Os testÃculos são as gônadas sexuais masculinas, ou seja, respondem pela produção das células sexuais dos homens, os espermatozoides. São armazenados na bolsa testicular, que os mantêm na temperatura adequada ao processo de produção, chamado espermatogênese, e os protege contra danos externos.
Formados ainda durante o desenvolvimento intrauterino, nos meses finais da gestação começam a descer gradualmente para a bolsa testicular pelo canal inguinal. Criptorquidia é uma condição em que esse movimento de descida não ocorre ou pode ser atrasado.
Conhecida ainda como testÃculos não descidos, a criptorquidia é a anormalidade genital mais comum em meninos. Embora normalmente seja rara em bebês nascidos a termo, varia entre 1% e 3%, é mais comum em prematuros, com prevalência de até a 30%.
A ausência pode ser unilateral ou bilateral, porém a bilateral ocorre apenas em cerca de 20% dos casos. Além disso, na maioria das vezes o problema pode ser detectado na primeira consulta logo após o nascimento, quando o testÃculo que não desceu é palpável, assim como tende a se mover para a posição correta após alguns meses. Se isso não acontecer, pode ser realocado cirurgicamente.
Quando os testÃculos não são palpáveis, por outro lado, ​​podem se enquadrar em uma das seguintes categorias: localização intra-abdominal, agenesia (desenvolvimento interrompido na faze embrionária), morte intrauterina ou localização inguinal causada por displasia (desenvolvimento anormal) ou atrofia.
A criptorquidia também pode ser adquirida. Nesse caso, surge como consequência do testÃculo retrátil, condição em que eles descem normalmente para a bolsa testicular, mas, durante a infância se retraem intermitentemente para o canal inguinal. Esse é um achado normal e geralmente não requer cirurgia ou causa complicações.
Enquanto o testÃculo criptorquÃdico está associado a fatores de risco como a infertilidade masculina, impossibilidade de ter filhos biológicos naturalmente. Continue a leitura até o final, saiba mais sobre essa relação e conheça as formas de tratamento. Confira!
Criptorquidia e infertilidade masculina
Em testÃculos normais, o desenvolvimento das células germinativas é um processo ativo que começa nos primeiros meses da vida, quando os gonócitos neonatais se transformam em espermatogônias, células-tronco que vão originar os espermatozoides maduros durante a espermatogênese.
A espermatogênese, por sua vez, tem inÃcio apenas na puberdade e dura durante toda a vida do homem. No entanto, pode ser sofrer alterações como resultado de diferentes doenças que os afetam na fase adulta, adquiridas ou congênitas como a criptorquidia.
Nos testÃculos não descidos, a transformação dos gonócitos neonatais em espermatogônias é inibida, levando a um conjunto deficiente de células-tronco para a espermatogênese. Assim, podem ocorrer problemas de fertilidade como a baixa concentração ou ausência de espermatozoides no sêmen, azoospermia, uma das principais causas de infertilidade masculina.
Homens que tiveram criptorquidia também têm risco aumentado de torção testicular, emergência causada pela rotação dos testÃculos e consequente interrupção do suprimento sanguÃneo, o que pode levar à morte do tecido testicular e comprometer igualmente a fertilidade.
Meninos com apenas um testÃculo não descido têm uma taxa de fertilidade menor e ainda há chances de engravidar naturalmente, pois, o desenvolvimento adequado do outro não altera a sua função. Porém, isso pode ocorrer com maior dificuldade.
Por outro lado, os casos bilaterais tendem geralmente a resultar em azoospermia, principalmente quando o tratamento é feito tardiamente.
O diagnóstico de infertilidade é determinado após tentativas malsucedidas de engravidar a parceira por um ano ou mais sem o uso de nenhum método contraceptivo. O tratamento por reprodução assistida é a principal indicação para homens com infertilidade como consequência da criptorquidia.
Reprodução assistida
Duas técnicas de reprodução assistida podem ser indicadas para o tratamento da infertilidade por criptorquidia: a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV).
A IA pode aumentar as chances de gravidez nos casos em que apenas um dos testÃculos não desceu e o homem não conseguiu engravidar naturalmente. O tratamento prevê a seleção dos melhores espermatozoides pelo preparo seminal, técnica que os capacita por diferentes métodos.
Posteriormente, são depositados no útero da parceira com auxÃlio de um cateter, encurtando, dessa forma, o caminho até as tubas uterinas, local que sedia a fecundação. No entanto, como o encontro entre os gametas acontece naturalmente, para utilizar a IA as tubas uterinas da parceira devem estar permeáveis.
Os percentuais de gravidez bem-sucedida proporcionados pela IA são semelhantes aos da gestação espontânea: cerca de 20% por ciclo de tratamento.
Se os danos consequentes da criptorquidia forem maiores resultando em azoospermia, é indicado o tratamento por FIV, que prevê a fecundação em laboratório. Para isso, os espermatozoides são coletados dos epidÃdimos, ductos em que amadurecem após serem produzidos, ou dos testÃculos, e submetidos ao preparo seminal.
Atualmente, a principal técnica utilizada pelas clÃnicas de reprodução assistida é a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), em que cada um é injetado no citoplasma do óvulo aumentando as chances de sucesso.
Os embriões formados na fecundação se desenvolvem por alguns dias em laboratório, etapa conhecida como cultivo embrionário. Depois, são transferidos ao útero materno para que a implantação, evento em que se fixam ao endométrio, camada interna uterina, aconteça de forma natural proporcionando o inÃcio da gestação.
Na FIV, os percentuais de sucesso gestacional são mais altos, em média 40% por ciclo.
Siga o link e conheça em detalhes o funcionamento da FIV, considerada a principal técnica de reprodução assistida!
A gravidez é um processo complexo, que envolve diferentes elementos, por isso é comum várias dúvidas surgirem durante a tentativa de engravidar. Termos como gônadas, gametas, embrião, mórula, blastocisto, fecundação, nidação e eclosão, por exemplo, são frequentemente utilizados em referência ao processo, por profissionais de […]
Ler mais...