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Endometriose e ISCA: qual a relação?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade é uma condição definida como a incapacidade de um casal engravidar após um ano de tentativas, sem o uso de métodos contraceptivos. Ela acomete, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, podendo ser […]"
Endometriose e ISCA: qual a relação?

A infertilidade é uma condição definida como a incapacidade de um casal engravidar após um ano de tentativas, sem o uso de métodos contraceptivos. Ela acomete, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, podendo ser causada por fatores femininos e/ou masculinos.

Por esse motivo, reforçamos a importância quanto ao cuidado da saúde reprodutiva, tanto por parte da mulher, quanto do homem. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais certa for a identificação da causa, melhor será o direcionamento do tratamento.

Existem casos, contudo, em que, mesmo após uma profunda investigação clínica, não é possível descobrir a causa da infertilidade. Nessas situações, dizemos que o quadro é caracterizado como ISCA (infertilidade sem causa aparente).

E, para que esse diagnóstico seja realmente confirmado, é necessário que vários exames sejam feitos. É importante que todas as possíveis causas da infertilidade sejam descartadas, inclusive aquelas que se passam de forma silenciosa.

Entre essas últimas, há o exemplo da endometriose, uma doença que, às vezes, é assintomática, mas que pode acometer o funcionamento dos órgãos reprodutores e levar a mulher a ter dificuldades de engravidar. Neste texto, falaremos mais sobre a sua relação com os casos de ISCA. Leia abaixo!

Endometriose: o que é e quais são seus sintomas?

O útero é um órgão muscular do aparelho reprodutor feminino. A sua função é a de receber o embrião e oferecer as condições para o desenvolvimento do feto até o nascimento do bebê.

Para isso, o seu revestimento interno é composto de um tecido vascularizado conhecido como endométrio. Esse tecido, sob o efeito dos hormônios sexuais femininos estrogênio e progesterona, em preparação para a fixação do embrião, aumenta sua espessura e volume durante os ciclos menstruais. Caso a fecundação não ocorra, ele descama e é eliminado sob a forma de sangue menstrual.

Porém, devido a alguns fatores, pode acontecer de essas células endometriais se implantarem fora do útero, geralmente em órgãos próximos, como o peritônio, ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino. Em determinadas mulheres, parte do sangue é expelido e outra parte retorna e se fixa nesses locais. Dependendo de alguns fatores, essas células que se fixam nesses outros locais podem levar ao desenvolvimento da endometriose.

Os principais sintomas da endometriose são a ocorrência de dores intensas na região pélvica, nos momentos de relação sexual e até mesmo na hora de urinar e/ou evacuar. A mulher também pode sentir cólicas fortes nos períodos pré e durante a menstruação, além de uma constante sensação de fadiga. São manifestações que podem afetar diretamente sua qualidade de vida.

Porém, há muitos casos em que a endometriose passa de forma despercebida ou com sintomas brandos e difusos. Isso pode dificultar a realização de um diagnóstico precoce, e, como consequência, levar à infertilidade e o casal só suspeitar de algo errado quando começar as tentativas de ter filhos.

Endometriose e fertilidade

Quando as células endometriais se instalam em outros órgãos, inclusive nos que formam o sistema reprodutor, como tubas uterinas e ovários, provocam um processo inflamatório devido à ação dos hormônios que regulam o ciclo menstrual.

Assim como o endométrio se torna mais espesso ao longo do ciclo menstrual por causa da ação dos hormônios, essas lesões provocadas pela endometriose também passam pelo mesmo processo, e esse processo inflamatório provoca os sintomas e as consequências da doença, como dor e infertilidade.

A endometriose pode provocar infertilidade por diversos fatores e nem sempre eles são identificados inicialmente. Em alguns casos, a doença é tão superficial que é difícil de identificá-la, por isso o exame para diagnóstico de endometriose deve ser feito por profissional especializado e experiente. Se o casal estiver enfrentando dificuldades para engravidar e a endometriose não for identificada, pode se caracterizar o quadro de ISCA.

A endometriose, é válido ressaltar, é o principal fator de infertilidade feminina. Isso porque, na maioria dos casos, a doença é identificada de forma tardia. Os sintomas variam em intensidade e frequência em cada situação, e as cólicas menstruais são encaradas pela mulher como um processo natural do corpo, comuns ao período menstrual.

Diagnóstico de endometriose

Sabemos que o diagnóstico da endometriose encontra alguns desafios, principalmente quando a doença está em estágios iniciais de desenvolvimento, quando as lesões são pequenas e dificilmente diagnosticadas pelos exames tradicionais.

Por isso, não é incomum que durante as investigações da infertilidade os exames tradicionalmente realizados para investigar a doença não a detectem, levando à condição chamada de ISCA.

Por isso, a mulher deve estar atenta à sua saúde como um todo: perceber se o nível de fadiga é coerente com o esforço feito no dia, se seu ciclo menstrual está ocorrendo normalmente, se sente dor em algum momento e, de forma geral, se há alguma mudança em seu corpo de forma geral. É sempre importante estar atenta aos sinais que o corpo manifesta.

Quando há suspeita de endometriose, por outro lado, os exames adequados, realizados por uma equipe especializada, permitem a identificação da doença mesmo em estágios iniciais.

Além disso, ainda que a endometriose possa interferir na fertilidade mesmo nos estágios iniciais, isso não acontece com todas as portadoras da doença, e, se houver o desejo de engravidar, ainda é possível recorrer às técnicas de reprodução assistida, indicadas após uma anamnese e uma investigação detalhada dos possíveis fatores de infertilidade, tanto femininos como masculinos.

Hoje, as três técnicas principais – relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV) – possibilitam o tratamento da endometriose, de acordo com a evolução da doença.

Dessa forma, quanto mais cedo a endometriose for diagnosticada, mais cedo se descarta a ISCA, e podem ser utilizados os recursos certos para que o casal possa realizar o sonho de ter filhos.

Para ler mais sobre a endometriose, toque aqui.


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