Cada órgão do sistema reprodutor feminino exerce uma função importante no processo reprodutivo. Os ovários, por exemplo, devem liberar um óvulo em cada ciclo menstrual para ser fecundado pelo espermatozoide e gerar a primeira célula do embrião.
As tubas uterinas respondem pelo transporte dos gametas, óvulos e espermatozoides, para que a fecundação aconteça e do embrião formado ao útero, órgão em que se implanta apara dar inÃcio à gestação e permanece abrigado até o nascimento.
A implantação do embrião ocorre no endométrio, um tecido epitelial altamente vascularizado, formado por glândulas e estroma preparado durante o ciclo menstrual. Na primeira metade, o estrogênio o torna mais espesso e vascularizado, criando um ambiente adequado para receber o embrião.
Na segunda, a progesterona finalizada esse processo. Quando não há fecundação, descama originando a menstruação e um novo ciclo.
A endometriose é uma condição em que um tecido semelhante ao do endométrio cresce fora do útero, geralmente em locais próximos, incluindo o peritônio, camada que recobre a cavidade pélvica e seus órgãos, que também podem ser afetados, tubas uterinas, ovários, bexiga e intestino.
Atualmente é considerada a principal causa de infertilidade feminina, com interferências que podem ocorrer dos estágios iniciais aos mais avançados, independentemente do órgão afetado. Continue a leitura para conhecer a endometriose na bexiga e sua relação com a fertilidade das mulheres. Confira!
Saiba mais sobre a endometriose na bexiga
Endometriose na bexiga é um tipo raro da doença, no qual o tecido ectópico cresce na bexiga em estágios mais avançados da doença. Por ser de crescimento lento e geralmente assintomática nos estágios iniciais, em que as lesões são superficiais, a endometriose tende a ser diagnosticada quando já evoluiu e atingiu diversos órgãos.
No inÃcio, a suspeita surge apenas nos casos de dificuldade reprodutiva. À medida que avança, entretanto, outros sintomas podem se apresentar, o mais marcante é a dor pélvica, que pode ser percebida pelo aumento da intensidade das cólicas menstruais, tornando-se crônica nos estágios mais avançados, em que o tecido ectópico já invadiu profundamente outros órgãos.
Mulheres com endometriose na bexiga, além da dor pélvica podem ter sintomas como urgência e aumento na frequência urinária, dor ao urinar e sangue presente na urina, bem como dificuldades para engravidar.
As interferências na capacidade reprodutiva são consequência do processo inflamatório caracterÃstico da doença, motivado pela presença anormal do tecido ectópico. Assim, a endometriose na bexiga pode causar:
- distúrbios ovulatórios: durante os ciclos menstruais, vários folÃculos, que contêm o óvulo imaturo, são recrutados e crescem, porém apenas um deles se torna dominante , desenvolve e amadure o suficiente rompendo para liberar seu óvulo na ovulação. O processo inflamatório pode provocar dificuldades no crescimento, desenvolvimento e amadurecimento dos folÃculos ovarianos, resultando em ovulação irregular (0ligovulação) ou ausência de ovulação, anovulação, bem como interferir na qualidade dos óvulos;
- falhas na implantação do embrião: o processo inflamatório também interfere no preparo adequado do endométrio, levando a falhas na implantação do embrião e, consequentemente, abortamento. O abortamento repetido, perda de gestações clinicamente comprovadas antes da 22ª semana por mais de dois meses consecutivos, é um dos critérios que define o quadro de infertilidade feminina, igualmente diagnosticada quando não há sucesso gestacional após um ano de tentativas malsucedidas sem o uso de métodos contraceptivos.
Além disso, normalmente quando a endometriose atinge a bexiga, os órgãos reprodutores já foram igualmente comprometidos, incluindo os ovários e as tubas uterinas, que têm sua função prejudicada. Distúrbios ovulatórios, redução da reserva ovariana, obstruções tubárias, falhas na implantação do embrião e distorções anatômicas estão entre os problemas que podem ocorrer.
No entanto, existem vários tratamentos disponÃveis para endometriose na bexiga, incluindo medicamentos para aliviar a dor e a inflamação, cirurgia para remover implantes e/ou aderências resultantes do processo inflamatório e reprodução assistida se houver o desejo de engravidar.
A endometriose, entretanto, é uma doença crônica e não há cura definitiva. O objetivo do tratamento, sempre individualizado, é controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das portadoras.
A opção pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas, idade e desejo de maternidade no momento. Por isso, é importante conversar com um médico especialista para discutir o mais adequado.
Reprodução assistida
Mulheres com infertilidade consequente da endometriose na bexiga podem contar com a reprodução assistida para obter a gravidez, como opção primária ou se não houver sucesso em abordagens anteriores. A principal técnica indicada é fertilização in vitro (FIV).
A FIV, reproduz em laboratório etapas importantes da gravidez, como a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões, posteriormente transferidos diretamente ao útero materno.
Os óvulos são previamente coletados e selecionados para fecundação, após os ovários serem estimulados por medicamentos hormonais, contornando, dessa forma, distúrbios ovulatórios e problemas na qualidade dos óvulos.
Além disso, contorna outros fatores de infertilidade associados, como obstruções tubárias, uma vez que esses órgão não têm nenhuma função no tratamento.
Antes de o embriões serem transferidos, o endométrio pode ainda ser adequadamente preparado por medicamentos hormonais. Nesse caso, todos os embriões são congelados e transferidos apenas no ciclo seguinte, técnica complementar à FIV conhecida como freeze all.
Os percentuais de sucesso gestacional proporcionados pela FIV são os mais altos da reprodução assistida.
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