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Endometriose, útero retrovertido e infertilidade: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"Quando se trata das estruturas do aparelho reprodutor feminino, é preciso considerar que pode haver mudanças anatômicas de uma mulher para outra. Uma condição é o útero retrovertido, um assunto que costuma estar relacionado com a endometriose e infertilidade. O mais comum é que o […]"
Endometriose, útero retrovertido e infertilidade: qual a relação?

Quando se trata das estruturas do aparelho reprodutor feminino, é preciso considerar que pode haver mudanças anatômicas de uma mulher para outra. Uma condição é o útero retrovertido, um assunto que costuma estar relacionado com a endometriose e infertilidade.

O mais comum é que o útero, que tem o formato de uma pera, seja projetado para a frente, em direção ao abdômen. No entanto, quando ele é retrovertido, está projetado para a parte posterior do corpo, quer dizer, para as costas.

Mas será que ter o órgão nesse formato interfere nas chances de gravidez? E qual a relação entre o útero retrovertido, endometriose e infertilidade? Para entender melhor essa questão, não deixe de conferir nosso texto!

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença que afeta cerca de 10% das mulheres no Brasil. É uma condição inflamatória e crônica que ocorre quando um tecido semelhante ao endométrio, que reveste internamente o útero, passa a ocupar locais fora do órgão, como peritônio, ovários, tubas uterinas, intestino e bexiga.

Desse modo, a endometriose é um quadro que pode trazer dores fortes, afetando o dia a dia e a qualidade de vida da mulher. Muitas sofrem com cólicas severas no período menstrual ou ainda com dores nas relações sexuais. A condição pode trazer incômodo ao urinar, evacuar e é um fator importante para os casos de infertilidade.

Um ponto preocupante é que, muitas vezes, a mulher demora a receber o diagnóstico da endometriose, situação que pode piorar a gravidade do quadro.

Qual é a relação entre útero retrovertido e endometriose?

Como foi dito, o útero retrovertido está virado para trás e não para a frente. No entanto, isso não aumenta o risco de desenvolver endometriose. O que acontece é que a endometriose pode ser a causa do útero retrovertido devido às alterações na morfologia do útero que ela pode provocar.

A mulher, portanto, pode ter endometriose e útero retrovertido, o que, nesse caso, pode aumentar as chances de infertilidade por causa da endometriose, não da posição do útero.

Somente ter o útero retrovertido é uma condição para infertilidade?

O útero retrovertido por si só não tem relação alguma com a infertilidade. Se a mulher tiver apenas o útero retrovertido e não tiver endometriose ou qualquer outra condição que possa dificultar a gravidez, ela pode ter filhos normalmente.

Aliás, muitas mulheres só descobrem que têm o útero projetado para trás quando fazem o ultrassom transvaginal. Assim, levam uma vida normal, pois não é uma condição que costuma interferir no dia a dia nem causar dor.

Então, ter útero retrovertido não atrapalha a fertilidade feminina e não traz problemas durante a gravidez. Por isso, somente em casos bastante raros é uma situação que demanda algum tipo de tratamento.

Saiba, ainda, que muitas mulheres já nascem com o útero nessa condição invertida, o que não representa risco.

Em alguns casos, no entanto, essa inversão de posição do órgão pode ser decorrente de parto, cirurgia pélvica, miomas, endometriose ou outras lesões.

Qual a relação da endometriose com a infertilidade?

Na situação de a mulher ter o útero retrovertido e receber o diagnóstico de endometriose é necessário ter uma preocupação quanto à infertilidade, devido ao quadro inflamatório da doença.

Isso porque a inflamação pode causar alterações nas estruturas do sistema reprodutor feminino, como as tubas uterinas, ovários, bexiga e intestinos. Assim, pode comprometer a qualidade dos óvulos ou dificultar o encontro do gameta feminino com o espermatozoide pela formação de lesões e aderências.

A doença pode também prejudicar a implantação do embrião no endométrio, resultando em abortamento.

Qual é o tratamento para a endometriose e por que as técnicas de reprodução assistida são importantes?

É necessário destacar que existe tratamento para a endometriose em mulheres com o útero tanto em posição normal, como retrovertido. Ele pode ser feito com o uso de medicamentos hormonais ou, dependendo da gravidade e do quanto interfere na qualidade de vida da mulher, pode ser cirúrgico (por videolaparoscopia).

No entanto, em alguns casos, o tratamento não tem o resultado esperado e a fertilidade da mulher não é restabelecida. Em outros casos, a cirurgia não é indicada. Apesar do abalo emocional dessa situação, é importante ter em mente que os tratamentos de reprodução assistida estão bem avançados e oferecem altas taxas de sucesso.

Assim, são indicados inclusive para mulheres com diagnóstico de endometriose. Um exemplo é a fertilização in vitro (FIV), em que é feita a coleta dos óvulos e espermatozoides, a seleção dos melhores gametas, a fecundação e o cultivo do embrião em laboratório, posteriormente transferido ao útero para se implantar no endométrio e dar início à gestação.

Como foi possível observar, o útero retrovertido não está relacionado à infertilidade, mas a endometriose pode levar à inversão do útero e a endometriose sim pode causar infertilidade.

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