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Dispareunia e endometriose: saiba mais sobre essa relação

por Dr. Augusto Bussab



"Dispareunia é um dos sintomas de endometriose, boa parte das portadoras pode enfrentar esse problema e ter prejuízos na vida sexual. Além disso, há outras importantes repercussões dessa patologia no bem-estar da mulher e em sua qualidade de vida de modo geral, incluindo a infertilidade […]"
Dispareunia e endometriose: saiba mais sobre essa relação

Dispareunia é um dos sintomas de endometriose, boa parte das portadoras pode enfrentar esse problema e ter prejuízos na vida sexual. Além disso, há outras importantes repercussões dessa patologia no bem-estar da mulher e em sua qualidade de vida de modo geral, incluindo a infertilidade feminina.

A endometriose é uma doença bastante complexa. Suas características variam de uma portadora para outra, mas, na maioria dos casos, é uma condição sintomática. Os sintomas também diferem, conforme a localização e a profundidade das lesões.

A dispareunia é um dos sintomas mais delicados, e muitas vezes é uma manifestação ignorada, pois a mulher pode acreditar que é normal sentir alguns tipos de dor, inclusive durante a relação sexual — mas não é. Conviver com a dor é um equívoco, ainda mais nessa situação. Isso pode ter consequências como esquiva ao contato íntimo, ansiedade e baixa autoestima.

Continue a ler as informações que reunimos neste post para compreender a relação entre dispareunia e endometriose!

Quais são os sintomas de endometriose?

Os sintomas mais relatados pelas portadoras de endometriose são: cólicas menstruais, dor na relação sexual e dor pélvica crônica. Alterações urinárias e intestinais também ocorrem durante o período menstrual quando existem lesões endometrióticas na bexiga e no intestino.

As cólicas menstruais, clinicamente chamadas de dismenorreia, apresentam intensidade variável, embora a dor seja comumente progressiva, tornando-se mais intensa conforme a doença avança.

Em estágios avançados, também é comum a formação de aderências de tecido cicatricial, secundárias aos processos inflamatórios. A presença dessas cicatrizes nos órgãos da pelve é uma das causas da dor pélvica crônica e acíclica.

Outro sinal importante de endometriose é a infertilidade. A doença é classificada em três tipos — peritoneal superficial, ovariana e infiltrativa profunda —, e em todos esses subtipos, há prejuízos nas funções reprodutivas de alguma forma.

O que é dispareunia?

Dispareunia é o termo clínico que descreve a dor na relação sexual. As mulheres podem perceber dois tipos de dispareunia: superficial, quando ocorre no introito da vagina, durante a penetração; e profunda, quando é sentida no fundo da vagina, próximo ao útero.

Na endometriose, é mais comum a dispareunia de profundidade, sobretudo quando há lesões no fundo de saco (espaço entre o útero e o reto) e nos ligamentos uterossacros (estruturas que sustentam o útero na cavidade peritoneal). Lesões na vagina podem causar tanto a dispareunia profunda quanto a superficial.

A dor resulta da pressão direta que é exercida nos nódulos ou lesões de endometriose, que normalmente já estão em processo de inflamação. As fibras nervosas presentes nas aderências cicatriciais também podem sofrer estiramento ou tração com a movimentação do ato sexual, aumentando a sensação dolorosa.

Diante da possibilidade da dor genital, a mulher tende a ficar tensa e ansiosa antes e durante o contato íntimo. Por consequência, pode haver rigidez da musculatura pélvica e redução da libido. Também podem ocorrer alterações emocionais e comportamentais, como esquiva ao sexo, baixa autoestima e conflitos com o parceiro. Portanto, é uma condição que prejudica a vida sexual da portadora.

A dispareunia pode interferir ainda no exame ginecológico, pois a dor aumenta com a mobilização do colo do útero. Algumas pacientes relatam tanto desconforto que não conseguem concluir a realização do exame.

Endometriose e infertilidade: quando a reprodução assistida é indicada?

 

A dispareunia não é o único desafio enfrentado pelas portadoras de endometriose. Até metade das mulheres que recebem esse diagnóstico ficam inférteis, uma vez que a doença tem diversos mecanismos que interferem no processo natural de reprodução.

Algumas dessas mulheres conseguem, sim, engravidar de forma espontânea, mas grande parte precisa da ajuda da medicina reprodutiva. As técnicas de reprodução assistida disponíveis incluem: fertilização in vitro (FIV) para os casos mais severos de infertilidade; e estimulação ovariana associada ao coito programado ou à inseminação artificial para os casos mais simples, como as disfunções ovulatórias.

A portadora de endometriose precisa de uma avaliação clínica e cirúrgica detalhada. Mesmo com as técnicas avançadas de reprodução assistida, pode ser preciso fazer o tratamento cirúrgico antes de tentar engravidar. A videolaparoscopia é indicada, nesse caso, para que as aderências de tecido endometriótico sejam removidas. Dessa forma, a anatomia dos órgãos é restaurada para favorecer a gestação.

Um dos recursos mais importantes da reprodução assistida para as pacientes com endometriose é o congelamento de óvulos. O procedimento é indicado quando a mulher precisa realizar a cirurgia para a retirada de endometrioma (cistos de endometriose ovariana). Isso porque existe o risco de a própria intervenção cirúrgica lesionar o ovário, acarretando perda da reserva ovariana (agrupamento de ovócitos primários que estão armazenados).

Além de compreender a relação entre dispareunia e endometriose, você também viu, neste post, que a doença causa outros impactos na vida da mulher. O acompanhamento com um médico experiente é a melhor forma de chegar o quanto antes ao diagnóstico e realizar o tratamento mais apropriado, sobretudo se houver intenção de gravidez.

Obtenha mais informações com a leitura do nosso texto institucional sobre endometriose!


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