Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

FIV e trombofilia: quais cuidados devem ser tomados?

por Dr. Augusto Bussab



"Ao tentar engravidar, muitas mulheres podem se surpreender ao descobrir que fatores como a anovulação e a síndrome dos ovários policísticos (SOP) podem reduzir sua fertilidade. Para as tentantes com trombose, infarto e derrame no histórico familiar, saber a relação entre gravidez, FIV (fertilização in […]"
FIV e trombofilia: quais cuidados devem ser tomados?

Ao tentar engravidar, muitas mulheres podem se surpreender ao descobrir que fatores como a anovulação e a síndrome dos ovários policísticos (SOP) podem reduzir sua fertilidade. Para as tentantes com trombose, infarto e derrame no histórico familiar, saber a relação entre gravidez, FIV (fertilização in vitro) e trombofilia é importante.

A condição pode também influenciar os procedimentos de reprodução assistida. Por isso, algumas mulheres, antes de iniciar a FIV, precisam realizar alguns exames de sangue e imagem, para que os cuidados necessários sejam providenciados.

Os tópicos deste texto abordam os conceitos de FIV e trombofilia, o diagnóstico e como é a gravidez nessas situações. Se você acredita que pode estar enfrentando dificuldades na concepção devido a algum problema relacionado, leia para entender mais sobre o assunto.

O que é trombofilia?

A trombofilia é uma tendência de formar, com mais facilidade, coágulos de sangue nos vasos sanguíneos, causando os trombos. Embora não aconteça em todas as pessoas que têm essa predisposição, a condição pode gerar problemas de trombose, que ocorre quando uma veia ou artéria sofre uma obstrução anormal.

A trombofilia pode apresentar, como sintomas, inchaço nas pernas, dor, vermelhidão e calor, mas isso nem sempre ocorre, já que, muitas vezes, é apenas uma predisposição com origens genéticas.

Nesse sentido, a condição pode ser classificada como:

  • hereditária: geralmente decorrente de alterações ou mutações ligadas aos inibidores da coagulação, mas também depende de fatores individuais para acontecer;
  • adquirida: acontece devido ao uso de algum medicamento hormonal ou por causa de alguma condição clínica, como neoplasia e síndrome antifosfolípide. Fatores como a obesidade, tabagismo, consumo de álcool, pressão alta e sedentarismo também contribuem para a trombofilia.

O diagnóstico da trombofilia

A trombofilia pode ser diagnosticada por meio de exames de sangue que pesquisam as dosagens de enzimas da coagulação e mutações genéticas relacionadas. Se houver suspeita de trombose, o médico deve pedir também ultrassons para confirmar.

Se forem detectadas deficiências nas proteínas C e S, no Fator V de Leiden ou um pequeno aumento da homocisteína, por exemplo, existe a chance de a paciente apresentar um quadro de trombofilia hereditária.

Esses elementos, segundo um estudo, estão presentes em pelo menos 40% dos pacientes que apresentaram tromboembolismo venoso, uma das possíveis complicações da condição.

Com relação à FIV e trombofilia, é interessante entender que nem todas as mulheres precisam passar por esse processo de diagnóstico.

O entendimento é que apenas as pacientes com histórico familiar de trombofilia ou de doenças tromboembólicas ou que já sofreram abortos de repetição precisam fazer os exames.

No entanto, quando a paciente descreve sintomas de trombose ou histórico familiar indicativo da condição, o médico pode seguir com a investigação antes de a FIV começar.

O que é FIV

A FIV é a técnica mais complexa de reprodução assistida, geralmente recomendado para casais que já tentaram, sem sucesso, ter um filho há pelo menos um ano ou que não obteve êxito com métodos mais simples, como a inseminação artificial (IA).

Na primeira etapa do procedimento, após realização de consultas e exames, a mulher recebe medicamentos hormonais que estimulam a produção de mais de um óvulo por ciclo menstrual, para que suas chances de concepção aumentem com a maior disponibilidade de gametas.

Esses óvulos, quando maduros, são coletados com auxílio de uma agulha, em um procedimento cirúrgico, para que sejam fecundados em laboratório pelos gametas masculinos. Os espermatozoides podem ser do parceiro ou provenientes de um doador, que sempre é anônimo.

A fertilização pode acontecer em uma placa de Petri, para que um dos milhares de espermatozoides fecunde o óvulo, ou por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), hoje indicada em praticamente todos os casos.

Seja qual for o método escolhido, o embriologista monitora o desenvolvimento dos embriões e, no 3º ou no 5º dia de cultivo, são transferidos para o útero da paciente.

A intersecção entre FIV e trombofilia

Quando uma mulher está grávida, o fluxo nos vasos sanguíneos aumenta naturalmente, para envolver o bebê e prevenir uma hemorragia durante o parto.

No entanto, quando a mulher tem predisposição para criar coágulos, essa situação se potencializa, o que arrisca a gravidez, que pode nem ocorrer.

No início da gestação, a mulher que tem trombofilia pode sofrer um aborto, devido à malformação na placenta e, se chegar a estágios mais avançados, podem ocorrer complicações, como parto prematuro e óbito fetal, devido a alguma obstrução nos vasos, que impede a passagem de nutrientes.

Isso não quer dizer que a FIV e trombofilia não possam coexistir. A mulher pode, sim, engravidar com essa condição, desde que faça seus exames e siga as recomendações médicas.

Ela pode ter que aplicar injeções de medicamentos específicos em sua barriga diariamente, evitar ficar parada por muito tempo e controlar doenças relacionadas, como a pressão alta, diabetes e obesidade, além de fazer um pré-natal rigoroso.

A FIV e trombofilia, conforme evidenciado neste texto, estão correlacionadas, mas esse fator não impede o sucesso do procedimento. Para que isso aconteça, a paciente precisa ser acompanhada por um médico e, se necessário, passar por uma investigação mais minuciosa. Em alguns casos, o obstetra passa um anticoagulante, que pode ser administrado pela própria paciente ou um familiar, o que reduz os riscos envolvidos.

Agora que você já entendeu que a FIV e trombofilia estão relacionadas, se quiser saber mais sobre o procedimento, confira a nossa página sobre fertilização in vitro.

 


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...