O sistema reprodutor feminino é composto pelos ovários, tubas uterinas e útero. Cada órgão desempenha uma função importante no processo reprodutivo, por isso, devem funcionar corretamente para a gravidez ser bem-sucedida.
Anteriormente conhecidas como trompas de Falópio, as tubas uterinas são dois tubos musculares com aproximadamente 10 cm cada e ligam o útero aos ovários. Anatomicamente, possuem quatro partes, infundÃbulo, ampola, istmo e intramural.
A porção mais distal é o infundÃbulo, se liga aos ovários e possui prolongamentos em forma de franjas chamados fÃmbrias. Na outra extremidade, a porção intramural atravessa a parede uterina e se abre no interior do útero.
As tubas uterinas têm a importante função de sediar a fecundação, que acontece na ampola, porção mais dilatada. Para isso, quando os ovários liberam um óvulo no ciclo menstrual, elas o capturam com auxÃlio das fÃmbrias e o transportam até a ampola para aguardar o encontro com o espermatozoide. Na outra extremidade, quando ocorre a ejaculação impulsionam os espermatozoides.
O embrião formado na fecundação também inicia o processo de desenvolvimento nas tubas uterinas enquanto é transportado ao útero para se implantar no endométrio e dar inÃcio à gravidez.
É possÃvel perceber que essas estruturas são fundamentais no processo gestacional. Qualquer alteração ocasionar falhas. A hidrossalpinge está entre as condições que podem comprometer a função das tubas uterinas e resultar em infertilidade feminina.
Por outro lado, apesar de sua importância na gestação espontânea, ou seja, para engravidar naturalmente, na fertilização in vitro (FIV), principal técnica de reprodução assistida, elas não têm nenhuma função.
Continue a leitura para entender o que é hidrossalpinge, as causas dessa condição e os tratamentos indicados, entre eles a reprodução assistida quando há o desejo de engravidar. Confira!
O que é hidrossalpinge?
Hidrossalpinge é uma condição em que ocorre um acúmulo de lÃquido nas tubas uterinas como consequência de infecções. O problema geralmente resulta de um processo inflamatório no local denominado salpingite, que por sua vez pode ser uma das consequências da doença inflamatória pélvica (DIP).
A DIP pode causar inflamações em todos os órgãos reprodutores e na maioria das vezes é provocada por infecções sexualmente transmissÃveis (ISTs), como a clamÃdia e a gonorreia. Mesmo quando afeta outros órgãos, o processo inflamatório pode levar à hidrossalpinge. Assim, inclusive inflamações consequentes de procedimentos cirúrgicos podem motivar o problema.
O acúmulo de lÃquidos provoca obstruções que impedem o transporte dos gametas (óvulos e espermatozoides) e do embrião formado ao útero. Dessa forma, a fecundação não acontece e a mulher se torna infértil.
O bloqueio pode ser unilateral ou bilateral. Quando apenas uma das tubas é afetada a outra continua a executar sua função, porém, apesar de ser possÃvel engravidar naturalmente o processo é dificultado, uma vez que os ovários se alternam entre os ciclos menstruais para liberar o óvulo.
Conheça os sintomas da hidrossalpinge e saiba como a condição é diagnosticada
Os possÃveis sintomas da hidrossalpinge normalmente se apresentam quando a condição é consequência de ISTs. Corrimento vaginal com odor forte, sangramento fora do perÃodo menstrual, dor pélvica e durante as relações sexuais são os mais comuns e podem alertar para o problema.
A observação dos sintomas contribui para o diagnóstico e tratamento precoces, o que pode ajudar a preservar a função das tubas, evitando, portanto, que a hidrossalpinge cause maiores danos à saúde reprodutiva.
Quando há suspeita, são solicitados exames laboratoriais e de imagem. Os laboratoriais incluem os de sangue, urina ou a análise das secreções, quando estão presentes, para identificar a presença de bactérias e o tipo.
Já o exame de imagem padrão-ouro para avaliar obstruções tubárias é a histerossalpingografia, que utiliza raio-X com contraste para identificar o problema: obstruções interrompem a passagem dessa substância, o que é evidenciado nas imagens.
Os resultados diagnósticos orientam para o tratamento mais adequado, sempre individualizado.
Tratamento da hidrossalpinge e reprodução assistida
O tratamento da hidrossalpinge pode ser feito por medicamentos, cirurgia ou reprodução assistida, de acordo com as necessidades de cada paciente.
Nos casos em que o acúmulo de lÃquidos é provocado por bactérias, são prescritos antibióticos. Quando os agentes são sexualmente transmissÃveis, a parceria sexual deve ser igualmente investigada e tratada.
A cirurgia é indicada se a hidrossalpinge provocar obstruções. O objetivo é drenar o lÃquido e reparar possÃveis danos provocados pelo processo inflamatório. Muitas vezes pode ser necessária a remoção das tubas afetadas. Se ambas forem removidas a infertilidade se torna permanente.
No entanto, em boa parte dos casos é possÃvel engravidar após os tratamentos primários. Nos estágios iniciais, por exemplo, o ciclo com antibióticos pode solucionar o problema. Quando isso não acontece ou se ambas as tubas tiverem sido removidas, a reprodução assistida ajuda a aumentar as chances de ter filhos biológicos.
A fertilização in vitro (FIV), principal técnica, é a opção para infertilidade por fatores tubários, pois, realiza a fecundação em laboratório com posterior transferência dos embriões formados ao útero materno. Ou seja, a função das tubas uterinas não é necessária.
A FIV foi, inclusive, desenvolvida com o objetivo de solucionar obstruções tubárias, uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.
Para realizar a fecundação, óvulos e espermatozoides são previamente coletados. Os embriões se desenvolvem por alguns dias em laboratório e podem ser transferidos em dois estágios de desenvolvimento: D3, entre o segundo e terceiro dia, ou blastocisto, entre o quinto e sexto dia.
O processo de transferência é bastante simples, realizado na própria clÃnica de reprodução assistida, e logo após a mulher pode retomar suas atividades normais. O gravidez é confirmada cerca de 15 dias depois da transferência. A FIV apresenta percentuais altos de sucesso gestacional por ciclo de tratamento, em média 40%.
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A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
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