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Como reverter a azoospermia?

por Dr. Augusto Bussab



"A infertilidade masculina pode ser provocada por diferentes fatores. Eles variam de alterações nos gametas masculinos, como a morfologia e motilidade, por exemplo, a doenças, processos infecciosos e defeitos genitais congênitos. Porém, a azoospermia é considerada a principal causa. Azoospermia é uma patologia masculina caracterizada […]"
Como reverter a azoospermia?

A infertilidade masculina pode ser provocada por diferentes fatores. Eles variam de alterações nos gametas masculinos, como a morfologia e motilidade, por exemplo, a doenças, processos infecciosos e defeitos genitais congênitos. Porém, a azoospermia é considerada a principal causa.

Azoospermia é uma patologia masculina caracterizada pela ausência de espermatozoides no fluído seminal. Pode ser obstrutiva, quando um bloqueio impede o transporte dos gametas masculinos pelo líquido seminal, ou não obstrutiva, quando um problema provoca a diminuição da produção pelos testículos.

Em ambos os casos, no entanto, a azoospermia pode ser revertida a partir de tratamentos de reprodução assistida, em especial a FIV com ICSI (fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoides). O tratamento possibilita a recuperação dos gametas masculinos dos epidídimos ou testículos.

Conheça mais sobre a azoospermia e saiba como a condição pode ser revertida neste texto.

Tipos de azoospermia e as causas de cada um

Para entender melhor a azoospermia, é importante observar que a produção dos gametas masculinos acontece nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos. O processo é conhecido como espermatogênese, quando ocorre a divisão e diferenciação celular, originando os espermatozoides.

A azoospermia não obstrutiva, caracterizada por um problema que causa a diminuição na produção dos gametas masculinos, é classificada ainda como pré-testicular e testicular.

Na azoospermia não obstrutiva pré-testicular, embora os testículos sejam normais, eles não produzem espermatozoides. As causas podem ser genéticas ou hormonais. No entanto, esse tipo de azoospermia é raro.

A azoospermia não obstrutiva testicular, por outro lado, é principalmente provocada por danos nos testículos, que também interferem diretamente na produção dos gametas masculinos.

Entre as principais causas estão doenças, como a caxumba, diabetes e insuficiência renal, infecções, como epididimite e uretrite, lesões na virilha ou nos testículos e varicocele, condição em que há dilatação das veias que sustentam os testículos.

Já a azoospermia obstrutiva, também conhecida como pós-testicular, é o tipo mais comum de azoospermia, provocada por obstruções que impedem o transporte dos espermatozoides.

Elas ocorrem mais comumente no epidídimo, duto que coleta e armazena os espermatozoides após serem produzidos pelos testículos, no duto deferente, que conduz os gametas a partir do epidídimo, e duto ejaculatório, canal por onde passa o esperma.

Podem resultar de infecções, crescimento de cistos ou tumores e da ejaculação retrógada, quando o sêmen entra na bexiga em vez de ser ejaculado.

Fatores de risco, como superaquecimento dos testículos, estilo de vida e transtornos emocionais, também afetam a produção de espermatozoides.

Espermograma e outros métodos diagnósticos

Assintomática na maioria dos casos, a azoospermia geralmente é percebida após tentativas malsucedidas de engravidar a parceira. O primeiro exame para confirmar o diagnóstico é o espermograma.

O espermograma é o exame realizado para avaliar a fertilidade masculina. Possibilita a análise de diferentes parâmetros, entre eles a concentração e a quantidade de espermatozoides, que indicam problemas na produção dos gametas.

Além disso, a análise permite identificar outros problemas que também podem provocar infertilidade, como alterações na forma (morfologia) e motilidade (movimento) dos espermatozoides ou no sêmen, como viscosidade e pH. Dessa forma, também é importante para exclusão de outras causas.

O diagnóstico é posteriormente confirmado por outros exames, entre eles testes hormonais, para avaliar os níveis de hormônios sexuais masculinos, e exames de imagem, como raio-X e ultrassonografia, para identificar os bloqueios e se há presença de tumores.

Como é feita a reversão da azoospermia?

Nos casos em que a azoospermia é obstrutiva, os dutos obstruídos podem ser reconstruídos a partir de microcirurgias. Os tratamentos hormonais são indicados quando o problema é a baixa produção de hormônios, e a administração de antibióticos, se for provocado por infecções.

O objetivo principal é a restituição da capacidade reprodutiva. Se isso não acontecer, quando a azoospermia evoluiu e causou maiores danos ou é provocada por outras causas, a indicação é o tratamento por FIV com ICSI.

A FIV com ICSI surgiu na década de 1990 e revolucionou o tratamento de infertilidade masculina causada por fatores graves, como a azoospermia. A técnica possibilita a recuperação dos gametas masculinos por métodos cirúrgicos.

Na azoospermia obstrutiva, os gametas podem ser recuperados diretamente do epidídimo, com a utilização de duas técnicas: PESA e MESA.

A PESA, sigla em inglês para percutaneous epididymal sperm aspiration, ou aspiração percutânea de espermatozoides do epidídimo, como o nome indica, prevê a aspiração dos espermatozoides com a utilização de uma agulha fina conectada a uma seringa. O procedimento é realizado em ambiente laboratorial e requer apenas anestesia local.

A MESA, microsurgical epididymal sperm aspiration, ou aspiração microcirúrgica de espermatozoides do epidídimo, por ser de maior complexidade, possibilita a recuperação de uma quantidade maior de espermatozoides.

É realizada em ambiente hospitalar, com a utilização de anestesia local ou geral. O procedimento prevê uma incisão na bolsa escrotal para exposição dos testículos e túbulos seminíferos. Os que contêm maior quantidade de líquido seminal são identificados e aspirados com o auxílio de um microscópio.

Na azoospermia não obstrutiva, os espermatozoides são recuperados diretamente dos testículos pelas técnicas TESE e micro-TESE. Na TESE (testicular sperm extraction), a recuperação é feita por biópsia aberta, também a partir de uma incisão na bolsa escrotal para expor os testículos e extrair os túbulos seminíferos que podem conter espermatozoides, posteriormente avaliados em laboratório. O procedimento é repetido em diferentes locais e nos dois testículos, até que uma quantidade suficiente seja coletada.

Já a Micro-TESE (microdissection testicular sperm extraction), apesar de ser semelhante à TESE, se diferencia ao ser realizada com o auxílio de um microscópio, que permite melhor avaliação dos túbulos seminíferos. Dessa forma, são identificados e coletados apenas os que possuem a presença de gametas ou quando possuem focos de espermatogênese.

Minimamente invasiva, possibilita a coleta de uma quantidade maior de gametas, com menores taxas de contaminação das amostras e danos de vascularização.

Ambos os procedimentos ocorrem em ambiente laboratorial, com a utilização de anestesia local.

Após serem coletados, cada espermatozoide é ainda individualmente avaliado com o auxílio de um microscópio de alta potência e resolução, antes de ser injetado no óvulo.

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Keila de Jesus ribeiro
9 de fevereiro de 2023 09:08

Bom dia tenho uma dúvida meu esposo fez uma vasectomia vai fazer um ano gostaria de saber se ele toma clomid se esse remédio pode ajuda em uma possível gravidez…

Dr. Augusto Bussab
Editor
Reply to  Keila de Jesus ribeiro
19 de abril de 2023 11:48

Keila, não posso sugerir ou opinar sobre um remédio sem a avaliação em consultório.
Conte comigo para investigar esse caso e buscarmos uma forma de realizar o sonho da gravidez!

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