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Doação de embriões: quem pode se beneficiar da técnica?

por Dr. Augusto Bussab



"Você sabia que um casal pode engravidar mesmo se homem e mulher forem inférteis? Isso é possível por meio da doação de embriões. Acesse o link e entenda mais sobre esse assunto no blog."
Doação de embriões: quem pode se beneficiar da técnica?

Existem diversos motivos pelos quais um casal pode enfrentar problemas de fertilidade, mas por meio da reprodução assistida e de suas técnicas complementares, essas pessoas têm a chance de sonhar novamente com uma família maior. Entre os métodos adicionais, está a doação de embriões, que viabiliza a maternidade e a paternidade para quem sofre com quadros de infertilidade por fatores masculinos e femininos.

Após a fecundação do óvulo por um espermatozoide, fenômeno que em condições normais de saúde acontece nas trompas de Falópio da mulher, é formado um zigoto, célula que se desenvolve por um período de cerca de 5 dias até formar um embrião que se implanta no endométrio e, assim, inicia a gestação.

Quando há algum problema nesse processo — ou mesmo antes, em caso de doenças genéticas ou baixa qualidade de gametas, por exemplo —, o casal pode enfrentar dificuldades na concepção e, em alguns casos, precisar de um embrião doado.

O objetivo deste texto é esclarecer como a doação de embriões beneficia casais com problemas de fertilidade, em que consiste o procedimento e como é realizado no Brasil.

Se você está considerando contribuir para a formação de outra família ou iniciar um tratamento de reprodução assistida, acompanhe o artigo e entenda melhor esse assunto.

O que é doação de embriões?

A doação de embriões consiste no ato de doar o produto da concepção, no contexto da FIV (fertilização in vitro), para um casal com dificuldades para engravidar com suas próprias células reprodutivas, geralmente em quadros mais difíceis de infertilidade.

 

No Brasil, a resolução que regula a reprodução assistida, inclusive a doação de embriões, é publicada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), que estabelece que todo o processo deve ser feito sem fins lucrativos e em anonimato, razão pela qual, aliás, nem mesmo os médicos, funcionários e demais profissionais das clínicas envolvidas no processo podem participar como doadores.

A única exceção à regra é a disponibilização para outros médicos de informações, mas apenas em casos especiais, por motivação médica, e sem revelar a identidade civil dos doadores de embriões.

A clínica cuida de todo o processo e mantém o registro clínico e características fenotípicas dos doadores — inclusive, de acordo com a resolução, esse registro deve ser mantido pela instituição de forma permanente —, para nortear a escolha do casal beneficiário.

O CFM ainda recomenda um limite geográfico para utilização de embriões de um mesmo casal doador, com o objetivo de evitar relacionamentos consanguíneos, exceto nos casos em que uma mesma família seja beneficiária.

Como o procedimento é realizado?

A doação de embriões só é possível por meio da FIV porque essa é a única técnica da reprodução assistida que possibilita a manipulação de células embrionárias.

Até o momento da fertilização, a FIV segue seu curso natural. A mulher recebe estímulos hormonais para produzir mais óvulos, os médicos fazem a punção folicular, a fecundação em laboratório, o cultivo e a transferência de embriões para o útero, respeitando os limites sugeridos pela resolução do CFM.

No entanto, como na FIV o objetivo é produzir o máximo de óvulos por ciclo menstrual possível, existe a possibilidade de sobrar embriões, devido ao limite de transferência. Esse excedente é, então, congelado para um próximo ciclo, uma gestação futura do próprio casal, para pesquisas ou mesmo o descarte (o que também pode ser feito por descumprimento de contrato ou se a clínica não conseguir entrar em contato com o casal).

Os pacientes devem manifestar sua vontade sobre o que deve ser feito do material em caso de divórcio, doenças graves, dissolução de união estável ou falecimento, por escrito.

A Lei de Biossegurança define, ainda, que os embriões sejam congelados por um período mínimo de 3 anos. Após esse período, ou se o material for considerado inviável para a transferência, devido a doenças genéticas, por exemplo, poderá ser doado para pesquisa, desde que haja o consentimento dos genitores.

Após um ciclo de FIV bem-sucedido, quando não houver interesse em ter mais filhos, o casal pode assinar uma autorização para que as células excedentes sejam utilizadas no tratamento de outras pessoas.

Os embriões doados poderão ser, então, implantados no útero de uma paciente após o preparo endometrial, se necessário, procedimento realizado após um período de 3 a 5 dias depois do descongelamento das células embrionárias.

Quem pode se beneficiar da doação de embriões?

Segundo a resolução do CFM, toda candidata à gestação por reprodução assistida deve ter, no máximo, 50 anos de idade, o que é válido para beneficiárias da doação de embriões. No entanto, se o médico considerar o procedimento seguro e a paciente estiver ciente dos riscos associados, há exceções.

A doação de embriões pode beneficiar casais em tratamento contra infertilidade provocada por fatores masculinos e femininos, como baixa qualidade ou quantidade na produção de óvulos e espermatozoides. Assim, mulheres com FOP (falência ovariana precoce) e homens com azoospermia (ausência de gametas no sêmen), por exemplo, podem ter filhos.

Nesse mesmo sentido, o procedimento pode ajudar gestações independentes, isto é, de mulheres e homens solteiros — no caso masculino, ainda será necessária a cessão temporária de útero —, quando houver um fator feminino de infertilidade envolvido.

A doação de embriões pode ser, ainda, útil nos casos de ISCA (infertilidade sem causa aparente) — situação em que os exames não apontam a causa do problema —, especialmente após falhas repetidas em ciclos de FIV anteriores e a utilização de técnicas complementares mais simples, como a doação de gametas.

A doação de embriões pode, ainda, ser interessante para pessoas cujo filho necessite de um transplante de células-tronco para a cura de uma doença. Nesse sentido, a reprodução assistida ajuda a selecionar embriões compatíveis com o irmão enfermo.

O procedimento pode ajudar, portanto, a casais que sofrem com problemas de infertilidade conjugal, isto é, quando há fatores masculinos e femininos influenciando negativamente a capacidade de conceber um filho biológico.

Inicialmente, pode-se optar por técnicas mais simples, mas nos casos de diagnóstico inconclusivo sobre a causa do problema ou após falhas repetidas, a doação de embriões pode viabilizar o sonho da maternidade e da paternidade ou proporcionar a cura para um filho já nascido.

Se você quiser saber mais sobre o procedimento e sua taxa de sucesso média, confira a página doação de embrião.


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