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FIV: o que é e quais as regras da transferência embrionária

por Dr. Augusto Bussab



"A fertilização in vitro (FIV) é o tratamento mais eficaz na área de reprodução assistida. A técnica é considerada de alta complexidade e pode envolver diferentes procedimentos, conforme os fatores de infertilidade identificados. Apesar de o processo ser complexo, a FIV também apresenta altas taxas […]"
FIV: o que é e quais as regras da transferência embrionária

A fertilização in vitro (FIV) é o tratamento mais eficaz na área de reprodução assistida. A técnica é considerada de alta complexidade e pode envolver diferentes procedimentos, conforme os fatores de infertilidade identificados.

Apesar de o processo ser complexo, a FIV também apresenta altas taxas de sucesso, até nos casos mais graves. Com os recursos empregados nesse tratamento, pessoas inférteis aumentam suas possibilidades de ter um filho biológico.

Acompanhe este post para saber como a FIV é realizada — daremos enfoque ao procedimento de transferência embrionária, bem como às regras que o norteiam, entre outros assuntos relacionados.

Quais são as etapas da FIV?

Para entender o que é a transferência embrionária, é importante conhecer as demais etapas da FIV. O processo é dividido em 6 momentos principais:

  1. bloqueio hormonal;
  2. estimulação ovariana;
  3. aspiração dos óvulos e preparo seminal;
  4. fertilização e cultivo dos embriões;
  5. transferência para o útero;
  6. suporte hormonal.

Além das etapas principais, outros procedimentos podem ser feitos, de acordo com as necessidades de cada caso. Um exemplo de técnica complementar é o congelamento de embriões excedentes (criopreservação).

De modo resumido, a FIV começa com o bloqueio dos hormônios para evitar que a paciente tenha ovulação antes do dia da punção folicular. Em seguida, é realizada a estimulação ovariana — etapa que inclui a administração de medicamentos hormonais para estimular os folículos a se desenvolverem e produzirem uma quantidade maior de óvulos.

Quando os folículos atingem o tamanho necessário, outro hormônio é aplicado para promover a maturação final e induzir a ovulação. Antes que os óvulos sejam liberados, é feita a aspiração folicular e os gametas são retirados em laboratório.

Ainda nessa etapa, o sêmen também é analisado. Os espermatozoides são coletados por masturbação ou recebidos por doação. O material passa por técnicas de preparo seminal para que somente os gametas de melhor qualidade sejam selecionados.

A fase seguinte do tratamento consiste propriamente na fertilização. Na técnica convencional, os óvulos e espermatozoides são colocados em placas de cultura para que se unam e façam a mistura cromossômica.

Em determinados casos, a fecundação é feita a partir de uma técnica chamada ICSI — injeção intracitoplasmática de espermatozoides. Com esse recurso, os espermatozoides são injetados dentro dos óvulos para auxiliar o processo de fertilização.

Depois que os embriões são gerados, eles permanecem em cultivo durante alguns dias, enquanto o embriologista observa os estágios iniciais do processo de desenvolvimento celular.

Após o período de cultivo, os embriões são transferidos para o útero da paciente. Para finalizar o processo, a mulher recebe novos medicamentos hormonais como suporte à fase lútea, isto é, para preparar a cavidade uterina e melhorar a receptividade do endométrio — camada onde o embrião é fixado para dar início à gestação.

Como é feita a transferência embrionária?

A transferência dos embriões pode ser feita em fase de clivagem (com dois ou três dias de desenvolvimento embrionário) ou em estágio de blastocisto (com cinco dias de divisão celular).

Para esse procedimento, a paciente permanece em posição ginecológica e os embriões são introduzidos pelo canal vaginal e depositados no interior da cavidade uterina, com a ajuda de um cateter flexível. Também é utilizado um aparelho de ultrassonografia para acompanhar o processo.

A transferência embrionária é um procedimento simples e que não requer anestesia ou internação. Nos dias subsequentes, a paciente pode retornar à sua rotina habitual — com a orientação de evitar atividades de forte impacto — e aguardar o esperado resultado do teste de gravidez.

O que dizem as regras do CFM?

O Conselho Federal de Medicina (CFM) é o órgão que regulamenta a aplicação das técnicas de reprodução assistida. Dentre as normas éticas determinadas pela Resolução 2168/2017, um dos princípios gerais se refere ao número de embriões a serem transferidos conforme a idade da paciente, sendo que:

  • mulheres que tenham até 35 anos podem receber no máximo 2 embriões;
  • mulheres entre 36 e 39 anos, até 3 embriões;
  • mulheres com 40 anos ou mais recebem até 4 embriões.

A quantidade é superior a 1 para aumentar as chances de gravidez, uma vez que nem todos os embriões conseguem se fixar na parede do útero. É possível notar que o número aumenta para mulheres com idade avançada, considerando a diminuição da fertilidade feminina e da qualidade dos óvulos.

Outra razão de haver um limite no número de embriões por transferência é o risco de gestações múltiplas — com geração de dois ou mais fetos. A gravidez gemelar é mais suscetível a alguns problemas obstétricos, como abortamentos, restrição de crescimento fetal, parto prematuro etc.

Na FIV, o risco de gestação múltipla é maior do que na concepção natural, justamente porque o útero recebe mais de um embrião — enquanto na gravidez espontânea, o mais comum é que somente um óvulo seja fertilizado e alojado na cavidade uterina.

É importante que os casais estejam cientes do risco de gestação gemelar. Nesse sentido, as regras do CFM também alertam que, no caso de gravidez múltipla, é proibido recorrer a técnicas de redução embrionária, ou seja, procedimentos para retirar os embriões excedentes do útero.

Quando são formados embriões em número superior ao necessário, os excedentes devem ser criopreservados para serem usados em futuras tentativas de gravidez ou encaminhados para doação.

Segundo a resolução do CFM, se em um período de três anos de congelamento os embriões não forem utilizados em um novo processo de FIV, eles podem ser descartados, caso essa seja a vontade expressa dos pacientes.

Neste post, você teve informações voltadas para a transferência embrionária. Para saber mais detalhes sobre as outras etapas do tratamento, leia o texto específico que preparamos sobre a FIV!


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