A FIV (fertilização in vitro) é a técnica de reprodução assistida com maior complexidade atualmente e permite a possibilidade de ter filhos para casais inférteis, pessoas solteiras que busquem produção independente e casais homoafetivos, tanto femininos como masculinos.
No artigo de hoje, vou mostrar como casais homoafetivos masculinos podem ter filhos pela FIV e quais são as regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Se você quer saber mais sobre o assunto, recomendamos a leitura!
O que é FIV e como é realizada
A FIV é uma técnica de reprodução assistida bastante conhecida hoje. O processo de fecundação do óvulo pelo espermatozoide na FIV ocorre fora do organismo feminino, em laboratório.
Depois da formação dos embriões, eles são transferidos para a cavidade uterina.
As etapas da FIV são: estimulação ovariana, aspiração folicular e coleta do sêmen, fecundação, cultivo embrionário e transferência dos embriões ao útero. No entanto, no caso de casais homoafetivos masculinos, ela se torna mais complexa, uma vez que o casal precisa de óvulos doados e de um útero cedido temporariamente para a gestação (cessão temporária de útero).
FIV e casais homoafetivos masculinos: doadora de óvulos
Os casais homoafetivos masculinos necessitam, inicialmente, de uma doadora de óvulos, que deve ser anônima.
Uma vez escolhida a doadora pelo casal na própria clÃnica com base nas caracterÃsticas fenotÃpicas dela, é feita a coleta do sêmen de um dos membros do casal. Assim que os gametas femininos e masculinos são coletados e preparados, são fecundados por um método denominado injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), em que cada espermatozoide é injetado com o auxÃlio de um microscópio e uma microagulha diretamente no óvulo.
Uma vez fecundados os óvulos, os embriões formados são cultivados em laboratório por 3 ou 5 dias, dependendo da opção de transferência para o útero.
O útero de substituição: outra etapa necessária aos casais homoafetivos masculinos
O casal homoafetivo masculino também depende de uma técnica denominada útero de substituição ou cessão temporária de útero.
Por determinação do CFM, a concedente do útero de substituição, ou seja, a mulher que irá gerar o feto, precisa obrigatoriamente ser parente de até quarto grau de um dos membros do casal homoafetivo. Demais casos estão sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina.
As possibilidades são:
- primeiro grau – mãe/filha;
- segundo grau – avó/irmã;
- terceiro grau – tia/sobrinha;
- quarto grau – prima.
Todas essas técnicas devem ser realizadas sem qualquer tipo de relação comercial.
Depois de escolhida a mulher que cederá o útero para a gestação, os embriões formados da fecundação são transferidos ao seu útero, num processo igual ao que ocorre em casais heterossexuais. O processo é mais complexo, mas tem as mesmas chances de sucesso, que é cerca de 40% por tentativa.
A lei assegura o direito do casal que solicitou a realização da FIV em registrar a criança e ter sua guarda definitivamente. Trata-se de um processo já consolidado no Brasil e em outros paÃses do mundo.
Em casais homoafetivos femininos a RA é mais simples
O processo de reprodução assistida em casais homoafetivos femininos é mais simples, pois não existe a necessidade de doação de óvulos nem da cessão temporária de útero, mas apenas da doação de espermatozoides. Sendo assim, apenas uma das mulheres precisa se submeter à estimulação ovariana. No entanto, é comum que uma delas faça a estimulação e a outra passe pela gestação, como forma de as duas participarem do processo.
Em seguida, por meio da ICSI, os óvulos são fertilizados com espermatozoides de um doador anônimo dando origem a embriões que são transferidos para o útero de da parceira escolhida para gerar a criança.
Taxas de sucesso
As taxas de sucesso da FIV sempre estão relacionadas principalmente à idade da mulher. Nesse caso, está relacionada à idade da mulher que doou os óvulos, não da que cedeu o útero. A idade dos óvulos é o principal fator de fertilidade. Em geral, as taxas da FIV ficam em cerca de 40% por ciclo de tentativa.
Para saber mais sobre a FIV e casais homoafetivos, leia esse artigo.
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