Dr. Augusto Bussab | Reprodução Humana | WhatsApp
Ebook SOP Baixe agora o e-book sobre Síndrome dos Ovários Policísticos e entenda tudo sobre essa doença! Clique Aqui!
Ficou com alguma dúvida? Agende sua consulta agora! Clique Aqui!

DIP: exames e diagnóstico

por Dr. Augusto Bussab



"A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma doença adquirida, em que um processo infeccioso polimicrobiano, quando não apenas um único microrganismo é responsável pelo quadro. Acomete a cavidade pélvica de forma simultânea, oferecendo, inclusive risco de infertilidade feminina. É importante lembrar que qualquer infecção localizada […]"
DIP: exames e diagnóstico

A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma doença adquirida, em que um processo infeccioso polimicrobiano, quando não apenas um único microrganismo é responsável pelo quadro. Acomete a cavidade pélvica de forma simultânea, oferecendo, inclusive risco de infertilidade feminina.

É importante lembrar que qualquer infecção localizada na cavidade pélvica – assim como as demais cavidades do corpo, abdominal e torácica – deve ser tratada o mais rápido possível, pois as chances de que outros órgãos sejam contaminados rapidamente, a partir de um único foco infeccioso, são realmente altas.

Quando a infecção causada pela DIP não recebe o tratamento adequado, pode ampliar sua área de contaminação pela cavidade pélvica e abdominal, e a mulher corre o risco de entrar em sepse, uma condição infecciosa generalizada que pode, inclusive, levar à morte.

Apesar do nome, a DIP é sempre causada por microrganismos externos aos locais afetados, a inflamação que compõem o nome da doença refere-se ao processo natural de defesa do corpo contra a ação desses agentes microbianos.

Muitas bactérias envolvidas na DIP provocam infecções assintomáticas, o que potencializa as chances de que esses microrganismos se multipliquem e se espalhem pela cavidade pélvica, dificultando a identificação dos agentes biológicos e a determinação de um diagnóstico preciso.

Entenda melhor como o diagnóstico DIP é realizado a partir de exames específicos, com a leitura do texto a seguir.

Como é feita a investigação para a DIP?

Assim como acontece com a maior parte dos processos diagnósticos, alguns sinais da DIP podem ser identificados já na primeira consulta, pelo exame clínico.

Neste exame, a mulher permanece deitada em posição ginecológica para palpação do canal vaginal, internamente, e também da região pélvica, externamente, em busca de nódulos, possíveis massas celulares e reações dolorosas à própria palpação.

A presença de dores ventrais à palpação não necessariamente significa que existe uma infecção do espectro da DIP em curso, mas certamente é indicativo de alterações na cavidade pélvica que devem ser investigadas.

Por isso, o exame clínico deve incluir também uma conversa para abordar principalmente a existência de outros sintomas e o histórico de saúde da mulher, especialmente para infecções pregressas e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).

Quando a mulher procura atendimento médico por já apresentar sintomas mais claros, a coleta de material para o exame laboratorial é também realizada na primeira consulta, com intuito de identificar a bactéria ou qualquer outro agente microbiano, que possa participar do processo infeccioso.

O material colhido para o exame laboratorial inclui as secreções na região do colo do útero. O processo de coleta é auxiliado pelo espéculo, que ajuda aumentar o diâmetro do canal vaginal e o acesso ao colo do útero.

Essa secreção é então acondicionada em uma placa de petri, munida de tampa e de um meio de cultura adequado, para que a bactéria coletada possa se multiplicar e então ser identificada.

Como o diagnóstico para DIP é determinado?

O diagnóstico da DIP deve ser feito obrigatoriamente a partir da análise dos resultados obtidos pelos exames laboratoriais, que identificam os microrganismos envolvidos na infecção.

Os sintomas gerais das infecções incluídas no espectro da DIP são muito semelhantes entre si, manifestando normalmente dor abdominal e pélvica, dores durante as relações sexuais, sangramento anormal em alguns casos – e a presença de um corrimento ou de secreção purulenta, na maior parte das vezes sintomáticos.

Os quadros mais graves também podem apresentar febre – que é um indicativo clássico de que infecção já está atingindo um grau muito perigoso e o atendimento médico deve ser imediato.

Entre os tipos de infecção bacteriana decorrentes da DIP, destacamos:

A bactéria envolvida na contaminação por clamídia – Chlamydia trachomatis – é o principal microrganismo identificado na maior parte dos casos de DIP, ainda que outras normalmente também estejam associadas ao quadro geral da doença.

A DIP pode causar infertilidade?

A infertilidade pode ser uma consequência bastante comum para as mulheres com DIP, já que o processo infeccioso na maior parte das vezes ataca justamente os órgãos do sistema reprodutivo feminino, embora a gravidade desta condição dependa do tecido ou do órgão que foi afetado pela infecção.

A instalação das bactérias na região das tubas uterinas desencadeia um processo inflamatório que altera a anatomia dessas estruturas e por isso prejudica a passagem dos gametas, podendo impedir a fecundação por vias naturais.

Seguindo a mesma lógica, quando a infecção está localizada no útero, principalmente sobre o endométrio, a presença bacteriana – e também o processo inflamatório desencadeado pela infecção – modificam a composição deste tecido, provocando danos à receptividade endometrial e, consequentemente, infertilidade por prejuízos ao processo de implantação embrionária.

Se os ovários são os órgãos afetados pela DIP, a infertilidade é ainda mais direta, já que o próprio processo de gametogênese – recrutamento e amadurecimento folicular para ovulação – pode ser paralisado, causando infertilidade por anovulação.

Qual o papel da reprodução assistida para mulheres inférteis por DIP?

A reprodução assistida pode ajudar praticamente todos os casos de infertilidade, inclusive aqueles causados por DIP. Contudo, mesmo para a aplicação das técnicas, os procedimentos devem ser precedidos pelo tratamento adequado para eliminação das infecções ativas.

Além disso, a escolha da técnica de reprodução assistida mais adequada depende das estruturas afetadas pelo processo infeccioso.

Se as estruturas afetadas pela DIP são as tubas uterinas, é possível que cicatrizes em forma de aderências permaneçam nos locais parasitados pelas bactérias, mesmo após o tratamento, dificultando o trânsito de gametas.

Para esses casos, e também para aqueles mais graves, em que a receptividade endometrial e os processos ovulatórios foram severamente prejudicados, somente a FIV (fertilização in vitro) tem potencial para reverter o quadro de infertilidade instaurado pela DIP.

Compartilhe esse conteúdo em suas redes sociais e ajude mais pessoas a lidar com as dificuldades decorrentes da DIP!


Se inscrever
Notificação de
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Pr¨®xima leitura
Mórula, embrião e blastocisto: qual é a relação?

A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]

Ler mais...