Espermograma e azoospermia: o que significa?

A fertilidade do homem também é fundamental para que uma gravidez espontânea aconteça. Sendo assim, problemas relacionados ao sêmen interferem nas chances do casal que deseja ter filhos. As alterações dessa natureza, incluindo a azoospermia, são reveladas pelo espermograma — exame solicitado na investigação da infertilidade masculina, com a finalidade de avaliar os parâmetros seminais do paciente.

Por muito tempo, a dificuldade de um casal engravidar era atribuída principalmente à mulher. Com os avanços diagnósticos da medicina reprodutiva, ficou claro que o homem também pode ser infértil. A principal ferramenta empregada para avaliar a fertilidade masculina é o espermograma.

Confira as informações adiante para entender como o espermograma é realizado, o que é azoospermia e de que forma o homem pode ter sua fertilidade restaurada!

O que é espermograma?

O espermograma é um importante exame masculino realizado com análises macroscópicas e microscópicas do sêmen. É solicitado quando o casal realiza a investigação da infertilidade e para acompanhar o resultado de procedimentos cirúrgicos como vasectomia e reversão de vasectomia.

Para a realização do exame, o paciente é orientado a cumprir entre 2 e 7 dias de abstinência sexual, bem como evitar outras práticas que levem à ejaculação. A amostra seminal é coletada por masturbação, normalmente na própria clínica de análises.

Em laboratório, o material é analisado primeiramente quanto às suas características físicas (macroscópicas): volume ejaculado, coloração do sêmen, pH, viscosidade e tempo de liquefação.

Na segunda parte da análise, são observados os aspectos microscópicos, os quais se referem especificamente aos espermatozoides. Assim, são avaliados os parâmetros de concentração, motilidade e morfologia das células sexuais.

É importante não deixar dúvidas em relação aos termos que muitas vezes são confundidos: sêmen ou esperma é o líquido ejaculado, enquanto espermatozoides são os gametas masculinos. Em condições normais, são encontrados mais de 39 milhões de espermatozoides em uma amostra total de sêmen.

O que é azoospermia?

Azoospermia é a ausência de espermatozoides no sêmen. É uma condição que o homem sozinho não pode identificar, visto que os espermatozoides não são observáveis a olho nu. Portanto, somente a realização de um espermograma revela essa alteração seminal.

O homem pode ou não apresentar sintomas das doenças associadas, isto é, das causas de azoospermia. Além disso, o volume de sêmen não é alterado pela ausência dos gametas, pois o líquido seminal é composto, em maior parte, por fluídos da próstata e das vesículas seminais. Os espermatozoides constituem apenas uma pequena fração do líquido ejaculado.

Isso significa que o homem pode apresentar volumes normais de esperma na ejaculação, mas nem desconfia de que o fluído não contém células sexuais. Nessa condição, como os espermatozoides não chegam ao trato reprodutivo feminino para fecundar o óvulo, não há chances de gravidez.

Quais são as causas de azoospermia?

A azoospermia é considerada uma causa grave de infertilidade masculina. Por si só, não se trata de uma condição patológica, mas de uma consequência de outras doenças ou procedimentos cirúrgicos.

Existem dois tipos de azoospermia: obstrutiva e não obstrutiva. A primeira é caracterizada pela presença de pontos de obstrução no trato reprodutivo masculino, de modo que os espermatozoides, mesmo sendo produzidos normalmente, são barrados em seu trajeto e não conseguem se juntar ao sêmen.

As principais causas de azoospermia obstrutiva são:

• formações cicatriciais decorrentes de processos infecciosos e inflamatórios no aparelho genital;
• defeitos congênitos, como ausência dos vasos deferentes;
• presença de tumores;
• cirurgia de vasectomia.

Na azoospermia não obstrutiva, a ausência de espermatozoides tem relação com falhas na produção das células. As causas para isso são:

• varicocele;
• distúrbio hormonal;
• anormalidades genéticas;
• traumas testiculares;
• uso de anabolizantes;
• terapias oncológicas.

Como a reprodução assistida ajuda nos casos de azoospermia?

As clínicas de reprodução assistida trabalham com técnicas desenvolvidas de forma específica para superar diferentes problemas reprodutivos. Os casos de azoospermia são considerados graves, tendo como principal indicação a fertilização in vitro (FIV) com recuperação espermática e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

Antes disso, porém, o paciente pode tentar a restauração da fertilidade espontânea com tratamentos pontuais das causas de azoospermia, feitos com abordagem medicamentosa ou cirúrgica.

Quando realizam a FIV, os pacientes azoospérmicos têm suas células sexuais coletadas por meio de procedimentos de recuperação espermática — PESA/MESA ou Micro-TESE. São métodos que envolvem punção ou microcirurgia para retirar os espermatozoides diretamente dos testículos e epidídimos, órgãos onde os gametas são produzidos e amadurecem.

Depois que um número suficiente de espermatozoides é coletado, o processo de fertilização é feito em laboratório com a modalidade ICSI, que consiste em analisar detalhadamente cada gameta e injetá-lo dentro de um óvulo — tudo isso com o auxílio de um microscópio de alta resolução. Após alguns dias de cultivo em incubadora, os embriões são transferidos para o útero.

Com todos os recursos empregados nos tratamentos de reprodução assistida, o casal aumenta suas chances de iniciar uma gravidez, mesmo quando descobre a condição de azoospermia após a realização do espermograma.

Confira o texto institucional sobre espermograma para obter mais informações!

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