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Fragmentação do DNA espermático e fertilidade: existe relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Para a gravidez ser bem-sucedida, além do funcionamento adequado dos órgãos reprodutores de homens e mulheres, alguns elementos são essenciais, entre eles está a saúde dos gametas, as células sexuais de homens e mulheres, espermatozoides e óvulos respectivamente. O espermatozoide tem a capacidade de se […]"
Fragmentação do DNA espermático e fertilidade: existe relação?

Para a gravidez ser bem-sucedida, além do funcionamento adequado dos órgãos reprodutores de homens e mulheres, alguns elementos são essenciais, entre eles está a saúde dos gametas, as células sexuais de homens e mulheres, espermatozoides e óvulos respectivamente.

O espermatozoide tem a capacidade de se movimentar no organismo feminino para alcançar o óvulo e fecundá-lo. Durante a fecundação, penetra o gameta feminino transferindo seu material genético, características próprias e herdadas de seus antepassados que vão ser transmitidas ao futuro bebê.

O exame de rotina utilizado para avaliar a integridade do espermatozoide e prever a capacidade de fertilização é o espermograma, que analisa parâmetros como, por exemplo, a concentração no sêmen, substância que os abriga e nutre facilitando transporte, motilidade (capacidade de movimento) e morfologia (forma).

No entanto, estudos atuais demonstraram que nem sempre é possível obter uma informação precisa sobre a fertilidade masculina a partir dos resultados apontados pelo espermograma. Muitas vezes, todos os parâmetros espermáticos são definidos como normais, embora a dificuldade do homem em engravidar sua parceira ainda permaneça.

Isso significa que a população de espermatozoides presente nas amostras de sêmen analisadas pode ser subfértil ou infértil. Assim, é importante considerar outros parâmetros, como a integridade do DNA (ácido desoxirribonucleico) espermático.

Estudos também sugerem que a fragmentação do DNA espermático é uma das principais causas de infertilidade masculina. Para ser ter uma ideia, embora o problema possa ocorrer em homens com parâmetros seminais considerados normais, nos diagnosticados com baixos parâmetros o percentual é bastante alto, dados que justificam o lugar que atualmente esse fator de infertilidade ocupa no ranking.

Continue a leitura até o final e entenda a relação da fragmentação do DNA espermático com a fertilidade masculina. Confira!

O que é DNA espermático?

DNA espermático é o termo usado para definir o DNA do espermatozoide, que armazena as informações genéticas dos homens.

O espermatozoide possui cabeça, peça intermediária e cauda com flagelo. O DNA do espermatozoide fica localizado na cabeça, no núcleo, e contém um par de cada gene masculino, agrupados em estruturas conhecidas como cromossomos, cujo conjunto tem 23 pares.

Durante a fecundação, evento em que o espermatozoide penetra o óvulo formando o embrião, ocorre a fusão dos pronúcleos com os genes de cada um dos pais. O futuro bebê, portanto, tem um conjunto de cromossomos com 46 pares, e vai apresentar características biológicas da mãe e do pai, como a cor dos olhos e cabelos, por exemplo.

Fragmentação do DNA espermático e parâmetros de normalidade

Os cromossomos são compostos por DNA e proteínas associadas, um complexo chamado cromatina. Fragmentação do DNA espermático é o nome dado à condição em que ocorre a perda da integridade da cadeia de DNA presente no espermatozoide.

O DNA é formado por duas cadeias em formato de dupla hélice, constituídas por um açúcar, um grupo fosfato e bases nitrogenadas, fator essencial na replicação do DNA durante a divisão celular, em que cada hélice faz uma cópia de si mesmo. Espermatozoides com alto dano no DNA portanto, têm, os genes comprometidos.

Segundo estudos, um percentual alto de espermatozoides com fragmentação do DNA espermático pode afetar a capacidade de fertilização dos espermatozoides e, dessa forma, a fertilidade masculina, bem como a qualidade dos embriões quando a fecundação acontece. Embriões de má qualidade não conseguem se implantar, etapa que marca o início da gestação, resultando em falhas e abortamento.

Sabe-se hoje que a fragmentação do DNA espermático é consequência de vários fatores. A causa mais comum é o estresse oxidativo, que ocorre devido ao desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e o sistema de defesa antioxidante.

O fato de a membrana dos espermatozoides conter grandes quantidades de ácidos graxos poliinsaturados e seu citoplasma ter capacidade antioxidante inadequada os torna altamente vulneráveis ​​aos ataques de espécies reativas de oxigênio.

Porém, o problema também pode resultar de alterações na cromatina, de mecanismos de reparo do DNA, ou mesmo do envelhecimento, quando a qualidade dos gametas naturalmente diminui.

São considerados ainda fatores de risco condições como a varicocele e processos inflamatórios que afetam o aparelho reprodutor masculinos, como orquite, dos testículo e epididimite, dos epidídimos, frequentemente provocados por infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia, além da e de hábitos como tabagismo, alcoolismo e uso excessivo de drogas recreativas.

Para verificar a integridade do DNA espermático, são realizados testes de fragmentação do DNA espermático, que avaliam a estrutura do DNA e a cromatina. Hoje, as duas técnicas mais utilizadas para avaliar os percentuais de fragmentação são a TUNEL e o Teste da estrutura da cromatina espermática.

Os parâmetros de integridade do DNA espermático, também indicam o percentual de fertilidade e são demostrados pelos seguintes valores:

  • Maior do que 15%: integridade do DNA espermático excelente;
  • De 15% a 30%: integridade do DNA espermático boa;
  • Menor do que 30%: integridade do DNA espermático baixa.

Homens com alto dano no DNA espermático, portanto, têm baixos percentuais de fertilidade.

O tratamento é indicado de acordo com os resultados apontados pelos testes e com as causas que provocaram o problema. Se a causa for o estresse oxidativo, por exemplo, mais comum, é bastante simples e prevê apenas mudanças no estilo de vida e uma dieta balanceada, ações que reduzem os percentuais de fragmentação.

Nos casos em que a fragmentação provoca maiores danos, por outro lado, levando à infertilidade, é indicado o tratamento por reprodução assistida para auxiliar a gravidez.

Infertilidade e reprodução assistida

Homens com baixos percentuais de fertilidade como consequência de danos graves no DNA espermático podem contar com auxílio da fertilização in vitro (FIV) com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) para engravidar a parceira.

Essa técnica reproduz etapas importantes da gravidez em laboratório, como a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões, posteriormente transferidos diretamente ao útero materno.

Como os danos ao DNA geralmente ocorrem após a ejaculação dos espermatozoides, os que vão ser utilizados na fecundação podem ser recuperados diretamente dos testículos, órgãos em que são produzidos, ou dos epidídimos, ductos em que finalizam o processo de maturação e ficam armazenados até que o estímulo sexual aconteça.

Após serem recuperados, os espermatozoides são submetidos ao preparo seminal, técnica que os capacita selecionando apenas os mais saudáveis. Durante a fecundação cada um é novamente avaliado, individualmente e em movimento, por um microscópio potente e posteriormente injetado diretamente no citoplasma do óvulo.

Quando há histórico de falhas na implantação, antes da transferência o PGT (teste genético pré-implantacional) pode ser ainda aplicado. Ele analisa as células embrionárias, permitindo selecionar apenas os embriões mais saudáveis para serem transferidos.

Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela técnica são os mais expressivos da reprodução assistida.

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