, marcando o início da gravidez. No endométrio ele se desenvolve e é nutrido até que a placenta, um anexo embrionário responsável pela troca de nutrientes entre a mãe e o feto, seja formada.

Em aproximadamente duas semanas a gravidez pode ser confirmada pelo exame beta-hCG quantitativo. No entanto, se não houver sucesso, a transferência pode ser novamente realizada em um próximo ciclo: os embriões que não foram transferidos são congelados com esse objetivo, ou para obter uma gravidez no futuro.

Conclusão

A FIV é a mais avançada técnica de reprodução assistida, sendo indicada para diversos casos de infertilidade, inclusive os mais graves.

Em uma das suas etapas acontece a fecundação dos óvulos, que pode ser realizada pelo método clássico ou pela injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), método atualmente utilizado pela maioria das clínicas de reprodução assistida por garantir maiores chances de o procedimento ser bem-sucedido e um número adequado de embriões ser formado.

Dessa forma, essa é uma ótima alternativa para que o casal realize o seu grande sonho de ter um bebê.

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