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É possível escolher o sexo do bebê na FIV?

por Dr. Augusto Bussab



"Com as técnicas de reprodução assistida, homens e mulheres com problemas de fertilidade ampliaram suas possibilidades de ter filhos. Procedimentos como inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV) ganharam notoriedade e têm atraído um número cada vez maior de tentantes. Neste post, falaremos sobre a […]"
É possível escolher o sexo do bebê na FIV?

Com as técnicas de reprodução assistida, homens e mulheres com problemas de fertilidade ampliaram suas possibilidades de ter filhos. Procedimentos como inseminação artificial e fertilização in vitro (FIV) ganharam notoriedade e têm atraído um número cada vez maior de tentantes.

Neste post, falaremos sobre a FIV, o tratamento mais complexo e com maiores taxas de sucesso no campo da reprodução assistida. Abordaremos, ainda, um tema delicado: a possibilidade de escolher o sexo do bebê. Acompanhe o texto para saber em quais ocasiões isso é permitido e como a seleção embrionária é realizada!

O que é FIV e como é realizada?

A FIV é uma das principais técnicas da reprodução assistida e é utilizada no tratamento de diversos quadros de infertilidade. O procedimento é considerado de alta complexidade, uma vez que são necessárias várias etapas, além de toda estrutura laboratorial.

Para realização da FIV clássica, os gametas masculinos e femininos (espermatozoides e óvulos) são colocados em uma placa de cultivo para que ocorra a fecundação. Depois disso, o embrião é transferido para o útero materno, onde terá condições para se desenvolver.

O procedimento como um todo consiste nas seguintes etapas:

  1. bloqueio de hormônios, para que a ovulação não aconteça antes do momento da coleta;
  2. indução ovulatória, para o aumento na produção de óvulos;
  3. coleta dos óvulos após a maturação;
  4. fertilização em ambiente laboratorial;
  5. transferência dos embriões para a cavidade uterina;
  6. suporte hormonal para garantir o acolhimento e a implantação embrionária.

Em alguns casos, utiliza-se também a FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Com essa técnica, o gameta masculino é injetado diretamente dentro do óvulo, facilitando o processo de fertilização.

O que dizem as regras sobre a seleção de embriões?

A FIV é um tratamento de fertilidade realizado no mundo todo. Cada país segue suas próprias normas éticas na realização do procedimento. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) é o órgão responsável pelas diretrizes da reprodução assistida.

A escolha do sexo do bebê, por exemplo, é um assunto que gera debate. A possibilidade de definir se o futuro filho será menino ou menina já é uma realidade. Entretanto, de acordo com a resolução 2168, o CFM declara que as técnicas de reprodução humana não devem ser utilizadas para seleção do sexo da criança. A determinação também vale para outras características biológicas.

Contudo, há uma exceção na regra: é permitido fazer essa seleção somente nos casos em que há riscos de doenças genéticas relacionadas aos cromossomos sexuais. Segundo autores da área, há mais de 200 patologias dessa natureza descritas.

As doenças ligadas ao sexo se manifestam quando há alguma alteração no cromossomo X, o que ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo masculino. Entre os problemas genéticos mais comuns estão a hemofilia, a distrofia muscular de Duchenne (um quadro degenerativo e incapacitante) e a síndrome do X-frágil, que causa deficiência mental.

Como o Diagnóstico Pré-Implantacional pode ajudar?

O diagnóstico genético pré-implantacional (PGD) é um exame utilizado no processo de FIV e possibilita a identificação dos cromossomos X e Y — os quais definem o sexo feminino e o masculino, respectivamente. Essa análise diagnóstica é feita durante o cultivo embrionário. Isso ocorre após a fertilização dos óvulos e antes que os embriões sejam transferidos para o útero da mãe.

O período de cultivo dos embriões corresponde ao tempo — entre dois e cinco dias — em que o óvulo fertilizado é supervisionado por um embriologista, que acompanhará os estágios iniciais do desenvolvimento embrionário. Nessa etapa, os óvulos são mantidos em meios de cultura específicos e observados durante o processo de divisão celular.

No momento do cultivo embrionário, é possível retirar algumas células para realizar o PGD. Com a amplificação do material genético, o especialista consegue verificar os riscos de alterações no DNA. A partir dessa análise, são selecionados os embriões aptos para um desenvolvimento saudável para serem implantados no útero.

Quais as chances de sucesso da FIV?

A FIV é o tratamento com maiores taxas de êxito na reprodução assistida. As técnicas avançadas utilizadas durante o procedimento permitem resultados positivos até para os casos mais complexos de infertilidade. Observe quantas situações são tratadas com essa técnica:

  • idade materna avançada;
  • quantidade insuficiente de espermatozoides ou baixa motilidade;
  • tubas uterinas obstruídas;
  • cirurgias anteriores, como vasectomia e laqueadura;
  • abortamentos de repetição;
  • endometriose em estágio grave;
  • tratamento de casais homoafetivos masculinos;
  • gestação compartilhada em casais homoafetivos femininos;
  • falhas nos tratamentos de baixa complexidade.

As chances de sucesso da FIV alcançam até 40%, o que corresponde a um índice bem elevado se comparado com outros procedimentos, como a inseminação artificial. Os resultados também dependem de alguns fatores, como a idade da mulher. Estudos realizados com uma amostra de pacientes com mediana de 34 anos comprovaram 35,6% de taxa de gestação.

Portanto, trata-se de um tratamento de alta eficácia para diversos quadros que possam interferir na concepção natural. Da mesma forma, a FIV é um procedimento indicado para casais com diagnóstico de doenças genéticas, trazendo a possibilidade de fazer a seleção embrionária por meio do PGD.

Para saber mais detalhes sobre cada etapa da FIV, leia mais um texto sobre o assunto e entenda tudo sobre fertilização in vitro.


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