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Endométrio: o que é e qual sua função para a fertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"O processo reprodutivo humano é complexo, e todas as etapas precisam estar em harmonia para que a gestação ocorra com sucesso. Durante o ciclo menstrual, o corpo é preparado por alterações hormonais que enviam “sinais” para o sistema reprodutivo feminino cumprir suas funções, sendo uma […]"
Endométrio: o que é e qual sua função para a fertilidade?

O processo reprodutivo humano é complexo, e todas as etapas precisam estar em harmonia para que a gestação ocorra com sucesso.

Durante o ciclo menstrual, o corpo é preparado por alterações hormonais que enviam “sinais” para o sistema reprodutivo feminino cumprir suas funções, sendo uma delas preparar e fornecer ambiente apropriado para a implantação do embrião no útero.

O endométrio receptivo é pré-requisito para a implantação do embrião, além de fornecer condições para o seu desenvolvimento.

Neste texto, abordarei o conceito de endométrio, sua relação com a fertilidade, que tipos de distúrbios podem afetá-lo e quais exames avaliam sua condição. Confira!

O que é endométrio?

O endométrio é a mucosa que recobre a parede interna do útero. Ele muda de espessura ao longo do ciclo menstrual de modo a fornecer o ambiente adequado para a implantação do embrião, consolidando a gravidez.

Isso significa que alterações que o envolvem podem afetar a fertilidade da mulher, pois para que o embrião consiga se fixar no útero é necessário que o endométrio tenha a espessura ideal e esteja saudável.

Formado por duas camadas: a primeira camada, o estrato basal, se liga à camada de tecido muscular liso do útero, chamado miométrio.

Essa camada serve como uma âncora para o endométrio dentro do útero e permanece relativamente inalterada.

A segunda camada é dinâmica. Isso significa que ela muda em resposta ao fluxo mensal de hormônios que orientam o ciclo menstrual.

Por esse motivo, é chamado de estrato funcional ou camada funcional. É a parte do endométrio em que um óvulo fertilizado (ou blastocisto) será implantado, se a concepção ocorrer.

Por que ele é fundamental para a fertilidade?

Durante o ciclo menstrual, estruturas chamadas glândulas uterinas tornam-se mais longas e minúsculos vasos sanguíneos proliferam — processo chamado de vascularização.

Como resultado, o revestimento endometrial torna-se mais espesso e enriquecido com sangue, de modo que está pronto para fixar o embrião.

Ele também é o local em que a placenta (órgão que fornece oxigênio, sangue e nutrientes ao feto) se desenvolve.

Se o óvulo não conseguir se fixar no endométrio, seja porque ele não está com a espessura adequada ou qualquer outra alteração, a concepção não ocorre.

Quando não há fecundação, a acumulação de vasos sanguíneos descama do tecido, resultando no fluxo menstrual.

Que tipos de distúrbios podem afetá-lo?

Algumas mulheres podem experienciar anormalidades no revestimento endometrial, que pode crescer ou se espalhar pelo organismo.

Para muitas mulheres, essas alterações resultam em uma ou mais condições que podem afetar a fertilidade.

Câncer de endométrio

Doença mais prevalente em mulheres que estão na pós-menopausa, acima dos 60 anos.

Sintomas: sangramento vaginal entre as menstruações; secreção aquosa ou com sangue muito claro; dor pélvica e dor durante a relação sexual.

Tratamento: depende do estágio da doença. Pode ser indicado tratamento cirúrgico com remoção do útero (histerectomia), retirada dos ovários e tubas uterinas, além dos devidos tratamentos quimioterápicos.

Pólipo endometrial

Caracterizada pelo crescimento excessivo de células na parede interna do útero.

Sintomas: período menstrual irregular; sangramento vaginal entre cada menstruação; sangramento vaginal após contato íntimo e dificuldade para engravidar.

Tratamento: remédios hormonais ou cirurgia, dependendo do caso.

Adenomiose

Ocorre quando o tecido que se encontra dentro das paredes uterinas aumenta de tamanho.

Sintomas: sangramento e cólicas intensas durante a menstruação; dor durante o contato íntimo; prisão de ventre e inchaço abdominal.

Tratamento: podem ser utilizados anticoncepcionais, colocação de DIU ou cirurgia para retirada do útero, nos casos mais graves.

Endometriose

Caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endometrial fora do útero.

Sintomas: dismenorreia (dores no período menstrual); dores nas relações sexuais; dores ao urinar e evacuar, especialmente no período menstrual; fadiga; diarreia; e infertilidade.

Tratamento: medicamentos para controlar a dor e minimizar a progressão da doença ou cirurgia. O tratamento de endometriose é complexo porque a doença pode se manifestar de diferentes formas e apresentar gravidades que variam.

Endometrite

Caracterizada pela infecção do endométrio.

Sintomas: febre; irritação uterina; hemorragias vaginais anormais; dismenorreia (dor durante a menstruação); corrimento vaginal com mau cheiro, com ou sem sangramento; inchaço ou distensão abdominal; dispareunia (dor nas relações sexuais).

Tratamento: antibióticos, anti-inflamatórios e cirurgia, para casos graves.

Os tratamentos cirúrgicos devem ser evitados, principalmente a histerectomia, pois altera radicalmente o sistema reprodutor da mulher.

Quais exames podem ser feitos para avaliar o endométrio?

O endométrio saudável é essencial para o sucesso da gestação. Assim, surgem novas soluções para obter informações de possíveis causas assintomáticas da infertilidade e falhas de implantação.

Esses testes permitem a identificação da condição do endométrio a partir da análise da amostra do tecido endometrial.

Teste ERA – Análise da Receptividade Endometrial

É um teste genético que avalia e identifica se o revestimento endometrial está adequado para receber o embrião, o que aumenta as chances de sucesso no procedimento de FIV.

É recomendado para mulheres com falha recorrente de implantação.

Teste EMMA – Análise Metagenômica do Microbioma Endometrial

Identifica a porcentagem de lactobacilos e desequilíbrios presentes no endométrio para melhorar o prognóstico reprodutivo da paciente.

Um estudo publicado na revista científica internacional American Journal of Obstetrics and Gynecology confirma e associa a baixa presença de lactobacilos a uma dificuldade maior de engravidar.

Teste ALICE – Análise da Infecção Endometrite Crônica

ALICE é um teste diagnóstico para detectar e quantificar as oito bactérias patogênicas mais comuns que causam endometrite crônica, uma inflamação no endométrio que afeta mulheres inférteis, principalmente mulheres com casos de repetidas falhas de implantação e abortamento de repetição.

O que fazer diante dos problemas que podem afetar o endométrio?

Existem vários tipos de tratamentos para as condições que afetam o endométrio, desde opções medicamentosas até cirurgias.

É necessário passar por uma avaliação médica para que o profissional possa analisar e indicar o melhor tratamento para o seu caso.

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