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Dor ao urinar: pode ser sinal de infertilidade?

por Dr. Augusto Bussab



"Quando vamos pensar sobre fertilidade, é comum que nossa atenção se volte apenas à saúde dos órgãos do aparelho reprodutor, como ovários, tubas uterinas, útero, vagina e vulva. Porém, é importante lembrar que o funcionamento do corpo humano, em seu estado pleno e saudável, ocorre […]"
Dor ao urinar: pode ser sinal de infertilidade?

Quando vamos pensar sobre fertilidade, é comum que nossa atenção se volte apenas à saúde dos órgãos do aparelho reprodutor, como ovários, tubas uterinas, útero, vagina e vulva.

Porém, é importante lembrar que o funcionamento do corpo humano, em seu estado pleno e saudável, ocorre apenas quando todos os sistemas que o compõem – respiratório, digestivo, endócrino e reprodutivo – atuam de forma integrada.

E, por esse motivo, sabemos que a saúde de um órgão é importante não apenas para o seu próprio funcionamento, mas também é determinante para o desempenho do organismo como um todo. Assim, ao perceber o surgimento de qualquer sintoma atípico, é importante procurar auxilio médico para investigar as causas e iniciar o mais rápido possível o tratamento adequado.

Neste texto, vamos abordar especificamente um sintoma, dor no momento de urinar, que, além de estar relacionado ao sistema urinário, pode também indicar problemas na fertilidade feminina. Para saber o motivo, continue a leitura até o final!

Dor ao urinar: o que pode ser?

Também conhecida pelo nome de disúria, a dor ou certa ardência e dificuldade ao urinar é um sintoma que pode estar relacionado a várias causas, como:

  • ocorrência de uma infecção urinária;
  • quadros de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
  • presença de pedras nos rins;
  • inflamações nos órgãos como a bexiga e os ureteres;
  • em condições como a da endometriose.

Sobre essa última possível causa vamos falar detalhadamente a seguir!

O que é endometriose?

O útero é o órgão do sistema reprodutor feminino responsável pelo acolhimento e desenvolvimento do embrião durante toda a gravidez. Ele é um órgão predominantemente muscular, morfologicamente e funcionalmente formado pelo corpo do útero, istmo do útero e colo do útero.

O corpo do útero, por sua vez, é dividido em três camadas: o perimétrio ou serosa, que é a mais externa; o miométrio, camada muscular intermediária; e, por fim, o endométrio, camada mais interna, que é preparada a cada ciclo menstrual para receber o embrião: nela o embrião se implanta para dar início à gestação.

Na endometriose, um tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, normalmente em locais próximos, como as tubas uterinas, os ovários, a bexiga e intestino. Essa condição pode apresentar vários sintomas de acordo com o local das lesões, como:

  • dor pélvica, que pode se tornar crônica;
  • cólicas severas antes e durante o período menstrual (dismenorreia);
  • dor durante as relações sexuais (dispareunia);
  • irregularidades menstruais, como menstruação com sangue em grande volume;
  • dor ao urinar;
  • dor ao evacuar.

Ao perceber qualquer um desses sinais, o recomendável é procurar um médico. Esse profissional irá avaliar o caso para confirmar a suspeita de endometriose e descartar a presença de outras doenças. Dor ao urinar, por exemplo, pode ocorrer quando o tecido ectópico se implanta na bexiga ou nos ureteres, que têm como função transportar a urina dos rins até a bexiga.

O diagnóstico é feito por exames de imagem específicos, como a ultrassonografia transvaginal com preparo especial e a ressonância magnética. Uma vez confirmada a suspeita, o tratamento da endometriose varia de acordo com cada caso, considerando o local das lesões, o desenvolvimento da doença e o desejo da paciente em engravidar.

Quando não há o desejo de engravidar, são prescritos medicamentos hormonais, que promovem a suspensão da menstruação, pois a cada ciclo menstrual o endométrio ectópico, assim como o normal, sofre alterações pela ação do estrogênio. Por isso, assim como outras doenças uterinas, a endometriose é considerada estrogênio-dependente.

Já quando há o desejo de engravidar ou se os sintomas forem mais graves, é indicada cirurgia para a remoção dos implantes e aderências. O procedimento geralmente é realizado por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva que possibilita a visualização direta da cavidade pélvica e dos órgãos nela abrigados, incluindo os órgãos reprodutivos, a bexiga e os ureteres.

Dependendo do caso, como quando houver endometriomas, indica-se a preservação da fertilidade antes da cirurgia porque pode haver uma redução da reserva ovariana e comprometer a fertilidade.

Sintomas de endometriose e infertilidade

Como vimos, a endometriose tem consequências que podem afetar a qualidade de vida da mulher. Isso porque o tecido ectópico, uma vez instalado em órgãos fora do útero, pode causar um processo inflamatório que provoca a manifestação de diferentes sintomas, incluindo infertilidade.

Embora nem toda mulher com endometriose se torne infértil, o problema pode ocorrer em qualquer estágio de desenvolvimento da doença, inclusive nos iniciais, embora a dor ao urinar seja um sintoma característico da doença geralmente em estágios mais avançados, quando ela atinge vários locais, entre eles o trato urinário, ovários e tubas uterinas.

Nas tubas uterinas, por exemplo, o processo inflamatório pode levar à formação de aderências, que provocam obstruções, impedindo a captação do óvulo liberado ou o transporte dos espermatozoides e, dessa forma, a fecundação.

Nos ovários, os endometriomas, um tipo de cisto, podem causar danos à reserva ovariana ou distúrbios de ovulação, além de interferirem na qualidade do óvulo.

Óvulos de má qualidade resultam em embriões de menor qualidade, o que dificulta a implantação e pode levar a falhas de implantação e abortamento, também consequentes de interferências do processo inflamatório no endométrio.

Portanto, nem a dor ao urinar nem a dor durante a menstruação devem ser consideradas fenômenos naturais e muitas vezes podem indicar doenças que provocam infertilidade. Se houver essas manifestações, procure um médico.

Toque aqui para saber mais sobre a endometriose!


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