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Como e quando se forma a placenta?

por Dr. Augusto Bussab



"A placenta é um órgão que se desenvolve durante a gravidez fixado ao útero, geralmente na parte superior ou lateral, e dela surge o cordão umbilical, que promove a conexão com o feto. Fundamental durante a gravidez, a placenta fornece nutrientes e oxigênio para o […]"
Como e quando se forma a placenta?

A placenta é um órgão que se desenvolve durante a gravidez fixado ao útero, geralmente na parte superior ou lateral, e dela surge o cordão umbilical, que promove a conexão com o feto.

Fundamental durante a gravidez, a placenta fornece nutrientes e oxigênio para o feto pelo cordão umbilical, assim como filtra substâncias que podem ser prejudiciais, garantindo, dessa forma, sua sobrevivência e desenvolvimento saudável.

Além disso, responde pela produção de diferentes hormônios durante o período gestacional, como a progesterona, o hCG e o lactogênio, importantes para a manutenção da gravidez, criar as condições necessárias ao desenvolvimento fetal, e, na preparação do corpo materno para o parto ou amamentação.

No final da gravidez, transmite ainda anticorpos que vão proteger o bebê depois do nascimento, fortalecendo seu sistema imunológico.

Após o nascimento, é expulsa pelas contrações durante o parto normal ou removida quando acontece por cesariana. Em algumas culturas é comum enterrá-la em locais especiais ou ingeri-la para prevenir condições pós-parto como a depressão, o que é chamado placentofagia, comum entre alguns mamíferos no reino animal.

Alguns fatores de infertilidade feminina são associadas pela ciência à placentação anormal, o que pode levar a complicações para mãe e para o feto.

Continue a leitura até o final e entenda mais sobre a placenta, como e quando se forma, os problemas relacionados à placentação anormal e sua relação com a fertilidade das mulheres. Confira!

Quando a placenta se forma?

Durante o ciclo menstrual vários folículos ovarianos são recrutados, um deles se desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo armazenado em seu interior. O óvulo liberado é captado pelas tubas uterinas, local em que a fecundação acontece.

Quando ocorre a ejaculação milhares de espermatozoides são liberados no organismo feminino, um deles alcança o óvulo e o fertiliza formando o zigoto, célula primordial do futuro ser humano e primeiro estágio do embrião, que sofre sucessivas divisões celulares enquanto é transportado ao útero para se implantar no endométrio, tecido que o reveste internamente.

Como o processo de desenvolvimento e amadurecimento folicular, o preparo do endométrio para receber o embrião acontece pela ação hormonal. Esse tecido, altamente vascularizado, se torna mais espesso e receptivo.

O embrião chega ao útero aproximadamente no quinto dia de desenvolvimento, fase conhecida como blastocisto em que já possui uma quantidade maior de células, diferenciadas e divididas por função.

Para realizar a implantação, deve romper a zona pelúcida, camada que o protege durante os primeiros dias de vida herdada do óvulo. Após a eclosão, se fixa no endométrio para dar início à gestação, quando a placenta começa a se formar no ponto de ligação.

Como a placenta se forma?

Quando atinge a fase de blastocisto, o embrião contém dois tipos distintos de células diferenciadas: o trofoblasto, células externas, e o embrioblasto, massa celular interna. As células trofoblásticas formam a placenta, enquanto a massa celular interna forma o embrião e suas membranas. Até o processo de formação ser concluído, o embrião obtém nutrientes do endométrio.

As vilosidades da placenta, saliências vasculares, são revestidas com células conhecidas como citotrofoblastos e sinciciotrofoblasto. Os citotrofoblastos rompem o endométrio e começam a remodelar os vasos sanguíneos, que se tornam uma fonte de sangue materno.

Os vasos sanguíneos das vilosidades se interligam com os embrionários, assim formam juntos uma circulação que vai obter os nutrientes do sangue materno. Com o tempo, as vilosidades desenvolvem ramificações cada vez mais densas para acomodar o aumento da demanda do embrião em desenvolvimento enquanto se transforma em feto.

No final do primeiro trimestre a placenta já está completamente formada e assume totalmente a função de fornecer nutrientes e oxigênio para o feto, além de filtrar substâncias prejudiciais, fornecendo, dessa forma, todos os elementos necessários para que ele se desenvolva de forma saudável até o nascimento.

As células do sinciciotrofoblasto permanecem revestindo as vilosidades placentárias após sua formação e respondem pela produção de hormônios, tais como:

  • hCG (gonadotrofina coriônica humana): necessária para a manutenção e a adaptação imunológica da gravidez;
  • progesterona: também garante a manutenção da gestação;
  • lactogênio placentário: responde pelo desenvolvimento das glândulas mamárias, possibilitando, assim, a produção de leite posteriormente ao parto.

Interferências no processo de formação da placenta, placentação, podem resultar em perda ou complicações na gravidez. Entre as possíveis causas estão algumas doenças e condições que causam infertilidade feminina.

Infertilidade feminina e placentação

Para a gravidez ser bem-sucedida todos os órgãos reprodutores devem funcionar corretamente, assim como os níveis hormonais devem estar equilibrados. Alterações podem interferir de diferentes formas na fertilidade das mulheres, incluindo os problemas de implantação do embrião e placentação anormal, que levam a desfechos adversos.

Geralmente, ocorrem devido a alterações na receptividade endometrial, no processo de invasão do trofoblasto no endométrio, defeitos vasculares, alterações no meio ambiental e inflamação crônica. Segundo estudos, entre as doenças femininas associadas estão a endometriose e os miomas uterinos, comuns durante a fase fértil.

Mulheres com fatores uterinos que alteram o ambiente contribuindo para a perda da gravidez, como miomas que requerem cirurgia, têm risco aumentado de placenta acreta e placenta prévia.

A endometriose também pode levar à perda gestacional como consequência do processo inflamatório crônico típico dos implantes endometriais ectópicos, que interfere na receptividade do endométrio, assim como pode resultar em placentação anormal, como a placenta prévia.

A placentação anormal inclui condições como descolamento prematuro da placenta, placenta prévia e placenta acreta, que geralmente levam a resultados adversos da gravidez, incluindo parto prematuro, baixo peso ao nascer, hemorragia, ou mesmo óbito fetal e materno em casos mais graves.

  • descolamento prematuro da placenta: é caracterizado pelo desprendimento parcial ou completo da superfície do órgão com o útero materno. Isso pode privar o bebê de oxigênio e nutrientes ou provocar hemorragia. É uma emergência, que requer parto prematuro e se não for adequadamente tratada pode resultar em morte materna e fetal;
  • placenta acreta: quando parte ou a totalidade da placenta permanece aderida ao útero impedindo sua expulsão. Ocorre se os vasos sanguíneos e outras partes crescerem muito profundamente no endométrio. Isso pode causar perda severa de sangue durante o parto e muitas vezes pode ser necessária a remoção do útero, levando à infertilidade permanente;
  • placenta prévia: ocorre quando a placenta está inserida parcial ou totalmente na região inferior do útero, podendo recobrir a abertura interna do colo uterino. O principal risco de placenta prévia é provocar parto prematuro, baixo peso ao nascer e hemorragia, o que prejudica a saúde materna e fetal. Porém, a placenta prévia também pode causar acretismo placentário, ambas as condições são frequentemente encontradas em combinação.

O risco de anormalidades placentárias em mulheres inférteis, entretanto, pode ser minimizado com o tratamento adequado da infertilidade, feito por medicamentos, cirurgia ou por reprodução assistida, além do acompanhamento durante a gravidez.

Toque aqui e conheça tudo sobre a infertilidade feminina, das doenças e condições que podem resultar no problema ao tratamentos indicado em cada caso.


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